O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) anunciou, nessa segunda-feira (2), mudanças no processo de ingresso para o semestre 2024.1. De acordo com a instituição, para os cursos superiores, a seleção será por meio da aplicação de prova, e será realizada para todos os campi e EaD.
A seleção por meio de prova também será adotada para os cursos técnicos, à exceção dos campi agrícolas (Barreiros, Belo Jardim e Vitória de Santo Antão), que adotarão a seleção por meio de análise de histórico escolar.
O Colégio de Dirigentes do IFPE, órgão que reúne os Diretores-Gerais de todos os campi e EaD e os Pró-Reitores da instituição, disse que a decisão foi amplamente debatida.
"O processo de tomada de decisão, como é característica do IFPE, foi democrático e dialogado de tal modo que as particularidades dos campi agrícolas foram consideradas, o que resultou na manutenção da seleção por histórico escolar para os cursos de nível técnico nesses campi", declarou a instituição, na nota de divulgação das mudanças.
O edital do processo de ingresso 2024.1 do IFPE deverá ser lançado neste mês de outubro, e as informações a ele relacionadas serão publicadas nos canais de comunicação oficiais do Instituto Federal. Segundo o reitor José Carlos, a previsão é de que as provas sejam aplicadas no dia 7 de dezembro.
SISTEMA DE ANÁLISE
Desde o processo de ingresso 2020.2, o primeiro realizado após o início da pandemia da covid-19, o IFPE havia adotado o sistema de análise de desempenho baseado no histórico escolar e notas nas últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para todas as vagas disponibilizadas.
Nesse período, o debate sobre o método de seleção permaneceu acontecendo nas diversas instâncias institucionais, o que culminou na deliberação divulgada nessa segunda.
"isso ocorreu durante os dois anos mais graves da pandemia, em seguida já começamos a trabalhar a perspectiva de retorno da aplicação de provas para o nosso ingresso, mas também nos deparamos com as questões orçamentárias. Passamos por um período bem difícil do ponto de vista orçamentário, nos três últimos anos", explicou o reitor do IFPE, José Carlos, em conversa com o JC.
"E aí o processo de ingresso é bastante custoso e arcamos com parte da despesa para evitar que tenha cobranças de mensalidades muito elevadas, considerando que nosso público alvo é predominantemente a população de vulnerabilidade social. Então ainda seguramos no pós-pandemia, o processo através da análise escolar que é um processo mais barato", completou o dirigente.
No entanto, no processo de escuta da comunidade foram apontadas as limitações das avaliações por meio de histórico escolar, sendo mantido apenas nos campi agrícolas (Barreiros, Belo Jardim e Vitória de Santo Antão).
"Os campi de vocação agrícolas tem uma realidade muito particular, com pessoas em condições de vulnerabilidade ainda maior. São pessoas que tem dificuldades de deslocamento, inclusive para a realização de provas. Então entendemos, a partir da escuta dos gestores de ensino desses campi, que manteríamos esse ingresso por análise de histórico escolar, também com a perspectiva de sermos mais inclusivos", explicou José Carlos.