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Desafio do governo Lula para reduzir inflação é não dar ouvidos a gente que ainda fala em tabelamento

Agronegócio do Brasil roda em dólar devido a volume exportado e que atende a quase um bilhão de pessoas ao redor do mundo com grãos e proteína animal.

Por Fernando Castilho Publicado em 24/01/2025 às 0:05

No Brasil de hoje falar em reduzir o preço dos alimentos é um assunto tão sério que só deveria ser tratado diretamente pelo presidente da república e pelo ministro da Fazenda em privado. Isso não quer dizer que ministros como Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura) não possam tratar do tema. Mas nenhum deles tem autoridade para falar em nome do governo, mesmo para dizer que estão tendo apenas ideias.

Explica-se: nos últimos 30 anos o Brasil se tornou uma potência global de produção e exportação de alimentos que qualquer conversa mal explicada sobre esses produtos têm impacto na economia, especialmente no mercado financeiro.

Efeito financeiro

Falar que o governo está analisando medidas para intervir de alguma forma nesse setor tem o efeito não apenas no campo, mas nas mesas de câmbio e plataformas de commodities. Pelo simples fato de o Brasil hoje ser o gigante na exportação desses produtos e a cada ano conquistando mais posições em dólar.

O caso do milho e do algodão são referências globais. Em 2000, o Brasil comprava milho da Argentina e Estados Unidos. Hoje, com sua colossal produção, lidera a exportação. Em 2015, o Brasil não exportava fibra de algodão, hoje lidera a exportação numa meteórica ascensão de levou apenas uma década.

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Carne bovina Frigorifico Masterboi TO. - Divulgação

Topo do ranking

Quando se lista os 10 produtos brasileiros mais exportados, oito são agrícolas. Se forem retirados da lista o minério de ferro e seus concentrados (9,1%), o terceiro da lista e os óleos combustíveis de petróleo (3,6%), o quinto da lista pode-se tranquilamente incluir algodão e suco de laranja, fechando o pacote de 10 itens. De novo: Tudo negociado em dólar.

O Brasil lidera as exportações de soja, café, milho, algodão, açúcar, celulose, carne bovina, frango e caminha para incluir na lista o suíno.

Um bilhão

Essa produção atende às necessidades calóricas de 900 milhões de pessoas ao redor do mundo. Em 1977, tudo que produzimos no campo somou 47 milhões de toneladas. Ano passado, chegamos a 312 milhões de toneladas. Em 2025 vamos chegar a 322 milhões de toneladas.

Isso é muito bom, pois rendeu U$152 bilhões. Mas quer dizer que nos obriga a trabalhar com os preços em dólar que refletem isso no preço real.

Custo das brigas

Ou seja: quando o dólar sobe (alô presidente Lula, lembra das brigas com Campos Neto e as declarações de que não existe gasto, mas investimento?), isso bate nos preços da carne, do fubá de milho e derivados, nos derivados de soja e vai por aí. Não é só no trigo que vem da Argentina e do Canadá.

Quando se fala de Brasil tem umas coisas interessantes, seja pelo tamanho seja pelo que o agronegócio entrega. No Brasil, apenas 8% do território tem atividade agrícola. Na Argentina são 14% do território, nos Estados Unidos e China 18%, enquanto na França chega a 58% do território nacional e na Índia vai a 61%.

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Preços dos alimento snos supermercados. - Divulgação

Produtividade

Então, os nossos números querem dizer produtividade e altíssima tecnologia embarcada. É por isso que se diz que o Brasil pode alimentar dois bilhões de pessoas do mundo se incluir na produção regular as atualmente áreas degradadas.

Claro que o nosso mercado de 200 milhões é o que faz rigorosamente todas as indústrias internacionais de processamentos desses produtos estarem aqui com plataformas de classe mundial.

Consumo interno

Até porque o Brasil não exporta tudo de colhe no campo. Mas o dólar impacta sim e termina no INPC que mede nossa inflação de cada dia.

Então, não dá para pensar em intervir nesse mercado como ocorreu no passado. Não seria um equívoco. Seria estupidez mesmo. Por isso que não dá para começar a “assuntar” soluções criativas.

Sem ideia velha

E ninguém deve achar que vai ser o pessoal dos programas sociais de Desenvolvimento Agrário quem vai segurar o tranco. Tem que juntar mais gente.

Certo, mas o que fazer se a inflação está subindo? Essa é a pergunta que aflige o governo com muito ministro açodado achando que tem que intervir e criar soluções para aqueles que eles acham que são seus eleitores cativos. Aqueles que eles ainda acham que votam no governo por afinidade ideológica.

Esfriar temperatura

Calma. Primeiro é preciso criar condições para ajudar a inflação baixar. Dizer (e mostrar) que quando se fala de compromisso com controle de gastos é sério.
Não dá para deixar ministro solto tirando onda de gastador todo dia anunciando programa que aumenta a despesa. E isso inclui os do Partido dos Trabalhadores.

Ouvir o produtor

Depois é preciso conversar com quem produz e entrega comida. Saber se mesmo com preço em dólar é possível reduzir os custos de produção em real de modo a chegar na ponta. E não atrapalhar querendo intervir no mercado.

