Arroz na região central do RS se perdeu com enchente, mas safra colhida reduzirá impacto nos preços
A colheita de arroz no Rio Grande do Sul, em 2024, já chegou a 83% do total da área prevista e o que já foi colhido está armazenado e protegido.
No país que ano passado produziu 10 milhões de toneladas de arroz com performance na exportação tendo subido devido à quebra de safra nos Estados Unidos que abriu uma janela de oportunidades para o Brasil nos países do Caribe, o desastre que se abateu nas últimas semanas está assustando o mercado que ainda não tem informações seguros do que isso vai, de fato, impactar nos preços.
Como é do ramo, o mercado atacadista já sabe que como a região central do Rio Grande do Sul (onde o nível destruição das cidades for maior) representa mais do que 10% da produção do estado, há uma expectativa de que o efeito no mercado físico não será tão grande a ponto de fazer explodir os preços.
Safra ja colhida
Felizmente as regiões do sul do RS e da fronteira com a Argentina são as grandes produtoras do produto e elas, apesar das chuvas fortes, já haviam colhido sua safra de 2024 que está guardada e segura.
Isso deve reduzir a pressão no mercado para importações. Até porque internacionalmente não existe sobra de arroz no mundo. A ideia do governo que anunciou a importação de 1 milhão de toneladas corre o risco de ficar no anúncio.
Entretanto, os produtores e suas cooperativas defendem a ideia de suspensão da taxa de importação de modo que o setor privado faça a compra de acordo com as necessidades. Como a região do sudeste asiático onde esse arroz poderia ser comprado está a 60 dias de navio do Brasil é pouco provável que a importação seja necessária.
Preços mantidos
Isso explica porque os preços, apesar de estarem subindo, não dispararam esta semana e porque os agricultores garantem que não haverá falta do produto dispensando a importação.
Outra informação do setor é que o preço do arroz já vinha subindo há quase um mês quando saiu de R$ 99,39, em 8 de abril para R$ 107,12 na última sexta-feira (3) segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA ) da USP que monitora o mercado de produtos agrícolas.
Preços subindo
O problema da enchente que destruiu a maior parte da economia gaúcha em relação ao arroz é a destruição da infraestrutura de logística. Como o nível de destruição de estradas foi absurdamente alto e sequer foi calculado pela extensão dos danos, a questão da entrega pelo modal rodoviário tende a ser o grande complicador nos preços.
Especialmente para a região Centro Oeste - que recebe a produção do RS de caminhão que estão hoje com dificuldades de chegar e sair das regiões Sul e da fronteira com a Argentina e pegar essa carga.
Arroz do Nordeste
Para as regiões Norte, em especial para o Nordeste, a questão será menos dramática, pois a maior parte do arroz vendido na região vem para os estados de navios que já haviam partido quando veio a enchente.
Entretanto, a expectativa é de elevação de preços. Embora o principal fator não seja a perda da safra colhida na região central do estado, mas os custos decorrentes da destruição das estradas gaúchas.
Esse cenário que já começou a ser desenhado, ontem, pelas empresas de compra e venda no atacado do arroz é o que está fazendo as entidades do setor de riziculturas não divulgarem mais notícias ruins sobre a produção do Rio Grande do Sul.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) informou que A colheita de arroz no Rio Grande do Sul, até o momento, chegou a 83% do total da área prevista e o que já foi colhido apresenta boa qualidade e produtividade e que a ligação com os grandes centros através da BR-101 está normal, temos bastante arroz para deslocar para as regiões centrais do Brasil.
Dez milhões
Este ano, o Brasil estava se preparando para colher 10,5 milhões de toneladas de arroz, dispensando a importação do produto básico. Na verdade, o Brasil sempre importa arroz especialmente o arroz especial que vem da região asiática e dos Estados Unidos como um mercado de nicho.
Consultores e traders, as pessoas que realizam as transações na Bolsa de Cereais acreditam que ainda não é possível medir o tamanho do impacto porque não se tem uma avaliação da questão das estradas seja determinante.
