Porque precisamos ler com atenção o que diz Thomas Friedman sobre o Brasil na era Donald Trump
Os veículos elétricos mais populares da China sejam feitos pela Xiaomi e Huawei, ambas empresas de smartphones, e pela BYD, uma empresa de baterias.
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Na sua coluna The New York Times desta quarta-feira (29), o jornalista Thomas Friedman vencedor de três Prêmios Pulitzer faz um alerta que deveria ser lido por diversos setores do governo brasileiro quando afirma que “no século 21, dominará o país que tiver o ecossistema mais inteligente, barato e eficiente de IA, veículos elétricos, baterias inteligentes e eletricidade limpa abundante. Assim como, na Era Industrial, dominava quem tinha o maior ecossistema de carvão, aço, petróleo e motores de combustão”.
Fronteiras americanas
O texto foi reproduzido, em português, pelo jornal O Estado de S. Paulo faz uma analogia interessante quando diz Donald Trump que foi eleito com o discurso de conter eleito para administrar melhor as fronteiras americanas e conter a lacração de esquerda, precisa tomar cuidado com a lacração da direita na questão energética que ao menos até agora tem sido muito boa para a China que ao contrário do grito de guerra de Trump, “perfure, baby, perfure” está cuidando de produzir carros elétricos, ter sistemas de armazenamento e produção de energia limpa e abundante.
Efeito Deep Seek
O comentário vem a propósito do evento da startup chinesa de IA, Deep Seek que revelou seu mais novo modelo de IA, R1, que demonstrou um novo nível de poder de raciocínio capaz de alcançar com um algoritmo mais inteligente e sem importar os chips mais avançados dos EUA graças às restrições ao seu uso impostas pelos americanos à China e ele chama a atenção na questão dos carros elétricos fazendo uma conexão bem pertinente ao dizer que carros elétrico são apenas smartphones, robôs inteligentes e baterias inteligentes sobre rodas.
“Portanto, não surpreende que alguns dos veículos elétricos mais populares da China sejam feitos pela Xiaomi e Huawei, ambas empresas de smartphones, e pela BYD, a empresa de baterias. As empresas chinesas vêm construindo dispositivos de transporte digital, não apenas carros”, escreve Friedman.
Smartphones de rodas
Ele continua afirmando que enquanto muitas empresas automobilísticas dos EUA ainda estão construindo carros que se conectam ao seu telefone a montadora de automóveis de crescimento mais rápido do mundo, BYD está investindo US$14 bilhões em tecnologia de direção autônoma. Ele lembra que “uma das decisões industriais mais fatídicas tomadas nos EUA foi quando a Apple e o Google decidiram não fabricar carros”.
O Brasil precisa saber como se colocar nesse mundo ancorado em IA, carro elétrico e geração de energia limpa especialmente na questão de ampliar o uso dessa energia limpa a partir de aumento ou instalação de uma capacidade de armazenamento de energia.
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Discurso falso
Isso tem a ver em primeiro lugar em reorganizar o discurso periférico de muitas empresas que se apressam em dizer que estão usando energia limpa após fecharem um contrato de compra de energia solar e eólica condenando a realidade que o Brasil ainda possui (já que não tem como armazenar essa energia) de usar a energia gerada por térmicas que aguentam o tranco quando a noite chega e o vento cessa.
O discurso da energia 100% não é honesto por parte das empresas se não incluírem nos seus documentos a palavra equivalente.
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Energia limpa
Mas o desafio do Brasil não é só produzir e armazenar energia limpa. Como lista Friedman precisou ter um horizonte e uma estratégia para o carro elétrico que o consumidor, aliás, encontrou uma alternativa quando optou pelo híbrido plug-in já que não temos nenhum programa de instalação de postos de abastecimento nas estradas. Na verdade, o Brasil precisa pensar e definir como vai fazer essa tal transição energética usando a sua matriz verde combinando hidrelétrica, solar, eólica e PCH e a nuclear de forma eficiente.
E Thomas Friedman chama a atenção para uma obviedade relacionada ao carro elétrico quando lembra que no fundo um veículo elétrico nada mais é que um smartphone de rodas conectado em tempo real. Esse fundamento está nos veículos à combustão a partir dos sistemas de conectividade embarcados, mas no elétrico ele atinge o estado da arte.
Onde se colocar
Então, a questão que se coloca para o Brasil um país que não precisou sujar sua matriz embora ainda tenha pontos de poluição de geração como fizeram os demais países inclusive a própria China é o que queremos nesse novo mundo movido a eletricidade? Exatamente por termos as melhores fontes limpas. E isso inclui definir como isso pode ser melhorado com inteligência artificial.
Certo, num governo que precisa cuidar de temas imediatos como a inflação que pode inviabilizar o próprio governo, falar de ecossistema mais inteligente, barato e eficiente de IA, veículos elétricos, baterias inteligentes e eletricidade limpa abundante pode soar como um horizonte distante. Pode. Mas sempre é bom lembrar que essa realidade já se impôs no mundo independentemente de nossa vontade. O que se discute aqui é como não se perder dentro dela.
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Petrolina e Azul
O governo de Pernambuco precisa reavaliar os benefícios que concede às empresas aéreas para que ampliasse sua conexão com o Aeroporto Internacional do Recife. Ontem, a Azul informou que reduzirá, em março, para apenas um, os voos de conexão com a cidade de Petrolina. Detalhe: vai trocar a Embraer 195 por uma ATR-600. A passagem Recife Petrolina tem preço médio de R$3 mil, igual ao destino da mesma companhia para Congonhas e Guarulhos. Assim, a cidade terá apenas 60 lugares uma vez que a empresa é a única a atender o destino.
