Sucessão nas novas famílias empresárias começa já na primeira geração

A preparação para a sucessão deve começar cedo, envolvendo filhos e filhas no ambiente de negócios e preparando-os para assumir responsabilidades

Publicado em 28/07/2024 às 0:05 | Atualizado em 29/07/2024 às 10:41

Aos 50 anos, Roberto Santos (nome fictício) construiu uma empresa de sucesso que gera mais de 300 empregos. Ele construiu também uma família com filhos que hoje estudam em universidades de ponta e um deles está fora do país concluindo sua formação. A empresa já tem mais de 20 anos e nesse período o empresário fez investimentos pessoais como imóveis e também em participação acionária noutros negócios. Este ano, ele decidiu contratar uma consultoria para preparar sua família para sua sucessão.

Pode ser surpreendente, mas o perfil de “Roberto Santos” é cada vez mais uma realidade no Brasil, um país onde aproximadamente 90% das empresas no Brasil são de origem familiar e onde apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à segunda geração e aproximadamente 5% à terceira. No mundo, 12% são geridas por família empresária de terceira e apenas 3% pela quarta geração ou além.

Média idade

Falar de governança para empresários de média idade - que podem ter no currículo o feito de construir uma empresa do zero ou junto com um sócio capitalista para o qual multiplicou o investimento inicial - é, de fato, um motivo de muito orgulho até pelo que a jornada da empresa se fez estrada junto com a do empreendedor.

Mas abordar a questão da sucessão quando a segunda geração sequer está na empresa não é tarefa simples nem comum; até porque é natural que o fundador acredite que estará ativo ou no comando da companhia que criou por, pelo menos, mais uma geração.

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Cambridge Family Enterprise Group - Divulgação

Faixa etária

O fato novo no mercado é que a oferta de serviços de consultoria está chegando a uma faixa etária mais baixa. Especialmente porque inicialmente elas, por óbvio, focaram no mercado da sucessão de famílias empresárias na terceira geração, quando a realidade se impõe e o tema entra em discussão seja por questões de saúde do fundador, discordância sobre os rumos da empresa entres os membros da segunda e, não raro, o desejo do empreendedor comandar e decidir sozinho quem vai lhe substituir.

Para o médico e empresário Boris Berenstein, a preparação para a sucessão deve começar cedo, envolvendo filhos e filhas no ambiente de negócios e preparando-os para assumir responsabilidades futuras, porque as empresas familiares enfrentam cada vez mais cedo os desafios específicos relacionados à interação entre membros da família e à gestão empresarial.

Faz sentido. A geração de novos empresários no Nordeste do Brasil tem se destacado pela criação de negócios inovadores e de sucesso. Isso é um fato cada vez mais perceptível na formação de novas empresas criadas com grandes blocos de capital de empresários que antes dos 50 anos construíram e dirigem hoje suas próprias empresas.

Empreendedores

Não são empresas que receberam de seus pais. Nem empresas em que viraram sócios por herança. São negócios que aproveitam novas oportunidades de mercado nem sempre na Região, como parceiros de outras regiões, e que geram patrimônio que em algum momento serão transferidos para os seus filhos, quase sempre fora do empreendimento ou estudando para se habilitarem à gestão dessas empresas.

Berenstein que cuidou de programar a sua própria sucessão a até criou um empresa para atuar nesse mercado está se juntando a Antonio Jorge Araújo e Elane Cabral como parceiro estratégico no Nordeste de ninguém menos que a prestigiada Cambridge Family Enterprise Group para apoiar as famílias empresárias do Nordeste. Ele adverte que, para garantir a longevidade e a sustentabilidade dessas empresas, “é fundamental que esses empreendedores também invistam na governança e na sucessão familiar”.

Abordar o tema

A consultora Elane Cabral, que junto com Antonio Jorge Araújo, vem ajudando diversas famílias empresárias no Norte e Nordeste a organizarem sua sucessão, reconhece que esse tema pode parecer incômodo inicialmente. “Mas é crucial para a perpetuidade dos negócios familiares e exige atenção desde as primeiras etapas de formação da empresa”.

Ela afirma que implementar boas práticas de governança ajuda a organizar a estrutura da empresa e melhorar o perfil e a capacidade de contribuição de seus membros. No final ajuda a definir claramente responsabilidades e evitar conflitos.

Expectativas

E diz que isso pode ser facilitado quando já na primeira geração esse tema é colocado para os integrantes das famílias empresárias. Esse é o momento em que as preocupações dos fundadores ainda estejam centradas no núcleo familiar sobre qual carreira os filhos devem construir, mas é importante lembrar que as expectativas sobre a participação da nova geração na empresa normalmente existem e devem ser conversadas.

