Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
castilho@jc.com.br
Coluna JC Negócios

European Energy aposta na produção do e-metanol em Pernambuco indo além da produção do hidrogênio verde

A European Energy deseja comprar CO2 (140 mil toneladas ano), preferencialmente de usinas de Pernambuco e demais estados do Nordeste oriental (AL, PE, PB e RN)

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Fernando Castilho

Publicado em 13/04/2024 às 0:05
Perspectiva da Indústria de produção de e-metanol da European Energy na Dinamarca que a empresa pretende fazer em Suape. - DIVULGAÇÃO

Um ano depois de começar a operar Complexo Eólico Ouro Branco e Quatro Ventos, localizado em Pernambuco, com capacidade de produzir 94MW, a empresa dinamarquesa European Energy procurou o governo de Pernambuco para anunciar um novo empreendimento.

Desta vez, a companhia se propôs a produzir e-metanol que numa área de dez hectares dentro do Complexo Industrial de Suape, para o qual está previsto um investimento de R$2 bilhões. Ela vai construir uma planta que deve operar no segundo semestre de 2026 focada no mercado exportador, especialmente no de abastecimento da nova linha de navios de grande porte.

Ciclo do e-metanol

Curiosamente, o projeto não foca na exportação de energia a partir de hidrogênio verde, embora no ciclo de produção do e-metanol, ele entre como componente estratégico. Além disso, o projeto em Suape segue o modelo da planta já em construção na Dinamarca que deve entrar em operação este ano.

O que a European Energy deseja é que com o CO2 (140 mil toneladas ano), preferencialmente adquirido em usinas de Pernambuco e demais estados do Nordeste oriental (AL, PE, PB e RN) produza e-metanol a partir de hidrogênio verde.

Governadora em exercico Priscila Krause com o o gerente de projetos de European Energy no Brasil, Alexandre Groszmann. - Miva Filho

Mercado de CO2

O processo prevê que também seja usado CO2 produzido a partir de biogás onde a empresa através de uma subsidiária (Ammongas) uma companhia fornecedora de plantas ambientais sob medida que European Energy controla pretende ajudar gestores de aterros da Região a se incorporarem ao processo.

Para o processo de produção de hidrogênio verde, estimado em 20 mil toneladas, a empresa vai usar energia renovável, entre elas eólica de parques que controla (inclusive podendo usar a energia a ser produzida num projeto que está prevendo para ser implantado em Tacaimbó), embora com a oferta de energia no Mercado Livre a decisão virá, naturalmente, pela oferta de melhor preços.

Cadeia do hidrogênio

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, o projeto da European Energy despertou interesse de Pernambuco porque ele se insere na cadeia produtiva do hidrogênio verde.

Isso quer dizer novos empreendimentos de produção de amônia, por exemplo, que o estado está negociando. Além do fato de, no caso da empresa dinamarquesa, se tratar de tecnologia dominadas e já adotadas. Segundo ele, empreendimentos desse tipo são o que o Estado persegue. Ou seja, ter projetos da cadeia do hidrogênio verde e não apenas cuidar da produção para exportação. Ele se destaca como um combustível líquido de baixo teor de carbono, emergindo como uma alternativa viável aos combustíveis fósseis em setores desafiados pela descarbonização, como o transporte marítimo.

Já em Pernambuco

A European Energy possui dois projetos operacionais no Brasil: uma planta solar localizada na Paraíba, na cidade de Coremas, de 93MW, e também o Complexo Eólico Ouro Branco e Quatro Ventos, localizado em Pernambuco, com capacidade de produzir 94MW.

De fato, o projeto tem um componente bem distinto dos projetos de hidrogênio verdes anunciados por vários estados. Como e-metanol tem uma enorme aplicabilidade não apenas como combustível (um de seus possíveis clientes é a gigante Maersk que encomendou uma nova frota de super navios movidos a esse combustível como a indústria de plástico.

Supernavios

Ontem, por ocasião da apresentação à governadora em exercício Priscila Krause do projeto, o gerente de projetos de European Energy no Brasil, Alexandre Groszmann, destacou a capacidade que o empreendimento tem de agregar fornecedores locais como as usinas de etanol, as plantas de geração eólica e de biometano que agregam mais valor à indústria local que será fornecedora de insumos.

A European Energy foi fundada na Dinamarca em 2004 por Knud Erik Andersen e Mikael D. Pedersen e hoje temos escritórios em mais de 18 países. Como um dos seus negócios estruturais, a European Energy se orgulha de ter evitado a emissão de 3,2 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

 

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