Com a produção já colhida segura, avaliam esses profissionais, não há até agora risco de perda embora seja inevitável que nas próximas semanas os preços voltem a subir efetivamente. Entretanto, a previsão de mais chuvas no Rio Grande do Sul pode mudar o cenário até agora traçado pelos analistas de produtores de arroz. Embora todos não tenham dúvidas que o preço do arroz no Brasil vai mesmo subir nas próximas semanas e se manter na alta até o início de junho.
Os novos ônibus de Mano
Chamou a atenção no evento de lançamento do programa de financiamento do BNDES com recursos do Fundo Clima e do FAT para a renovação da frota de ônibus em municípios brasileiros a inclusão de Jaboatão dos Guararapes contemplado com 106 ônibus Euro 6 e mais 180 elétricos. A pergunta é: como o prefeito Mano Medeiros vai gerenciar essa frota?
Segundo a Prefeitura, trata-se dp projeto é para a renovação de 286 micro-ônibus para os permissionários. A aquisição é obrigatória para o sistema de bilhetagem eletrônica, que está em processo de implantação no municipio. Os permissionários vão financiar os veículos junto à Caica Ecpnimica, em condições especiais.
Hoje, o município tem apenas um precário serviço de ônibus complementares e a operação de duas empresas municipais. Cada ônibus Euro 6 custa encaroçado R$700 mil já um elétrico não sai por menos de R$2 milhões. Ou seja: Jaboatão terá uma sistema anos à frente do operado pelo Consórcio Grande Recife.
Mais cimento
As vendas da indústria do cimento no Brasil apresentaram recuperação em abril, após retração no primeiro trimestre de 2024. Foram comercializadas 5,1 milhões de toneladas (crescimento de 12,1%) sobre o ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). A comercialização do produto no acumulado dos quatro primeiros meses do ano aumentou 0,2%.
Masterboi no SIAL
O frigorífico pernambucano Masterboi terá estande na SIAL China 2024, no Shangai International ExpoCenter. O evento vai reunir cinco mil expositores de mais de 100 países e deve receber 180 mil visitantes do hemisfério mais populoso do planeta. No SIAL de 28 a 30 de maio, no Expo Center, a Masterboi estará Hall E5, Estande G039.
E-books
O professor e mentor em Negócios e Finanças Corporativas, Aloísio Sotero lança série de E-books com foco em Inteligência Financeira para os Negócios. Já foram publicados: Os Segredos e Perigos dos Gastos Fixos e Simplificando os Negócios na Prática. A proposta, segundo Sotero, é maximizar a importância da educação financeira para fundadores e donos de negócios. Disponível no Linkedin
Doação ao RS
Os shoppings de Pernambuco abriram pontos de coleta para receber doações para a população do Rio Grande do Sul, que sofre as consequências das enchentes. Toda a arrecadação será entregue para a Central Única das Favelas (CUFA) - parceira da Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce) - que está articulando o envio através de companhias aéreas. O recebimento de doações será até o dia 19 de maio.
Sucesso da Corona
O sucesso da versão brasileira da cerveja mexicana Corona vendida no país em embalagens de vidro fez a Ambev rever os planos da puro malte. Está lançando três versões de embalagens inéditas no Brasil: garrafas de 600ml e latas de 473 ml e 269ml. Além da Corona Cero, a versão sem álcool de Corona.
Código padrão
A Associação Brasileira de Automação - GS1 Brasil vai aproveitar a Apas Show 2024 para mostrar a seus integradores parceiros a leitura do QR Code Padrão GS1 pelo smartphone que leva o consumidor a um universo de informações sobre os produtos como procedência dos ingredientes, aplicações de embalagem estendida, informações nutricionais e alergênicas e outras. Para a GS1 Brasil , o QR Code estampado nas embalagens deverá ser o padrão como foi o código de barras na década de 90.
Ricardo Essinger
Ricardo Essinger deixa o comando do Sistema FIEPE após dois mandatos dedicados ao setor industrial. Empresário do setor químico, Essinger continuará com as atividades em defesa do setor, já que ele permanece trabalhando pelo segmento como delegado representante junto ao Conselho da CNI.