Governo comemora Desenrola Brasil, mas Brasil continua com o mesmo número de inscritos no Serasa e no SPC Brasil
Durante o programa puderam ser renegociadas as dívidas que tenham sido negativadas de 2019 a 2022, e cujo valor atualizado seja inferior a R$ 20 mil.
O Desenrola Brasil, o Programa de Renegociação de Créditos Inadimplidos, criado pelo Governo Federal, com o objetivo de recuperar as condições de crédito de Devedores que possuam dívidas negativadas termina nesta segunda-feira (20) com 14,75 milhões de pessoas de pessoas tiraram seu nome do SPC, Serasa e no bancos.
Iniciado em outubro de 2023, a Faixa 1 engloba dívidas que tenham sido negativadas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022 e não podem ultrapassar o valor atualizado de R$ 20 mil cada (valor de cada dívida antes dos descontos do Desenrola).
O número é importante, mas o fato é que desde quando foi lançando há um ano como uma grande expectativa a performance do programa ficou muito abaixo do esperado porque a essência dos programa era apenas dar oportunidade a quem estivesse devendo fazer um novo acordo e tirar se nome da lista de restrições a compras a crédito.
A Plataforma do Desenrola Brasil disponibiliou a lista de dívidas que poderão ser negociadas no Programa, o desconto ofertado pelo Credor e a respectiva situação de cada uma delas. Tudo acessado de forma rápida e segura com sua conta do gov.br.
As negociações puderam ser feitas totalmente por meio digital, com uma navegação intuitiva e rápida, garantindo agilidade, comodidade e conveniência para a regularização dos seus débitos.
Isso não foi suficiente para que os números gerais caíssem por que as pessoas continuaram a ter o seu nome incluído na lista de devedores. Segundo dados do Serasa em março a inadimplência no Brasil cresceu pelo segundo mês consecutivo. O aumento é de 1,19% em relação ao mês anterior, que corresponde a um acréscimo de 855 mil no número de consumidores inadimplentes. Ao todo, são 72,89 milhões de brasileiros em situação de inadimplência.
Os brasileiros com idades entre 41 e 60 anos representam a maior fatia da população com nome restrito, com 35,1%. Na sequência estão as faixas etárias de 26 a 40 anos (34,1%), acima de 60 anos (18,9%) e os jovens entre 18 e 25 anos (11,9%).
Em outro levantamento. os dados de abril da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostram uma estabilidade no fenômeno da inadimplência.
Em julho de 2023, quando o Desenrola começou, 24,1% das famílias na cidade de São Paulo estavam com alguma conta atrasada. Em abril, esse volume foi de 22,6%.
Tem mais: número de inadimplentes no país teve mais um aumento em abril de 2024, em comparação com abril de 2023 e atinge 68,76 milhões de brasileiros. O Indicador realizado pela Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,82%) estavam negativados em abril de 2024. Na comparação com o mesmo período de 2023, o indicador apresentou crescimento de 2,84%.
A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em abril deste ano ficou acima da observada no mês anterior. Na passagem de março para abril de 2024, o número de devedores cresceu 0,40%.
Não foi por falta de esforço. As empresas e os bancos colocam na plataforma do Serasa 550 milhões de ofertas ainda estão disponíveis para negociação no Serasa Limpa Nome. No total, são mais de R$874 bilhões em ofertas disponíveis.
Mas a questão é bem simples. As pessoas preferem deixar o nome do Serasa e no SPC a se comprometer com mais uma prestação as vezes por dois anos.
Mas o setor bancário não tem do que se queixar. Mutirão Nacional se soma a outras iniciativas apoiadas pelos bancos, como o programa Desenrola Brasil, do governo federal, por meio do qual foram negociados 3,33 milhões de contratos no período entre 17 de julho e 31 de dezembro de 2023, beneficiando um universo de 2,7 milhões de consumidores.
Foram renegociados R 24,2 bilhões em volume financeiro, exclusivamente pela Faixa 2, em que os débitos foram negociados diretamente com a instituição credora, em condições especiais. Isso permitiu que os bancos retirassem das contas de possíveis prejuízos esses valores e os transformassem em novos contratos de empréstimos.
Ou seja, melhoraram seus balanços. Embora isso não significasse que os clientes pudessem voltar a tomar crédito ata o término da renegociação;
Também foram retirados de anotações negativas (restrições) cerca de 6 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R 100,00.