Depois de um quarto do século XXI, o governo Lula precisa entender que o nosso campo é globalizado. E que o chamado agronegócio olha para os competidores internacionais, não para o pessoal do MST.

Risco do passado

Mas o governo poderia ajudar a baixar a inflação se não se meter a reinventar a roda. Sabendo que ainda tem muita gente dentro do governo achando que o ideal seria um tabelamento e sair caçando produtor rural o chamando ele de especulador.

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Embratel anunciou acordo estratégico com a Unimed do Brasil. - Divulgação

Unimed na Amazon

A Embratel anunciou acordo estratégico com a Unimed do Brasil para implementar projeto que visa acelerar a adoção de nuvem entre as 340 cooperativas presentes em todo o território nacional. O foco é ajudar as cooperativas que migraram de seus ambientes locais (on-premises) para a nuvem da Amazon Web Services (AWS), preparando seu sistema para uma transformação digital mais robusta, com ênfase na eficiência dos dados e no uso de Inteligência Artificial Generativa.

Brazil Games

A Abragames e ApexBrasil estão renovando a parceria e ampliam a missão de capacitar e criar oportunidades de negócios para estúdios brasileiros de games. Ela foi iniciada em 2012 com a meta principal apoiar a indústria brasileira de games na geração de novos negócios e internacionalizar o setor por meio do projeto setorial Brasil Games na exportação desenvolvido entre as duas partes. Desde o começo, a parceria já crescimento de mais de 3500% nas exportações do setor que apoiou mais de 340 empresas e dois mil empreendedores em suas jornadas de internacionalização.

Portabilidade

A portabilidade numérica em Pernambuco em 2024 chegou a 3,02 milhões de transferências entre prestadoras desde que foi implementada, a partir de setembro de 2008.Dessas, 571,73 mil (19%) para usuários de telefones fixos e 2,44 milhões (81%) de telefones móveis. No Brasil 96,55 milhões de transferências foram realizadas.

Teixeira de Freitas

O diretor da empresa Styluz Brasil, Lourenço Cunha revela que a companhia venceu a concorrência para formalizar a PPP do parque de iluminação pública da cidade Teixeira de Freitas na Bahia num investimento de mais de R$30 milhões.

Alimentos e bebidas

A indústria de alimentos e bebidas no Brasil já é responsável por cerca de 10,7% do Produto Interno Bruto (PIB). O setor mantém aproximadamente 2 milhões de postos de trabalho diretos e formais. Além disso, o Brasil se destaca como o maior exportador de alimentos industrializados do mundo, com seus produtos alcançando 190 países ao redor do globo. Em 2024, o setor faturou US$32,2 bilhões em exportações de alimentos industrializados, um crescimento de 8,4%.

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Piso Nacional dos Professores - Divulgação

Municípios

A Confederação Nacional de Municípios (CNM)Em 2025, divulgou a informação de que no primeiro ano de mandato dos gestores municipais eleitos no último pleito,terão problemas com o critério de reajuste do piso nacional do magistério. Apenas entre 2022 e 2024, a União publicou reajustes de 58,71% para a categoria, com impacto de R$61 bilhões apenas para os entes locais. A CNM lembrou que a folha de pagamento do magistério municipal corresponde a 29% do total gasto com pessoal nos Municípios.

Esportes da Sorte

O grupo pernambucano Esportes da Sorte entrou nesta quarta-feira (22), na lista de empresas autorizadas a operar apostas de quota-fixa no Brasil. A autorização contempla as duas empresas do grupo: Esportes da Sorte e Onabet. O Esportes da Sorte realizou o pagamento da outorga de concessão no dia 13/01/2025 e iniciou os trâmites transitórios dos sites de suas marcas para os respectivos novos domínios: www.esportesdasorte.bet.br e www.ona.bet.br.

Expansão

A escola canadense bilíngue ABA Maple Bear amplia atuação e começa semana que vem a funcionar com sua segunda unidade, com foco em Educação Infantil, em Boa Viagem. Há 18 anos no bairro dos Aflitos, a instituição faz parte da ABA Global Education, tradicional grupo educacional conhecido também pela sua escola de inglês, que atua desde 1987 no Recife.

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Carrinho de construção com pneus feito de sobras de borracha de sandálias Havaianas - Divulgação

Havaianas

Desenvolvido pelo Grupo Force, da Paraíba, um pneu maciço para carrinhos de construção é fabricado a partir de resíduos industriais provenientes da produção das conhecidas sandálias Havaianas. Uma parceria da Alpargatas, dona da marca, se juntou à Tramontina dentro de um pacote de incentivo à Economia Circular. O carrinho já está sendo vendido no mercado.

Ganho real

Em tempos de melhoria da economia, o Dieese revelou que ao menos oito em cada dez (85%) negociações salariais tiveram reajustes acima da inflação para os trabalhadores no ano passado. Apenas 11,4% das negociações tiveram reajustes iguais à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e só 3,6% ficaram abaixo do indicador. Considerando todos os reajustes, o ganho real médio do trabalhador subiu 1,37% em 2024. Foi também a maior alta já registrada pela pesquisa, iniciada em 2018.

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