Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

Retomada da faixa de areia em Camboriú desafia solução para Boa Viagem ter espaço para banhistas

A Praia de Boa Viagem faz a Prefeitura gastar em média R$ 2 milhões por ano para manter um serviço de manutenção do paredão de pedras

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Fernando Castilho

Publicado em 12/06/2023 às 12:00 | Atualizado em 12/06/2023 às 18:16
Praia de Boa Viagem - FERNANDO CASTILHO

Uma das notícias mais comentada neste final de semana foi a constatação de que um trecho da praia Central, em Balneário Camboriú (SC), cuja faixa de areia foi alargada há apenas 18 meses, "encolheu" cerca de 70 metros desde que a obra foi concluída. A prefeitura se apressou em dizer que já era esperado e a área está sendo monitorada, mas muita gente se pergunta por que isso acontece.

E no Recife, o tema engorda de um trecho de dois quilômetros da praia de Boa Viagem volta ao debate devido ao fato de a prefeitura gastar em média R$ 2 milhões, por ano, para manter um serviço de manutenção do paredão de pedras.

Esse contrato foi iniciado ainda na administração João Paulo, e de lá para cá, uma equipe cuida de manter o topo do enrocamento de pedras nivelado à faixa de areia que vai da Avenida Armindo Moura à Rua Bruno Veloso.


Enrrocamento da Praia de Boa Viagem - FERNANDO CASTILHO

Os trabalhadores recolhem a areia, recolocam e ajustam as pedras, serviço que a maré alta desfaz e os obriga refazer. Até hoje, a Prefeitura do Recife não se definiu pela engorda da praia, já que isso significa aterrar os arrecifes, uma das marcas de nossa cidade, especialmente em frente à Praça de Boa Viagem.

O fenômeno de aterro na faixa de areia é tema de um longo debate, quando nos anos 70 a praia de Copacabana foi aterrada e ganhou o atual contorno com mais avenidas e parques. Em vários estados, essa engorda na faixa foi feita, entre elas a da Praia de Iracema, no Ceará, onde a capital cearense ganhou um novo espaço para eventos públicos, onde são realizados os grandes festivais reunindo até 2 milhões de pessoas.

Mas o problema de Balneário Camboriú (SC) trouxe de volta o debate porque, embora possa resolver em alguns trechos de algumas cidades, nem sempre é consenso entre os engenheiros.

Segundo o engenheiro civil e fiscal da obra, Rubens Spernau, que foi prefeito entre 2002 e 2008, a situação na cidade no litoral de catarinense já era esperada e está sendo monitorada pela prefeitura.

No Recife, em 2016, o prefeito Geraldo Julio chegou a anunciar que as obras de contenção do avanço do mar da orla de Boa Viagem estão previstas para começar naquele ano, com a liberação de recursos do empréstimo feito ao Banco Mundial pelo município. Mas isso não aconteceu.

A ideia de engorda da praia de Boa Viagem, num trecho de cinco quilômetros, ganhou força depois do sucesso da engorda em Jaboatão. Os municípios do Recife, Olinda e Paulista esperavam repetir a façanha.


Engordamento da Praia de Camboriú - PREFEITURA DE Camboriú

Seriam necessários cerca de 850 mil metros cúbicos de areia, que devem devolver aos banhistas uma faixa de 40 metros de largura, cuja areia vira de quatro jazidas localizadas nas proximidades do Cabo de Santo Agostinho.

Anualmente, Boa Viagem tem um fenômeno interessante, que é a devolução da faixa de área, que acontece entre julho e agosto, quando a praia volta a ter mais areia e até cobre a área de praia, o que reforça a ideia de que a proposta de aterro talvez não seja a mais adequada.

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