Maior fraude do mercado de capitais brasileiro, Americanas resiste provando força de marca centenária
Hoje, a fraude está estimada em R$40 bilhões depois que iniciou-se uma guerra de versões que busca responsabilizar a empresa pelas perdas geradas.

Há exatamente um ano, a Lojas Americanas virou personagem de uma das maiores fraudes do mercado financeiro depois que o seu, então presidente, Sérgio Rial renunciou ao cargo comunicando inconsistências do balanço da empresa que, em 2024, completará 95 anos no mercado.
Naqueles dias, as ações da companhia que haviam fechado em R$12,00 despencaram para R$2,72 no dia seguinte (12 de janeiro) e chegaram a valer menos de R$1,00. Hoje, a fraude está estimada em R$40 bilhões depois que iniciou-se uma guerra de versões que busca responsabilizar a empresa pelas perdas geradas.
A briga na Justiça do Rio de Janeiro prossegue, mas sem perspectivas de que os investidores nas ações da companhia possam ser ressarcidos algum dia. Um imbróglio tão grande que foi preciso a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinar que a Americanas fornecesse até mesmo a lista de seus acionistas.
Hoje, a empresa tem como CEO Leonardo Coelho Pereira, executivo que atuou como sócio da consultoria Alvarez & Marsal e que está tentando salvar a companhia e apesar de todos os problemas, a Americanas continua funcionando normalmente nas lojas físicas, no site e no app.
O caso das Americanas é a prova de que uma marca forte pode resistir até mesmo ao ataque como o que sofreu quando seus balanços foram fraudados durante anos enquanto a empresas seguia aparentemente sem problemas.
E o mais surpreendente é que ela sendo uma empresa de varejo - que também migrou para e-commerce está conseguindo sobreviver. Numa situação dessas, o normal seria que a empresa simplesmente fechasse e deixasse de existir. Mas as americanas resistem. A cada mês tem mais vendas especialmente no seu site.
Claro que muita gente não compra mais nele. Também é importante observar que houve uma redução do número de lojas e o seu balanço de 2022 somente foi publicado em 00 revelando a sua situação.
Mas a empresa resiste. No ano passado, ela conseguiu ficar entre as que mais venderam ovos de Páscoa, uma tradição que inventou. A Americanas começou o ano de 2024 com a campanha Volta às Aulas Americanas com metas fortes no site, app ou nas centenas de lojas por todo o Brasil.
E ela também voltou a ter ações sociais como a parceria com a Descomplica - plataforma de ensino online - para a distribuição de 15 mil bolsas gratuitas para pessoas que buscam a conclusão dos ensinos fundamental e médio pelo Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos.
Ninguém sabe até hoje quanto seus investidores perderam. Ainda não se sabe se os controladores vão mesmo aportar recursos para ampliar as chances de ela sobreviver a um processo de RJ. Mas não deixa de ser surpreendente como a marca conseguiu resistir a um ataque tão grande. E prova a velha tese de que marca é o maior ativo que uma empresa pode conseguir ao longo de sua história.
Conectados
Uma pesquisa da Sensorama Design, uma consultoria especializada em experiência do usuário ouvindo 702 pessoas do Brasil com idades entre 18 e 75 anos mostrou que 58% das pessoas interagem mais com amigos e familiares online do que pessoalmente e que 58% deles afirmam que para sair de casa o evento precisa valer a pena e nas horas livres.
Produto novo
O Índice GS1 Brasil de Atividade Industrial de 12 meses registrou crescimento de 26,8%, influenciado pelo comportamento confiante da indústria na renovação de seu portfólio de produtos. O índice reflete a intenção da indústria brasileira em lançar produtos refletindo a percepção de maior oferta de itens no mercado.
Mercado de usados
Em 2023 foram vendidos mais de 14,4 milhões de veículos seminovos e usados, segundo relatório divulgado pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), um aumento de aproximadamente 9,5% em relação à soma das vendas do ano de 2022.
Todos no ar
Com 40% de todo o mercado brasileiro, a LATAM encerrou 2023 na liderança do setor aéreo brasileiro, segundo a ANAC. A LATAM acaba de registrar a marca de 33 milhões de passageiros transportados em voos domésticos no Brasil no acumulado do ano de 2023 o movimento foi 15% maior ao registrado no período de janeiro a dezembro de 2022.
El Niño no NE
O Conselho Deliberativo da Sudene determinou, em caráter excepcional, a permanência de 50 municípios que estariam passíveis de exclusão do semiárido. O motivo são efeitos adversos do fenômeno climático El Niño previstos para 2024. Em 2012 um grupo de trabalho formado pela Sudene e outras 11 instituições federais especializadas em clima e tempo indicou a retirada de 50 cidades do semiárido. Integrantes do semiárido têm acesso aos instrumentos de ação da Sudene (a exemplo dos fundos regionais e incentivos fiscais) pelo fato de estarem na área de atuação da autarquia.
Patrimônio líquido
O Mercados Financeiro e de Capitais no Brasil chegou ao final de 2023 com R$8,3 trilhões de patrimônio líquido. O número de contas que investem em fundos cresceu 6,3% entre janeiro e novembro, chegando a 37,4 milhões. Mas o segundo ano consecutivo em que o setor tem mais resgates do que aportes no acumulado do ano.