Lá como aqui
A taxa de emprego em Portugal (eles usam a terminologia ao contrário do IBGE) atingiu em Dezembro, o índice mais elevado desde 1998. Estimativas feitas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) dão conta de que 5,127 milhões de pessoas estão empregadas no país. Trata-se do maior número desde Fevereiro de 1998. No país a taxa de desemprego foi de 6,4% da população economicamente ativa.
Monitor de Secas
A última atualização do Monitor de Secas, entre novembro e dezembro de 2024 relacionada à severidade da seca revela que houve um abrandamento do fenômeno em 14 unidades da Federação: Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piaui, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
Mas no sentido oposto, em oito estados nordestinos a seca se intensificou nesse período: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
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Assaí e o iFood
A loja Assaí Benfica, na Rua Benfica, Madalena, no Recife, será a primeira unidade de Pernambuco da rede a integrar a parceria entre o Assaí e o iFood que permite realizar compras pelo aplicativo diretamente do Assaí Benfica com a conveniência de receber os produtos em casa. Agora, 46 unidades da rede em cidades como João Pessoa, Natal, Fortaleza, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro passaram a oferecer o serviço.
Biscoito de navio
A Mondelz Brasil, dona das marcas BIS, Oreo, Trident e Tang, fechou uma parceria com a Aliança Navegação e Logística (A.P. Moller-Maersk), pioneira em cabotagem e integração logística no Brasil para agregar o modal navio à sua cadeia logística, reequilibrando sua matriz de transportes e aderindo à estratégia intermodal, com a implementação da cabotagem para transportar suas cargas entre as regiões brasileiras, em longos percursos. O transporte marítimo é usado de Vitória de Santo Antão (PE) para Louveira (SP) e São José dos Pinhais (PR).
De caminhão
O Observatório Nacional de Transporte e Logística revelou que o transporte rodoviário de cargas continua a ser o principal modal logístico do Brasil, movimentando cerca de 64% das mercadorias do país. Em 2024, o setor apresentou um crescimento expressivo, impulsionado principalmente pelo aumento de 10,23% na demanda por combustíveis e derivados
Instituto Ponte
O Instituto Ponte está ampliando sua atuação no Nordeste e busca novas parcerias com empresas e empresários locais. A meta é que, até 2029, 30% dos alunos beneficiados pela instituição sejam da Região oferecendo oportunidades a jovens de escolas públicas em situação de vulnerabilidade.
Estatais zumbis
A Secretaria de Administração e a Fundarpe lançaram seleção pública simplificada para a contratação temporária de 53 profissionais de nível superior. Vagas para arquitetos, engenheiros civis, engenheiros civis orçamentistas, engenheiros elétricos, advogados e contadores atuarem como prestadores de serviço na Fundarpe. As remunerações são de R$3.300,00 e R$5.200,00, com carga horária de 40h semanais.
A Fundarpe vive o mesmo processo de desintegração de seu pessoal que o DER-PE dos últimos 10 anos, onde as pessoas se aposentaram e não houve contratação por parte do governo. Viraram uma espécie de zumbis estatais.
Concept Living.
A construtora ACLF lançou, em Caruaru, seu primeiro condomínio de luxo, o Sky Concept Living. Cada torre terá dois elevadores; 1,3 mil metros quadrados de área de lazer e jardins; vagas para carregamento de carros elétricos e hall com pé direito duplo com preço do metro quadrado de R$6.100,00.

Puro oportunismo
A discussão sobre a concessão parcial dos serviços da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) que já teve audiências públicas No Recife, Caruaru, Salgueiro, no Sertão Central e Serra Talhada, na região do Pajeú tem revelado uma mudança de comportamento radical dos deputados da oposição, em especial do PSB.
Nos governos Eduardo Campos e Paulo Câmara o partido defendeu ardorosamente a PPP da Compesa que mudou o padrão de investimento na RMR. Assim como aprovou (especialmente na Assembleia Legislativa) as diversas concessões, algumas delas que ficaram pelo caminho. Mas depois que o partido perdeu a eleição, o comportamento mudou.
A pergunta que fica é: será que a Oposição acredita que a empresa deve fazer todos os investimentos no setor de água e esgoto ou está apenas marcando posição eleitoral? Até porque os argumentos de alguns parlamentares são muito curiosos para não escrever outra palavra.

Agência sem verba
A Aneel, órgão que fiscaliza o setor elétrico brasileiro está sem dinheiro para despesas básicas do dia a dia. Reportagem do jornal Folha de São Paulo mostrou a crise e recebeu nota inusitada do ministro Alexandre Silveira dizendo que a Aneel, como as demais agências reguladoras possuem autonomia para encaminhar demandas diretamente aos órgãos centrais, a Secretaria de Orçamento do Ministério do Planejamento e Secretaria do Tesouro Nacional.
É verdade. Podem encaminhar, mas desde os últimos do governo Bolsonaro e os dois primeiros do governo Lula que faz as demandas e não acontece nada. Se uma agência como a Aneel não tem o transporte de aplicativo dos servidores, como vai cuidar de regulamentações do Hidrogênio Sustentável e seus derivados com Amônia, Metanol e SAF?