O sócio de Cabral e Berenstein no projeto com a Cambridge, Antônio Jorge Araújo, lembra que a governança é um pilar para a sustentabilidade e o crescimento a longo prazo das empresas familiares.

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Antonio Jorge Araújo, Boris Berenstein e lembra uma afirmação de Roberto Vidal e Elane Cabral com o sócio da Cambridge no Recife. - Divulgação

Melhor formação

“Nós temos constatado o fato de que os novos empresários têm alcançado resultados impressionantes, criando negócios que geram emprego e inovação. Talvez pela melhor formação, experiência noutras empresas que não as de suas famílias, vivências fora do país e viagens de negócios. Daí ser essencial que esses jovens empresários se preocupem não apenas com o crescimento imediato, mas também com a governança e o futuro de suas empresas.”

Boris Berenstein alerta que a sucessão deve ser planejada de forma estratégica, visando a continuidade e o sucesso do negócio. “É necessário que os atuais líderes se preparem para delegar funções e capacitar a próxima geração. E isso já pode começar na primeira geração”.

Empregadoras

Berenstein recorre a dados estatísticos irrefutáveis. As empresas familiares são responsáveis por cerca de 65% do PIB nacional e empregam 75% da força de trabalho. No Nordeste, por exemplo, 80% das empresas na região são familiares, conforme os dados da FIEPE.

“Então quando se analisa o impacto econômico delas como motor de crescimento se observa que elas são responsáveis por uma parcela significativa da economia regional, contribuindo de forma substancial para a geração de empregos e desenvolvimento econômico local”.

Cambridge Family

Para Antônio Jorge Araújo, a abordagem desse mercado de consultoria no Norte e Nordeste com a parceria da Cambridge Family Enterprise Group, fundada pelo professor John Davis, que é referência global em governança e sucessão de empresas familiares, oferece uma abordagem do tema embasado em centenas de experiências internacionais.

Para ele, a presença da Cambridge com uma sede regional no Recife representa desafios mas essencialmente oportunidades por uma crescente demanda por capacitação em governança e sucessão na Região. Abre perspectivas de se construir programas em parceria com instituições empresariais como a Fiepe e outras, de modo a atender essa necessidade que em muitas empresas sequer é percebida.

Transição em vida

Antonio Jorge Araújo lembra uma afirmação de Roberto Vidal, sócio da Cambridge, numa recente visita ao Recife, quando disse que é preciso preparar essa transição em vida e não diante de um colapso. “O que a Cambridge faz é apoiar essas famílias para encontrar esse caminho da regeneração.”

Para Boris Berenstein, abordar a necessidade de uma governança eficaz e de tratar a questão do planejamento sucessório, adequado mesmo para famílias empresárias de primeira geração, é estimular práticas saudáveis que podem garantir a longevidade e o sucesso de suas empresas familiares.

O recado de Berenstein, parceiro estratégico de Antônio Jorge Araújo e Elane Cabral no projeto junto com a Cambridge, faz mesmo muito sentido. Afinal, segundo dados recentes do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), 75% das empresas familiares brasileiras sequer possuem um plano de sucessão formal.

Fernando Castilho
Prefeita vai lançar dois novos habitacional nas cinco quadras proxima a Avenida Barão de Souza Leão. - Fernando Castilho

Habitacional top

Um conjunto de cinco quadras entre a Rua Barão de Souza Leão, Dez de Julho, Vinte de Janeiro e a Estação Aeroporto do Metrô onde existiam 85 casas construídas ainda durante a II Guerra Mundial quando o Recife abrigou a II Comando Aéreo Regional na região do Aeroporto do Recife vai abrigar dois conjuntos residenciais como um total de 528 apartamentos financiado pela Caixa Econômica para a Prefeitura do Recife na modalidade FAR (Fundo de Arrendamento Residencial) que atende famílias de baixa renda.

O modelo FAR atende a imóveis com valores de até R$164 mil e são encaixados na Faixa 1 que entrega os imóveis de graça para as famílias selecionadas. Ele é diferente do programa Morar Bem, do Governo do Estado, que atende famílias com renda de até dois salários mínimos, mas que são vendidos com o Estado pagando até R$20 mil de poupança.

