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Cliente da Oi em Pernambuco vai virar cliente da Vivo. Petrolina e região serão da Claro; entenda o motivo

Divisão não quer dizer que o cliente vai poder escolher para onde vai migrar. Empresas dividirão o mercado e o Nordeste deve ficar com a maioria das contas territorialmente

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Cadastrado por

Fernando Castilho

Publicado em 10/02/2022 às 11:00 | Atualizado em 10/02/2022 às 12:02
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A aprovação da venda das redes de telefonia móvel da Oi para as rivais TIM, Vivo e Claro, em julgamento do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), deixou o mercado brasileiro com apenas três grandes operadoras em nível nacional. Os analistas chamam isso de "triopólio".

Mas isso não quer dizer que os clientes delas vão poder escolher para onde vão migrar. Na verdade, as empresas dividiram o mercado, e o Nordeste deve ficar com a maioria das contas territorialmente. E isso quer dizer que os clientes da Oi em Pernambuco, por exemplo, que tem o prefixo 81, vão ser levados para a Vivo. Já os clientes que têm prefixo 87 vão ser deslocados para a operadora Claro

Veja no final desse texto como ficou a divisão dos clientes da Oi entre as três operadoras

O Brasil vem tendo mesmo uma concentração das gigantes. A espanhola Telefónica, da Espanha, em 2010 adquiriu as ações da Vivo, que pertenciam à Portugal Telecom, se tornando líder do mercado de telecomunicações do Brasil.

A Italiana TIM iniciou suas operações no país em 1998, com a tecnologia TDMA. Três anos depois, em 2001, já era o único grupo de telefonia móvel presente em todo o Brasil

E a mexicana Claro chegou ao Brasil em 2004. Em janeiro de 2015, a Claro incorporou as empresas Embratel e NET e passou a ser uma companhia aberta. Após 16 anos de história, ela é líder, conforme relatório da OpenSignal. A operadora foi considerada a melhor prestadora de serviço de internet de 2017.

Segundo um estudo da consultoria Telecom, com a compra, a Vivo se mantém na liderança, passando de 33% para 37,8%. A Claro, em segundo, sairá de 27,7% para 32,7%. Finalmente, a TIM, que sai dos 20,6% para 32,7%.

O problema dessa concentração é que o fatiamento da Oi Móvel entre TIM, Vivo e Claro reduz as opções dos clientes e isso pode acabar fazendo que os clientes acabem pagando mais pelos planos oferecidos por elas.

O CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, nesta quarta-feira (9), a venda da Oi Móvel para as operadoras Claro, TIM e Vivo. A operação só poderá ser efetuada, no entanto, se forem aplicados alguns condicionantes antes da assinatura do negócio.

O CADE definiu o chamado Acordo em Controle de Concentrações (ACC):

• Desinvestimento, por Claro, TIM e Vivo, de forma independente e por meio de oferta pública, de cerca de metade das estações de rádio-base (EBRs) adquiridas da Oi no contexto do ato de concentração;

• Oferta de referência de produtos de atacado para roaming nacional ou ofertas para operadoras de rede móvel virtual classificadas como prestadoras de pequeno porte e que não sejam titulares de autorização de uso de radiofrequências (MVNOs), em todas as tecnologias (incluindo 5G), também para conectividade IoT e M2M;

• TIM e Vivo deverão realizar ofertas de exploração industrial de rede, em todos os municípios brasileiros, com potenciais interessados, tendo por objeto as radiofrequências adquiridas do Grupo Oi, associadas a outros elementos de rede. As empresas também disponibilizarão novas ofertas destinadas a viabilizar a celebração de contrato de cessão temporária e onerosa de direitos de uso de radiofrequência (aluguel de faixa de espectro), por município, com potenciais interessados.

No final, a divisão ficou assim:

A Claro herdou 27 DDDs. São eles: 13, 14, 15, 17, 18, 27, 28, 31, 33, 34, 35, 37, 38, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 71, 74, 77, 79, 87 (prefixo de Petrolina), 91 e 92.

A Vivo ficou com 11 DDDs. São eles: 12, 41, 42, 81 (prefixo de Pernambuco), 82, 83, 84, 85, 86, 88 e 98. 

A TIM ficou com 29 DDDs. São eles: 11, 16, 19, 21, 22, 24, 32, 51, 53, 54, 55, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 73, 75, 89, 93, 94, 95, 96, 97 e 99.

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