Com rotativo do cartão em alta, cobrar dívida de inadimplente virou negócio que já movimenta R$ 62 bilhões
Desenrola Brasil negociou as dividas de 11,2 milhões de pessoas o que correponde a apenas 15,6% dos devendores no Serasa e apenas 2,41% nos bancos.

No país onde dos detentores de cartões de crédito pagaram até novembro nada menos que R$ 332 bilhões apenas como refinanciamento (crédito rotativo) de suas faturas de cartão de crédito, o negócio de vender as dívidas não pagas nessa modalidade de crédito virou um negócio de R$ 62 bilhões fazendo com que o que antes estava congelado no balanço virasse investimento ou capital de giro.
Essa nova atividade ganhou um nome em inglês nos balanços dos bancos. Chama-se NPL (Non Performing Loans), e diz respeito à venda de carteiras de dívidas inadimplentes por parte das empresas que possuem clientes devedores.
Bom para banco
O problema é que, na prática, isso inviabiliza qualquer possibilidade de o Brasil deixar de ter como tem segundo dados do Serasa em novembro 71,81 milhões de pessoas negativadas o mesmo número de agosto (71,74 milhões) o que significa dizer que apesar do Desenrola ter encerrado 2023 - com a participação de 11,2 milhões de pessoas, que renegociaram R$ 32,89 bilhões em dívidas - o número de devedores continua o mesmo de antes do programa em agosto. No final, o Desenrola chegou a apenas 15,6% dos inscritos no Serasa.
Entre os meses de julho, agosto e setembro, apenas com os bancos foram renegociados R$15,8 bilhões em volume financeiro no Programa Desenrola Brasil. Eles retiraram as anotações negativas (desnegativaram) de cerca de 6 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$100,00 e fecharam 2,2 milhões de novos contratos de dívidas negociadas, beneficiando um universo de 1,73 milhão de clientes bancários.
Mas foi um bom negócio para os bancos.mas o número é apenas 2,41% das pessoas que hoje estão negativadas no Serasa.
Feito para cobrar
Segundo dados da Recovery, uma empresa do Grupo Itaú e plataforma especialista em recuperação de crédito no Brasil, em 2023, tivemos um total de R$34 bilhões transacionados com a venda de carteiras inadimplentes de 36 empresas cedentes.
Os números só não foram maiores porque com o lançamento do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal, muitas empresas cedentes aguardaram o programa ganhar força, antes de decidir sobre a venda de suas carteiras de créditos podres. O número deve subir em 2024 devendo atingir R$62 bilhões, o mesmo de 2022 considerado o melhor da atividade de tentar cobrar dando desconto aquela dívida que foi parar no Serasa.
Birôs de proteção
Pode parecer estranho que existam empresas que se ocupem apenas disso, mas o negócio ficou tão interessante que elas criaram a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) que congrega os birôs de proteção ao crédito que atuam no país (Boa Vista, Quod, Serasa Experian, SPC e TransUnion).
E pouca gente sabe que a empresa líder de mercado (Recovery) possui sob sua gestão mais de R$152 bilhões de créditos inadimplidos numa base de mais de 35 milhões de clientes com dívidas ativas em sua base.
Ou seja, a Recovery sozinha tem metade de todos os créditos listados no Serasa.
Cobrar dívida de cliente que não pagou virou coisa de profissional e está a quilômetros daquele sujeito que montava um pequeno escritório para ficar ligando para freguês ruim em troca de uma comissão sobre o que recebia.
Devedor duvidoso
Na verdade, o que o mercado hoje chama de NPL (Non Performing Loans) passou a fazer parte dos balanços dos bancos substituindo a antiga “provisão para devedores duvidosos” cuja legislação brasileira obriga a empresa a separar ao menos contabilmente um dinheiro para cobrir o calote no final do exercício.
E esse passivo acabou virando um negócio depois que o banco ou empresa dava por perdido.
Hoje esse mercado que está em franco crescimento funciona com leilões onde as empresas do setor pagam para ter o direito de cobrar do devedor correndo o risco pela operação. Em média, elas pagam até 5% do chamado valor de face do crédito depois que o banco ou uma empresa considera perdas no balanço. Ou seja, o crédito podre vira um virasse investimento ou capital de giro.
Navio-plataforma
A Petrobras colocou em produção o navio-plataforma Sepetiba, no campo de Mero, bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. É o terceiro sistema de produção de Mero, com capacidade para produzir até 180 mil barris de óleo e comprimir até 12 milhões de metros cúbicos de gás/dia. A plataforma é do tipo FPSO e faz parte de um sistema de produção que inclui a perfuração e a preparação do poço para a produção de oito poços produtores e oito poços injetores de água e gás que estão sendo interligados à unidade.
Mulheres advogadas
Apesar de o Brasil ser um país com uma população majoritariamente feminina, as mulheres que representam 51,5% da população brasileira apenas 34,9% das mulheres advogadas eram sócias de capital em escritórios de advocacia, segundo o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nos tribunais são apenas 20 ou 25% mulheres. O mesmo se dá — com maior gravidade ainda — nos tribunais superiores: atualmente, há 25,95% de mulheres no TST; 18,18% no STJ e apenas uma mulher no STF (9,09%).
Amiga das Árvore
ASociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), conferiu ao Recife, o selo “Cidade Amiga das Árvores” pelas boas práticas da capital pernambucana no plantio e cuidado com as árvores. Na ocasião, a SBAU entregou ao secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Oscar Barreto, a placa de Distinção de Destaque.
Placa solar e ICMS
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) radicalizou. Distribuiu nota afirmando que o aumento do imposto de importação sobre equipamentos solares, incluído na MP 1202/23 que eliminou isenções em equipamentos importados, ameaça destruir milhares de empregos verdes criados no Brasil ao longo da última década. E lembrou que a isenção assegurou 18 GW de empreendimentos solares feitos com R$69 bilhões em investimentos que geraram 540 mil novos empregos verdes. Mas não disse que, no ano passado, os preços das placas fotovoltaicas caíram 40%
Mais energia solar
A propósito, O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 37 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 16,3 % da matriz elétrica do País.