A modalidade MCMV FAR também tem o Govenro trabalhando com projetos para a Faixa 1 distribuidos em em diversos municípios, inclusive no Rec

Área privilegiada

Os terrenos estão numa área circundada por imóveis residenciais e comerciais e é vizinha à estação do Metrô e do Terminal Integrado de Passageiros que se conecta ao aeroporto. Eles foram repassados à Secretaria do Patrimônio da União depois da desativação das unidades militares da Aeronáutica e foram doados à Prefeitura do Recife que repassará os terrenos para o FAR dentro do seu programa habitacional de seis habitacionais aprovados, totalizando 1.432 unidades.

Segundo o secretário municipal de Habitação, Ermes Costa afirma que 1.432 unidades são um número recorde para Pernambuco em um único edital. “As inscrições aprovadas pela Prefeitura do Recife são as de maior volume no estado por qualquer ente público ou privado em uma única cidade”.

Público alvo

Mas segundo Costa a PCR ainda não definiu o público a ser beneficiado embora o conceito da administração municipal seja o de atender as comunidades no raio de até dois quilômetros e que estejam com projetos de urbanização previstos ou em curso.

O conjunto Vila Aeronáutica I com 288 unidades foi feito pela Construtora Baptista Leal. O Vila Aeronáutica II com 240 unidades foi feito pela Construtora Nord cujas propostas foram selecionadas pelo Ministério das Cidades. As construtoras estão em fase final de aprovação dos projetos de entrega de documentação junto a Caixa Econômica.

A Faixa 1 do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial) atende a população em vulnerabilidade e quem é selecionado para as unidades precisa estar recebendo Bolsa da Família ou BPC que recebe o apartamento de graça.

Baixa renda

Para o secretário, os dois projetos fazem parte da proposta da PCR de democratização do uso da cidade. E que esses empreendimentos permitirão que pessoas de baixa renda morem em um local com toda infraestrutura, uma região de predominância da classe média é permitido o combate às desigualdades e especialmente, garantindo uma moradia digna.

Além dos dois projetos em Boa Viagem, a Prefeitura do Recife obteve autorização para os habitacionais Caiara I (192 unidades); Caiara II (192 unidades); Caranguejo Tabaiares (280 unidades) e Antero Mota com 240 unidades. Eles devem ser anunciados em agosto se as construtoras fecharem sua habilitação, o que permitirá à Prefeitura do Recife decidir em que comunidades do entorno as famílias serão selecionadas.

Ouvindo o operador

O Consórcio CID Convenções, que administra o Pernambuco Centro de Convenções, entregou ao mercado o novo conjunto maior que inclui três salas moduláveis, para até 500 pessoas cada uma. No formato de ambiente único, a capacidade chega a duas mil pessoas, totalizando 1.400 m². O segundo espaço abriga até 600 pessoas e se integra a três salas de apoio de 40 m², somando 584 m².

Organizadores de congressos e eventos de negócios passarão a contar com um ambiente de credenciamento renovado com 10 estações de trabalho oferecendo ponto de energia. A empresa atendeu a reivindicação do trade turístico e definiu que haverá exclusividade apenas do fornecedor de internet balizado por critérios técnicos e de compartilhamento, incluindo a parceria e a qualidade de relacionamento com os “realizadores de eventos”.

Wagner Ramos / PCR
O Compaz Leda Alves é o sexto Centro Comunitário da Paz (Compaz) da capital pernambucana e custou investimento de R$ 15,5 milhões. - Wagner Ramos / PCR

Equipamento caro

Anunciado com o nome federal de Construção de Centros Comunitários pela Vida (Convive) p projeto do Governo Lula na nova ação do PAC Cidades Sustentáveis e Resilientes têm como inspiração a experiência bem sucedida dos nossos Centros Comunitários da Paz - COMPAZ criados na gestão Geraldo Julio como proposta do então deputado Raul Henry.

O equipamento é adequado para oferta num só lugar de serviços assistenciais e de cidadania. O CONVIVE será um equipamento público de prevenção à violência e redução da criminalidade no âmbito municipal, que visa à promoção da cultura de paz, geração de oportunidades e inclusão social em territórios vulneráveis e em outras áreas de descoesão social.

Nesta sexa-feira (26) o presidente Lula anunciou 30 espalhados em municípios de 24 estados. Mas o Compaz não é barato. Além dos recursos de construção (em média R$15 milhões) , ele exige manutenção de ao menos R$6 milhões por ano com vem gastando a Prefeitura do Recife que este ano reservou R$26,3 milhões para os seus seis equipamentos em operação. Ou seja, a prefeitura tem que se preparar para essa nova despesa.

Wagner Ramos / PCR
O Compaz Leda Alves custou investimento de R$ 15,5 milhões de recursos da PCR - Wagner Ramos / PCR

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