Estudantes pernambucanos são campeões do programa Solve For Tomorrow
O projeto Solve for Tomorrow reconhece práticas educativas de professores que desenvolvem projetos com turmas de ensino médio em escolas públicas
Estudantes da Escola Técnica Estadual (ETE) Paulo Freire, em Carnaíba, no Sertão do Pajeú, foram campeões no evento do Solve For Tomorrow, programa de cidadania corporativa da Samsung.
Entre os 2.800 projetos que concorriam, os alunos foram premiados em primeiro lugar por desenvolverem o protótipo Filtropinha: dos Resíduos aos Recursos, que visa remover a toxicidade da manipueira das casas de farinha.
O programa Solve For Tomorrow reconhece práticas educativas de professores das áreas de Ciências da Natureza e de Matemática e suas Tecnologias, que desenvolvem projetos com turmas de ensino médio em escolas públicas.
Os alunos desenvolveram um filtro absorvente à base de cascas de pinha, capaz de reduzir a carga poluente da manipueira — o líquido gerado no processo de produção da farinha de mandioca, que contém substâncias tóxicas como o ácido cianídrico.
"A gente não tem palavras para descrever a emoção que foi receber o prêmio, porque foi algo que a gente teve que viver para poder sentir. Então, não tenho palavras para descrever o quanto foi importante para gente de Carnaíba, de Pernambuco ter essa representatividade aqui em São Paulo", comemorou o professor Gustavo Bezerra, orientador do projeto.
Campeões em primeiro lugar, cada estudante vai ganhar um notebook e fone de ouvido. Além disso, a Escola Técnica vai receber um projetor, troféu, placa comemorativa e um selo digital.
O projeto
A iniciativa surgiu a partir de uma demanda no Quilombo do Caroá, situado no município de Carnaíba. No Quilombo, as casas de farinha são responsáveis pela geração de renda para muitos de seus habitantes.
No entanto, apesar de sua importância econômica, existia uma falta de conhecimento em relação aos impactos ambientais dos resíduos gerados por essas farinheiras, que podem ocasionar problemas como a poluição da água, do solo e do ar.
O protótipo foi produzido por meio de uma impressora 3D, na qual uma peneira foi instalada na saída do filtro para fixar o papel filtrante e o tecido de algodão.
As cascas da pinha, que passam por um processo específico até se tornarem farinha, são adicionadas a esse filtro, juntamente com o algodão e o carvão. Segundo o professor, os custos envolvidos no "Filtropinha", como é chamado o projeto, têm um valor inicial de R$ 5.
O projeto Filtropinha foi desenvolvido pelos estudantes Ângela Rafaela Lima Santos, Beatriz Vitória da Silva, Eduardo da Silva Oliveira e Luana Noêmia da Silva, sob a orientação do professor Gustavo Bezerra e a coorientação da professora Carla Robecia Nascimento.