Em entrevista à Rádio Jornal, nesta segunda-feira (2), o ex-reitor da UFPE e diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves, afirmou que o problema da educação no Brasil não está relacionado apenas ao tamanho do investimento feito no setor, mas à forma como se gastam os recursos empregados na área. Para o educador, o país "precisa investir mais e melhor" para obter bons índices educacionais.
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"É fundamental saber que educação nós queremos e precisamos e quais os recursos necessários para essa finalidade. Se o Brasil quer ser protagonista e estar no topo da educação mundial, quando nos comparamos com os países que têm melhor desempenho no Pisa, um programa de avaliação internacional, o Brasil precisa investir mais e melhor. É isso que defendo", afirmou Neves.
Segundo o professor, o país atualmente tem investimento acima de 6% do Produto Interno Bruto (PIB), quando observado o índice global, mas quando o dado per capita é levado em consideração, este percentual cai, o que comprovaria a necessidade de mais investimentos. "Vale dizer que não é apenas colocar mais recursos, mas como gastar bem esses recursos", reforçou ele.
Para Mozart Neves, o Brasil deveria dar mais atenção ao ensino profissionalizante para evitar a ociosidade de jovens e adolescentes recém-saídos do Ensino Médio. "O ensino profissionalizante é fundamental, porque de cada 100 jovens que terminam o ensino médio, apenas 22 ingressam na faculdade. Na minha avaliação, o país deveria avançar e investir na educação técnico-profissionalizante, porque ela é fundamental para o futuro da juventude", argumentou.
Chamado aos novos prefeitos
Mozart pediu ainda que os novos prefeitos, que serão eleitos no próximo dia 15 de novembro, tenham uma preocupação maior com a qualidade do ensino nas escolas espalhadas pelo Brasil.
"É fundamental que os novos prefeitos tenham maior atenção e foco na qualidade do ensino. E, portanto, no contexto de quanto vai ser investido e para que será investido", defendeu o professor, frisando a necessidade de se trabalhar com aquilo que, realmente, resulte em aprendizagem escolar. "É preciso investir com inteligência e eficácia para termos uma melhor qualidade de ensino", emendou.
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