Lula e Xi Jimping se encontram para dizer que Brics tem novo papel frente a Estados Unidos e União Européia

Será preciso ver como XI Jimping vai atuar com a Índia, de Narendra Modi , por exemplo, e a seguir com a África Sul, de Cyril Ramaphosa
Fernando Castilho
Publicado em 15/04/2023 às 0:05
Lula é recebido pelo presidente da China, Xi Jimpoing Foto: Ricardo Stuker


Existe uma expressão em Hollywood que diz: Se alguém estender um tapete para você, pise. Porque ninguém vai entender um tapete se você não for importante.

A maneira como o presidente chinês, XI Jimping recebeu o presidente Lula da Silva, nesta sexta-feira (14) levando-o ao Palácio do Povo, em Pequim, onde Lula passou em revista às tropas e recebeu o afago de crianças estudadamente espontâneas no aceno de bandeiras dos dois países, tem um significado muito mais político que o destaque que o ministério das Relações Exteriores do Brasil fez questão de divulgar. XI e Lula sabiam exatamente para quem estavam gerando aquelas belas imagens embora cada um tenha um objetivo diferente.

XI Jimping queria dizer ao mundo e, em especial aos Estados Unidos, que agora está mais muito mais próximo do Brasil depois que a Rússia, o outro parceiro importante dos BRICS, o grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul foi alijada em função da guerra com a Ucrânia. E que, juntos, podem ser atores dentro da geopolítica global depois que o grupo foi literalmente esnobado pelos Estados Unidos e União Européia que os viu como um ajuntamento de emergentes que queriam “sentar na janela” antes reservada apenas a OCDE, a OTAN, o G7 e o Parlamento Europeu.

Lula, por sua vez, quer dizer que, depois que os Estados Unidos, e a própria União Europeia, que simplesmente não o levaram a sério em termos da capacidade de ser tornar um ator geopolítico global que pode muito bem se juntar à nova potência global para definir um novo mapa de poder inclusive frente ao dólar. 

E dar uma força a Rússia que faz parte do grupo e está à margem do mercado global pelas pesadas sanções que os Estados Unidos e União Européia lhe impuseram depois que ela invadiu a Ucrânia  Lula já deixou bem claro que não vai condenar a Rússia com a veemência que Joe Biden e os presidentes dos países da EU exigem.

Por isso é importante não olhar o pacote de acordos que China e Brasil assinaram. Ou para os vestidos que as duas primeiras damas dos dois países, Rosângela Lula da Silva do Brasil e Peng Liyuan (que já era famosa como cantora quando se casou com o líder chinês) envergaram na manhã fria de Pequim. É preciso prestar atenção como o mundo está olhando a parceira do país que é a segunda maior economia do mundo com o país que lidera a produção agrícola de alimentos no mundo.

Claro que esse posicionamento do Brasil incomoda muito aos Estados Unidos. Claro que a recepção de XI Jimping a Lula ajuda, por tabela, a Vladmir Putin que já sabe que do Brasil não virá uma posição hostil ainda que o mundo abomine a guerra com a Ucrânia. Embora isso não queira dizer que teremos, a partir de agora, uma ação coordenada de três importantes economias justificando a guerra porque estão nos Brics.

Será preciso ver como XI Jimping vai atuar com a Índia, de Narendra Modi , por exemplo, e a seguir com a África Sul, de Cyril Ramaphosa . Mas o fato novo é que os Brics deixaram de ser um grupo de “novos ricos” como a EU o tratava até a China virar segunda potência econômica.

E contra fatos não há argumentos. A soma dos PIBs de Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul, em 2023, (US$ 18,1 trilhões) será quase igual ao PIB dos Estados Unidos US$ 18,6 trilhões. E esse número será maior se Arábia Saudita, Egito e Turquia - países que juntos somam um PIB de US$ 1,98 trilhão - e encaminharam pedidos de adesão aos Brics - forem aceitos.

Então, faz todo sentido os rapapés e salamaleques que Xi Jimping dispensou a Lula e sua comitiva. Lula pode até se encantar com o gesto do líder chinês em lhe tratar com tanta deferência. Mas XI Jimping sabe exatamente porque remarcou sua visita tão logo o médico da presidência da Republica do Brasil lhe deu alta da gripe e da pneumonia. E os dois sabiam para quem estava sendo dirigida aquela pomposa recepção desta sexta-feira. Portanto, aguardemos a próxima reunião dos Brics na África do Sul, em agosto.

Janja x Costa

Não convidem para o mesmo sofá a primeira dama Rosângela Lula da Silva e o ministro da Casa Civil que ficou irritado com a informação dos gastos de R$ 200 mil em móveis para a suíte presidencial do casal Lula e Janja num shopping de luxo em Brasília. Costa acha que o governo pagou um custo político desnecessário. Mas ele é suficientemente equilibrado para não se queixar disso diretamente ao presidente.

I don't speak

O Brasil pagou mico na viagem de Lula à China quando o presidente da Apex, Jorge Viana (PT-AC) não conseguiu conversar com os representantes do governo chinês que além de mandarim falam inglês fluente. Um consulta aos últimos atos dele na agencia descobriu-se que Viana alterou o estatuto da Apex que determinava ser condição básica (e óbvia) que o presidente da agência que cuida das ações de exportação ao menos falasse inglês. Foi feio ele ficar ouvindo todos os diplomatas falando sem entender nada.

Meu Catupiry

A Catupiry®, que produziu o primeiro requeijão do Brasil há mais de 110 anos aposto em novas categorias de produtos agregando sua tradição à nova linha de queijos Premium com sua marca. Está lançando os tipos provolone defumado e gorgonzola, gouda, gruyère, estepe, Emmental, Camembert, Brie e o tipo Grana, com receita exclusiva.

Agência do trabalho

Um levantamento da Page Outsourcing, consultoria do PageGroup no Brasil, especializada em projetos de recrutamento e seleção revelou que os profissionais basileiros lideram o uso das mídias sociais para buscar um emprego. Nesse quesito eles têm 72,2% dos entrevistados, seguidos por Argentina (64,7%), Panamá (61,7%). A justificativa está o fato de que as redes aumentam a visibilidade com recrutadores e departamentos de atração de talentos.

Polo Bahia

A Petrobras está retomar a produção de instalações do campo de Fazenda Bálsamo, do Polo Bahia Terra que teve a operação paralisada por determinação da ANP no fim do ano passado e foi promessa do novo presidente da empresa aos petroleiros da estatal.

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