Pandemia muda padrão de captação de patrocínio do setor privado para o Carnaval

No carnaval empresas agora querem criar momentos inesquecíveis para as pessoas, além de duradouros e rentáveis para as marcas,
Fernando Castilho
Publicado em 17/02/2023 às 0:00
CARNAVAL Foto: DIVULGAÇÃO


Houve um tempo, ainda nos governos do PT, onde um telefonema de um deputado ou senador para presidentes das grandes estatais era o suficiente para o deslocamento de grandes blocos de recursos para eventos como o Carnaval. Foi o tempo da Eletrobrás, Petrobrás, Furnas, Chesf e até de distribuidoras energia recém-privatizadas. Ah, as cervejarias também despejavam literalmente hectolitros de dinheiro.

Dois anos depois da pandemia do Coronavírus, da consolidação das novas normas de governança e maior profissionalismo, inclusive nas estatais, parece claro que o dinheiro de patrocínio para gradnes eventos agora atende ao que os especialistas chamam de investimentos para melhorar a experiência do público, deixar um legado nas regiões em que atuam e construir um ambiente de negócios inovador.

Na prática, isso quer dizer que prefeitos e secretários de turismo agora terão de tratar com empresas, por exemplo, como a Together, que se apresenta como nova vertical de negócios da Ambev, na busca impulsionar e profissionalizar o mercado de eventos no país.

Embora o setor cervejeiro não fale abertamente dos investimentos financeiros sabe-se que, no Carnaval de 2023, o gigante mundial de bebidas reduziu drasticamente a liberação de verbas no Brasil de modo que, nos quatro grandes pólos de Carnaval, São Paulo teria captado R$ 38,9 milhões; Rio de Janeiro, R$ 25,5 milhões; Salvador, R$ 27,1 milhões e Recife apenas R$ 4,3 milhões da companhia.

Foi um choque porque, agora são empresas com expertise no setor de grandes eventos, como a Factory - uma companhia faz parte do Grupo Dreamers e, dona do Rock in Rio, especializada em soluções de comunicação e experiências ao vivo, que passaram a orientar as conversas.

Claro que a concorrência não chegou a esse nível. Mas marcas como a Itaipava - que se consolidou como uma dos grandes patrocinadores do Carnaval da Bahia e de outros estados - evoluiram e estão fazendo parcerias como, por exemplo, a rede óticas Chilli Bens em super eventos de patrocínio.

Mas no jogo pesado onde, por exemplo, está o gigante Heineken - agora dona das marcas Schin e Devassa - que também mudaram os termos de aceita de captação recursos pelos governos e prefeituras dos estados e já chegou até nas empresas promotoras de festas fechadas cujo diferencial é o open bar.

Prefeitos e governadores, portanto, tiveram que também se organizar para profissionalizar seus eventos que agora precisam de boas defesas, apresentação de resultados que resultem em experiênicas digitais.

O caso mais bem sucedido é o da Prefeitura de Salvador que, com as cotas de patrocínios que somam de R$ 45 milhões, fez com que o seu Carnaval proporcione um lucro de R$ 10 milhões ao município  quando até 2019, ela injetava na festa aproximadamente R$ 19 milhões para complementar o valor arrecadado.

São Paulo, até pela proximidade dos centros de decisão das empresas, também está se aproximando de um sonhado equilíbrio. Mesmo que seu Carnaval tenha explodido em 2020 e devendo, este ano, bater os recordes de público e de receitas. É algo importante num estado que (até oito anos atrás) era refúgio de quem queria fugir do Carnaval.não deixa de ser um avanço espetacular nesse novo tempo.

O setor privado pode até botar dinheiro. Mas o desafio agora é provar o que uma festa aberta em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Olinda pode melhorar a experiência do público para suas marcas. Precisa a defesa contratação e entrega de um pacote que vai da TV, rádio, internet, mídias sociais e muita Merchandising. Bem diferente do tempo em que as estatais com suas indicações politicas bancavam a naior parte do Carnaval expondo apenas suas marcas perdidas num portal da prefeitura.

Renda do Carnaval

A Confederação Nacional do Comércio (CNC), estima que o Carnaval de 2023 movimente R$ 8,18 bilhões em todo o país que se for confirmado mesmo, será o segundo maior nos últimos 11 anos. O numero junta os eventos nas quatro grandes cidades Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo com os estamos que recebem mais turistas no período tanto no Nordeste, Minas Gerais e cidades do Centro Oeste. Especialmente a componente hospedagem.

Chocolates

Chocólatras já podem ficar tranqüilos. A partir da quarta-feira de Cinzas, as 1.800 lojas físicas da lojas Americanas espalhadas por todo o Brasil teram as principais marcas de chocolates e ovos de Páscoa. Maior rede de vendas para esse item com 11% do market share, as Americanas precisaram pagar à vista pelos ovos entregues tradicionalmente com prazo de pagamentos de 90 dias. Para fortalecer o evento, a companhia também vai preparar 100 fachadas de lojas até a data.

O 5G da TCL

A chinês TCL Mobile, uma das principais fabricantes de dispositivos móveis do mundo, anunciou o início da produção de seus smartphones no Brasil. Os primeiros modelos fabricados localmente são o TCL 30 5G, o principal produto da empresa que tem suporte à rede 5G com preço sugerido de R$ 2.299 e disponível nas cores Azul e Preta. Também oferecerá o TCL 30 SE e o TCL 305i. A gigante chinesa produzirá seus celulares no parque fabril de Manaus numa parceria estratégica com a GBR Componentes. A fábrica atual inicia suas operações com potencial de produção de mais de 70 mil aparelhos/mês.

Coral solar

A fabrica da AkzoNobel em Recife, que faz os produtos com a marca de tintas decorativas Coral nas regiões Norte e Nordeste, está inaugurando usina solar fotovoltaica, dentro de um projeto que visa fazer a multinacional holandesa de reduzir em 50% as emissões de carbono nas sua operações até 2030. O Recife é a primeira inaugurada no País. A planta tem 11 mil m2 e conta com 1.580 módulos fotovoltaicos com capacidade de geração de 1.400 MWh/ano.

Diretor do Insper

O Insper, uma das principais instituições de ensino superior e pesquisa do Brasil, têm novo presidente: Marcelo Knobel substitui a partir de 1º de março Marcos Lisboa, que esteve à frente da direção da instituição durante 10 anos que anunciou a saída.

BNB Cultural

O Banco do Nordeste (BNB) e o Ministério da Cultura (Minc) reservaram R$ 10 milhões para financiamento de projetos culturais na área de atuação da instituição financeira. A ministra Margareth Menezes e o presidente do Banco, José Gomes da Costa, confirmaram os valores no lançamento Programa de Patrocínios 2023/2024 que seleciona projetos culturais para receber até R$ 5 milhões em 2023 e outros R$ 5 milhões em 2024 via edital de seleção pública. 

 

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