Perda do discurso social assusta Lula, PT, ministros do partido diante de um 2026 que é logo ali
O discurso da perda de identidade chega com base em análises e interpretações dos velhos formadores de opinião do PT nas universidades.
Nas últimas duas semanas, uma pergunta assalta o presidente Lula, o seu entorno e formadores de opinião do Partido do Trabalhadores: com qual discurso o presidente e seu grupo político vão se apresentar em 2026 para a disputa de uma eventual campanha de reeleição se tiverem perdido o discurso de conquistas sociais que ele resgatou no seu terceiro mandato?
A questão se tornou presente diante de um conjunto de sugestões que os ministros Fernando Haddad, Simone Tebet e Esther Dweck apresentaram ao presidente como tentativa de solucionar a grave crise que se aproxima em 2025, quando o governo terá que cumprir as regras do programa gestão das contas públicas, o chamado Arcabouço Fiscal.
Após impeachment
Esse é um programa que ele mesmo apresentou e aprovou no Congresso, em 2023, como alternativa à lei do teto de gastos que Michel Temer aprovou em 2018 após o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
O presidente resiste. E só aceitou que o ministro da Fazendo fosse adiante em formular uma proposta porque entendeu que precisa tomar uma atitude diante de um conjunto de evidências que apontam para a manutenção de uma taxa básica de juros em alta e crescente.
Maior inflação
Também porque a taxa da inflação futura também vai nessa direção; do cenário de incertezas para a economia brasileira diante da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e a desorganização das contas de seu governo que ele próprio estimulou como estratégia de devolução do pacote de benefícios sociais que os governo do PT aprovaram ao longo de 16 anos de gestão federal.
Lula não gosta da ideia e não quer assumir o papel de controlador das finanças públicas do governo e, muito menos, da possibilidade de terminar o terceiro mandato com a marca de ter cortado benefícios sociais de quem não tem como se sustentar.
Cenário de Tebet
Só que o cenário que Haddad, Tebet e Dweck mostraram não lhe permite mais contornar a situação. Se quiser abordar a questão de frente pensando num possível resultado das contas públicas que, segundo os ministros, poderão ser exatamente o eixo do discurso a ser apresentado em 2026.
Nas últimas semanas, o presidente até aceitou ouvir. Teve longas conversas com seu ministro da Fazenda que, aparentemente, o convenceu que a decisão de resgatar todos os programas que implantou ao longo de seu governo se tornaram caros demais e que - mesmo Haddad tendo aumentado a arrecadação - se tornaram insuficientes.
Receituário amargo
Mas o que assusta o presidente é o receituário prescrito. Ajuste rigoroso na gestão de todos os programas sociais, revisão de acesso e suspensão de novas categorias.
Eles querem até mesmo mudanças da Constituição de modo a desvincular os benefícios ao salário-mínimo e ao crescimento da arrecadação dos ministérios da Educação e Saúde. Mesmo que na outra direção, o governo aperte a revisão de todo um conjunto de desonerações às empresas, lhe perturbam.
Segunda opinião
Presidentes de democracias em situações como a vivida por Lula, normalmente pedem uma segunda e terceira opinião. É normal e a História registra que a saída encontrada veio do confronto dessas visões.
O que preocupa os analistas e congressistas que acompanham a questão é que o presidente não tem boas opções no seu entorno e, muito menos, no partido que criou e a quem deu os maiores e mais visíveis ministérios. Se ouvi-los, o projeto de Haddad, Tebet e Dweck já era.
A demora na possível decisão de Lula já permitiu que, mesmo sem pedir, a opinião deles já chegasse a partir das conversas dos ministros para mostrar as propostas. E todas em total resistência à ideia de cortes nas pastas, inclusive, quando se propõe ajustes operacionais, recomendação recebida com uma crítica às suas gestões.
Ainda que não tenham sido reveladas em seu inteiro teor, o conjunto de reações internas tem sido tão violento que o presidente concordou em que a equipe econômica forneça mais dados e mais opções ao primeiro diagnóstico. Até porque os ministros têm acesso direto ao presidente e não hesitaram em procurá-lo e deixar claro a insatisfação.
Perda de identidade
E para resistir, o discurso da perda de identidade já está chegando com base em análises e interpretações dos formadores de opinião do PT nas universidades e antigos auxiliares diretos de Lula noutros governos. Eles verbalizam a tese de que a atitude de cortar benefícios já consolidados é o fim da possibilidade de uma disputa com chances de vitória em 2026.
Gosta da ideia
Todos sabem que Lula é receptivo a esse discurso. Sabem que o presidente só aceitou abrir essa discussão porque percebeu que o seu terceiro governo ao final de dois anos não é, nem de longe, o dos anteriores e que o mundo que habita é inteiramente diferente do que liderou até 2010.
E, aparentemente, percebeu que precisa tomar uma atitude que jamais imaginou quando foi eleito em 2022 quando acreditou que o caixa do governo poderia bancar o conjunto de benefícios sociais que criou e que segundo sua interpretação foram suprimidos por Jair Bolsonaro a partir de uma visão equivocada.
Novas armadilhas
O presidente tinha, e ainda tem, certeza nessa avaliação e não percebeu as armadilhas criadas pelo seu antecessor e que potencializou quando (re)inaugurou os programas.
A ideia de agregar ganho ao salário-mínimo e ampliação das condições de acesso ao Bolsa Família, por exemplo, encontraram um INSS como mais 15 milhões de segurados aposentados que tinha em 2010. A base de remuneração do PBF saiu de R$2 bilhões, em 2018, para R$20 bilhões em outubro passado e de R$200, para R$700, 00 em média.
