Após recado de Lula, PSB tira oxigênio de Molon no Rio de Janeiro
Ciente de que a candidatura de Molon atrapalhava o PT, Danilo Cabral havia defendido a saída do aliado da disputa no Rio de Janeiro
Depois do recado claro de Lula ao PSB em Pernambuco, quando apareceu ao lado de um adversário de Danilo Cabral no Estado, o candidato do PSOL ao governo do Estado, Luiz Arnaldo, ex-companheiro de Marília Arraes nas eleições municipais de 2020, no Recife, o PSB tomou providencias concretas para afastar o deputado federal Alessandro Molon da disputa pelo Senado, no Rio de Janeiro.
No estado do Rio, a sigla descumpriu acordo com os petistas ao indicá-lo à Câmara Alta, a despeito de já ter garantida a candidatura de Marcelo Freixo ao Governo.
“A executiva nacional do PSB decidiu em reunião nesta quarta-feira que o deputado Alessandro Molon ficará sem recursos do fundo eleitoral para a sua candidatura ao Senado no Rio caso decida continuar na disputa. Caberá ao ex-governador Márcio França, tesoureiro do partido, comunicar a decisão.”, informou o partido, nesta noite de quarta-feira.
"O PSB fez uma aliança nacional com o PT. Os compromissos firmados devem ser cumpridos em todos os estados. No Rio de Janeiro, coube ao PSB indicar o candidato a governador, Marcelo Freixo. Cabe ao PT indicar o senador. Acordo é para ser cumprido!", posicionou-se Danilo Cabral, na semana passada.
O objetivo da fala era a manutenção do acordo PT-PSB, dai Danilo Cabral ter se posicionado pela retirada da candidatura de Alessandro Molon ao Senado no Rio de Janeiro.
Desde a semana passada já se sabia que Carlos Siqueira, presidente do PSB, já comunicou a Alessandro Molon a retirada da sua pré-candidatura. O presidente do PSB foi ao Rio de Janeiro nesta quarta-feira. Dessa forma, a vaga ao Senado ficará com André Ceciliano, atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio.
Danilo Cabral é vice-presidente nacional do PSB e pré-candidato ao Governo de Pernambuco. Nos bastidores, enxerga-se que a associação ao ex-presidente Lula (PT) é crucial para sua eleição. Ela só é possível, porém, por causa do acordo nacional entre seu partido e o PT.
O impasse no Rio de Janeiro havia sido um dos temas conversados no almoço entre Danilo, Siqueira e Lula durante a visita do ex-presidente a Pernambuco. Ele cumpriu agendas ao lado do aliado em Serra Talhada, Garanhuns e no Recife.
A passagem de Lula pelo Estado foi adiada diversas vezes e só aconteceu após a resolução em São Paulo. Lá, Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) mediam forças para decidir quem seria o candidato ao Governo.
Com a vitória do petista, o ex-presidente decidiu visitar seu estado natal para apoiar Danilo Cabral. O temor do PSB é que um novo imbróglio entre as legendas possa prejudicar a relação entre os polos.