O levantamento do Serasa aponta que os brasileiros devem, segundo os dados de julho, a astronômica quantia de 287,7 bilhões relativos a contas não pagas de 67,6 milhões de pessoas. Isso quer dizer que, em média, cada um deles está devendo R$ 4.253.

A notícia boa é que quando renegociam, pagam em média R$ 1.222, divididos, em até 24 meses, segundo o último grande feirão Limpa Nome da empresa de recuperação de crédito.

O que os pernambucanos não sabem é que nessa conta eles contribuíram com R$ 10,87 bilhões, que na verdade é bem pequeno se tomarmos São Paulo como exemplo, onde 16 milhões de devedores carregam uma conta vencida de R$ 60,41 bilhões. Mas é muita coisa.

Esse número não para de crescer. Especialmente quando o País entra em crise e há uma queda da renda na classe C, D e E, como está acontecendo desde o começo da pandemia.

Entre julho de 2019 e julho de 2020, por exemplo, o número de pessoas negativados foi subindo até 63,5milhões. Desde então, o numero continua a crescer e chegou aos 67,6 milhões de inadimplentes.

O numero de Pernambuco impacta, mas é importante dizer que se todos eles fizessem uma renegociação pagariam em media apenas R$ 1.134 divididos em vários meses. O problema é que sem renda e sem emprego, o risco é de eles fazerem uma negociação e não pagarem as prestações.

Teoricamente, os R$ 10,87 bilhões poderiam ser R$ 3,44 bilhões com todo mundo podendo voltar a comprar fiado de novo. Mas o que chama a atenção em Pernambuco hoje é que 43,2% de sua população estão como o nome sujo. Na Bahia, por exemplo, o numero é de 38%; e no Ceará, 40,7%. Ou seja, entre os três estados com maior dimensão econômica, Pernambuco é o que tem o maior numero de endividados.

O que chama a atenção desses números é que, segundo os dados da Serasa, quando se toma apenas as dividas com bancos (26,6%) e financeiras (13,7%) se chega ao total de 40,3%.

Os demais segmentos são chamados de Utilities (contas básicas, como luz água e gás) com 22,25%; varejo com 12,4%; serviços com 10,1%; telefonia com 7,01% e os demais setores com 4,1%. Ou seja: os maiores débitos estão com os bancos ou administradoras de cartões de crédito.

Outro dado interessante desses dados de endividados é que no mês passado mais de 1,8 milhões de pessoas renegociaram suas dívidas em agosto na plataforma Limpa Nome da Serasa. Foram realizados mais de 2,8 milhões de acordos, com descontos que somaram R$ 4,8 bilhões.

Foi registrado aumento de 22% nas renegociações em relação ao mês de julho. Isos se deu porque a Serasa, na Ação de parcelamento, permitiu a negociação de dívidas em até 24 vezes sem juros. Com as mulheres sendo as que mais renegociaram, com 54%, frente a 46% dos homens.