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Como será a seleção de novos alunos do Colégio de Aplicação da UFPE para 2023?

Nos últimos dois anos, em 2020 e 2021, Colégio de Aplicação da UFPE optou por fazer sorteio em vez de selecionar os alunos por meio de provas. Mudança ocorreu devido à pandemia de covid-19

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Margarida Azevedo

Publicado em 14/06/2022 às 17:10 | Atualizado em 14/06/2022 às 17:45
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Ainda não há definição se o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vai selecionar os novos alunos de 2023 por meio de sorteio ou de provas. Nos últimos dois anos, devido à pandemia de covid-19, a instituição desistiu de realizar testes e preencheu as vagas sorteando os candidatos. A mudança inclusive motivou questionamentos na Justiça por pais contrários à medida.

Segundo o diretor do colégio, Erinaldo do Carmo, até agosto deve haver um posicionamento em relação ao próximo ano letivo. Ainda este mês a escola pretende concluir um diagnóstico de como foi o desempenho dos estudantes que ingressaram pelo sorteio. É o caso das turmas de alunos que neste ano de 2022 estão cursando os 6º e 7º anos do ensino fundamental.

A decisão do modelo de seleção para 2023 será tomada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que normalmente se reúne uma vez por mês. O CEPE é formado pelo reitor e vice-reitor, pró-reitores e diretores dos centros.

Até 2019, para estudar no Aplicação o candidato participava de uma concorrida seleção que consistia em provas de português e matemática. Normalmente só são abertas novas vagas para o 6º ano do fundamental porque nas demais séries - a escola oferece até o 3º ano do ensino médio - não ocorre desistência.

Em média entre 1.800 e 2 mil crianças se inscreviam para concorrer às vagas do 6º ano do fundamental. A escola destina 50% das vagas para egressos de unidades públicas de ensino.

DESEMPENHO

"Os professores de todas as disciplinas vão comparar o desempenho dos alunos que entraram pelo sorteio com os que antes ingressavam pela seleção. Queremos apresentar essa análise na reunião do Cepe que vai votar sobre o modelo de seleção para 2023", explica Erinaldo.

Vale destacar que o Aplicação ficou sem aulas presenciais nos dois últimos anos, 2020 e 2021, o que impactou no aprendizado dos estudantes. A maioria das escolas públicas brasileiras não teve aula presencial em 2020 por causa da covid-19, mas voltou com a presencialidade em 2021.

No Aplicação o colégio optou por seguir com aulas remotas ano passado também. Somente este ano a escola reabriu para atividades presenciais.

Segundo Erinaldo, os 420 alunos do colégio fizeram neste mês de junho uma avaliação para que os docentes percebam as lacunas de aprendizagem e definam estratégias para recuperar conteúdos.

DIVERSIDADE

O diretor defende que seja adotado novamente o sorteio em vez de seleção por provas. "Temos um colégio bem mais diversificado. O sorteio torna a escola mais democrática, permite a entrada de alunos de diferentes níveis, principalmente aqueles que não têm recursos para pagar cursinhos ou vêm de famílias que não os estimulam tanto", afirma Erinaldo.

Ele cita como exemplo dois estudantes que estão no 6º ano e que chegaram sem estarem totalmente alfabetizados. "São crianças que concluíram o 5º ano do ensino fundamental sem saber ler e escrever corretamente. Para eles, montamos oficinas no contraturno", diz Erinaldo.

Para a direção, o sorteio propicia o ingresso de um grupo heterogêneo e dá a todos os candidatos chances iguais de acesso à educação pública de qualidade.

ESCOLAS DE APLICAÇÃO DA UPE

As quatro escolas de Aplicação que fazem parte da rede estadual de ensino e são vinculadas à Universidade de Pernambuco (UPE) vão oferecer 388 vagas para o ano letivo de 2023. Serão 258 vagas para turmas do 6º ano do ensino fundamental e 130 para o 1º ano do ensino médio.

As inscrições para o processo seletivo começaram na última segunda-feira (13) e seguirão até 13 de julho. As escolas funcionam nas cidades de Recife, Nazaré da Mata (Zona da Mata), Garanhuns (Agreste) e Petrolina (Sertão).

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