Mais benefícios
Além disso, o próprio envelhecimento da população contratou a explosão do déficit da Previdência, mesmo como a reforma de 2020 e que se mostrou insuficiente. O mesmo envelhecimento que leva mais gente que não contribuiu para o BPC a partir de 65 anos.
Mas tudo isso são apenas detalhes. No fundo, o que assusta o presidente é a possibilidade de mesmo fazendo os cortes, a economia das contas não ser percebida pelos seus eleitores ou ser rejeitada por eles.
O que fazer
O fato é que o quadro de 2025 deixou de ser uma opção. A crise contratada já não dá mais ao presidente opções de escolha.
O desafio de Lula é ceder aos seus conceitos de um político de 78 anos e decidir por uma solução que tente agradar a todos mesmo sabendo que pode no final desagradar a todos e chegar a 2026 inviabilizado como candidato à reeleição.
Continua na página seguinte
Emprego industrial
O emprego na indústria não cai há um ano. De acordo com a nova edição dos Indicadores Industriais, da CNI, revela que o emprego na indústria não cai há um ano na passagem de agosto para setembro, completando 12 meses consecutivos sem variar negativamente. Nos nove primeiros meses deste ano, o emprego cresceu 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além do emprego, outros indicadores ligados ao mercado de trabalho subiram em setembro. Entre janeiro e setembro de 2024, o índice acumula crescimento de 3,1% ante o mesmo recorte de 2023. O rendimento médio real dos trabalhadores industriais subiu 0,2% em setembro.
Novos Gestores
A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) promove os dias 11 e 12 de novembro, no Hotel Canários de Gravatá o seminário “Gestão que Transforma”, O debate será liderado pelo presidente da Associação e prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia; pela a prefeita de Surubim e diretora da Amupe, Ana Célia; e o prefeito de Limoeiro, Ornando Jorge. Na sequência, às 11h00, será a vez do painel “Transição de mandato”, com o auditor do Tribunal de Contas do Estado, Lucas Penteado.
De caro a café
O Grupo SADA, maior conglomerado de logística e transporte de veículos zero quilômetro da América Latina( ele transporta os nove carros da Jeep Goiana), está entrando no transporte de grãos de café para exportação. Com um investimento inicial de R$11 milhões, a empresa aposta em um segmento em franca expansão para diversificar suas operações. As atividades tiveram início em janeiro deste ano com expectativa até o final do ano é de transportar 37 mil toneladas.
Locar elétrico
Estimativa da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) indica que o chamado “Carro por Assinatura” já representa entre 8% e 10% da frota total do setor, que em 2023 fechou em 1,57 milhão de automóveis e comerciais leves. tecnologia no contexto empresarial brasileiro.
Kroma Energia
A pernambucana Kroma Energia ganhou um dos lotes da licitação nº 009/2024 promovida pela Empresa Gerencial de Projetos Navais, representante da Marinha do Brasil, para fornecer energia no mercado livre. A assinatura do contrato ocorreu nesta quinta-feira (31), no Rio de Janeiro.
Com duração de cinco anos, o contrato começará a vigorar nos próximos meses. A expectativa é que, até o início de 2025, mais de 50% da carga gerada já esteja no mercado livre, resultando em uma redução média de 34,5% nos custos e uma economia estimada de R$1 milhões até 2030. A Kroma fornecerá energia para o Hospital Naval de Salvador e a Base Naval da Bahia.
Envelhecer melhor
Um estudo feito de forma autoral e exclusivo pela Neura, curadoria de estudos comportamentais, revela que 80% dos entrevistados acreditam ser possível se preparar para envelhecer mais e melhor, mas apenas 4% das pessoas relatam que se planejaram para isso. No trabalho intitulado de Permanência da Impermanência, 9% mudaram de hábitos recentemente, forçando nisso.
Casa Brasil
A Sudene e o IBGE inauguram no Recife ,dia 25, a Casa Brasil IBGE SUDENE. A proposta da unidade estabelece ações práticas para o desenvolvimento do Nordeste, a partir de Acordo de Cooperação Técnica e plano de trabalho assinados entre as entidades. O objetivo é que até 2026, ano de aniversário de 90 anos do IBGE, a unidade também tenha uma versão expo de memória e tecnologia, base do projeto da Casa Brasil IBGE.
Uso de água
A empresa pernambucana Foz Sustentável que tem por objetivo resolver o problema do desperdício de água no Brasil, firmou parceria com a Secretaria de Educação do Recife para incentivar e educar alunos e professores quanto à conscientização e a importância de cuidar do bem mais precioso do planeta: a água dentro do projeto social Escolas + Sustentáveis. A Foz Sustentável é uma franquia barata de sustentabilidade lucrativa, que tem o objetivo de resolver o problema do desperdício de água no Brasil.
Caixa e BNDES
O presidente do BNB, Paulo Câmara, a diretora Financeira e de Crédito do BNDES, Maria Fernanda Coelho e a diretora da JIVE-Mauá Capital, Karla Bertoco são os convidados do debate sobre as “Perspectiva de Financiamento e Investimento em Infraestrutura no Nordeste” vai tratar dos recursos e do crédito capaz de preparar a base do futuro da região no Análise Ceplan 2024-2025, que dia 27, no Business Center da Torre 5, do Riomar.