O rendimento médio mensal domiciliar por pessoa caiu 6,9% em 2021 e passou para R$ 1.353, contra R$ 1.454 em 2020. Como se sabe, 2021 foi o ano em que a economia voltou a se movimentar depois do auge da crise da covid-19, ano em que o Brasil gastou, apenas com a transferência de recursos, via Auxílio Emergencial, R$ 230 bilhões. Em 2021, o mesmo auxílio foi de R$ 59 bilhões.
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As informações estão em relatório do IBGE, que mostra que o Nordeste fechou o ano com receita apenas R$ 843, menor inclusive que o Norte, com R$ 871. E revela que o percentual de pessoas com rendimento na população do País caiu para 59,8% em 2021, contra 61,0% em 2020.
Feitas as contas, comparando a série histórica, podemos ver que mesmo com o crescimento do PIB, os brasileiros estão com menos dinheiro no bolso. E o efeito disso é que, apesar do aumento da população ocupada em 2021, a massa do rendimento mensal real de todos os trabalhos caiu 3,1%, ficando em R$ 216,7 bilhões.
Num país como o Brasil, houve redução em todas as regiões, principalmente no Norte. E em dois tipos de rendimento, se chegou ao menor valor médio mensal da série histórica iniciada em 2012: foi o caso da Aposentadoria e Pensão (R$ 1.959) e Outros rendimentos (R$ 512), que engloba aquilo que o trabalhador consegue amealhar fora da fonte principal.
Isso revela, pela primeira vez, os impactos da Reforma da Previdência combinada com a correção apenas da inflação, como vem sendo adotada pelo governo Bolsonaro, uma vez que sendo paga em valores que acompanham o reajuste do salário-mínimo, que é a maioria dos aposentados, ganha o piso.
A PNAD Contínua ainda mostra que enquanto em 2020 o Brasil teve um aumento importante graças aos rendimentos no primeiro ano da pandemia, especialmente o Auxílio Emergencial, que na pesquisa é classificada como ‘Outros Programas Sociais’. Como em 2021 houve primeira a suspensão e depois o pagamento de R$ 300 em lugar dos R$ 600 de 2020, o volume recebido por parte da população de baixa renda também diminuiu.
As consequências dessa redução foram captadas na pesquisa, que também mostra a desigualdade de renda no País em 2021. Após relativa estabilidade em 2019 (0,544) e queda em 2020 (0,524), o índice de Gini do rendimento médio mensal domiciliar por pessoa aumentou em 2021, voltando ao patamar de dois anos antes (0,544). Quanto maior o Gini, maior a desigualdade.
A Região Nordeste se manteve com o maior índice de Gini em 2021 (0,556), enquanto a Região Sul apresentou o menor (0,462).
A pesquisa mostra que a queda do rendimento mensal por pessoa aconteceu em todas as classes, porém, foi maior entre as faixas com menor rendimento.
Entre os 5% de menor renda (R$ 39), caiu 33,9% e entre os de 5% a 10% (R$ 148), caiu 31,8%. Já entre o 1% com maior renda (R$ 15.940), caiu 6,4%.
É isso que permite dizer que, em 2021, o 1% da população brasileira com renda mais alta teve rendimento 38,4 vezes maior que a média dos 50% com as menores remunerações.
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