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Literária

Por Fábio Lucas

Por uma rede de ativação literária

A proposta de articulação para os promotores de eventos de literatura foi feita por Martha Ribas, do SNEL e da Bienal do Livro do Rio

Cadastrado por

Fábio Lucas

Publicado em 14/10/2023 às 20:10 | Atualizado em 18/10/2023 às 10:48
Martha Ribas esteve na Bienal do Livro de Pernambuco - Monica Ramalho

Um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores de eventos literários é a viabilização financeira e logística das atividades. Num país com a dimensão territorial do Brasil, o empreendimento se torna ainda mais complexo, envolvendo a necessidade de longos e caros deslocamentos, tanto para as editoras e demais entidades do setor, quanto para as autoras e autores, bem como demais convidados das mesas de debates. E, claro, para a movimentação dos exemplares de livros, nem sempre disponíveis no local de realização.

Em importante momento institucional da 14ª Bienal do Livro de Pernambuco, a representante do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, Martha Ribas, convidou os debatedores e o público à reflexão sobre a criação de uma rede nacional de eventos literários. Ao participar de encontro sobre “O trabalho e o encanto dos eventos literários” com o coordenador da Bienal de Pernambuco, Rogério Robalinho, e o educador Stellio Mendes, da Feira Literária de Campina Grande, na Paraíba, a FLIC, Martha Ribas lançou a proposta de maior articulação entre os organizadores, visando a solicitação conjunta, ao governo federal e a patrocinadores privados, de condições melhores, de alcance plural, para viabilizar o planejamento de um calendário de eventos que se estenda por vários pontos do país. Na prática, seria uma forma de garantir a ativação literária cuja apoteose se dá nos eventos do mercado editorial brasileiro.

“A gente veio aqui para tentar pensar juntos a possibilidade de construir uma rede nacional de eventos literários. Entender o evento literário como estratégico, nesse país de dimensões continentais. Levar o livro e a leitura para diversos municípios”, disse a diretora do SNEL. “Para além daquele trabalho fundamental da biblioteca e da livraria, o evento é a culminância, o congraçamento, momento mágico para poder pensar o Brasil através dos livros, dos encontros com os autores”, ressaltou, afirmando ainda que a troca entre as regiões pode ser muito rica.

O vídeo com o depoimento de Martha Ribas, que também é livreira, está disponível no Instagram da Bienal PE e do Livronews.

Davi Geffson traz o cordel de Caruaru - Divulgação

Último dia na Bienal PE

Confira algumas opções da programação deste domingo na 14ª edição da Bienal do Livro de Pernambuco (agenda completa em www.bienalpernambuco.com).
- No Círculo das Ideias: às 14h, “Thriller e Suspense no Brasil”, com Raphael Montes e Andrea Nunes; às 17h, exibição do filme “Quem me quer?” e painel “Cinema Pernambucano” com Ernesto Barros; às 18h, “Cordel: a memória da cultura” com Crispiniano Neto e Davi Geffson; e às 19h, “Arte, educação e cultura como direito humano” com Teresa Leitão, Flávio Brayner e Arlindo Queiróz.
- No Espaço Diálogos: às 15h, “Muito além das normas da ABNT” com Diana Furtado e Geórgia Alves; às 17h, “Por que ler um clássico: por que ler Italo Calvino” com Cristina Almeida, Lourival Holanda, Zuleide Duarte e Mário Hélio; e às 19h, “Como a literatura fantástica transformou o universo do RPG no mundo”, com César Santos.
- Na Plataforma de Lançamentos, às 14:45, Lançamentos de livros In-Finita: “O escutador da quaresma” com Renata Quiroga; “Segunda primavera”, de Renata Campos, apresentado por Adriana Mayrinck; “Semente Presente: Um livro para Marielle Franco” (Elas e as Letras) apresentado por Adriana Mayrinck; e “Infinitos” com Frederico Dantas Vieira.
- No Além das Letras, às 19h, show “Ciranda de ritmos” com a homenageada da Bienal, Lia de Itamaracá.

Thélio Farias participa de festival literário em Portugal - Divulgação

Autores da Casa

O autor paraibano Thélio Farias lança hoje a edição portuguesa do livro “É caminhando que se faz o caminho (Gato Preto) no Festival Literário Internacional de Óbidos - Folio, em Portugal. E os autores Clayton Melo e Roger Berardo Filho lançaram, respectivamente, “Helifort Sky e a Esfera do Poder” (Madrepérola) e “Ovelha Cinza - Um romance sobre a raiva” (Viseu) na Bienal do Livro de Pernambuco, que termina hoje. Em comum, os três são agenciados por Lívio Meireles, fundador da CASA Projetos Literários.

Residência literária na África

Estão abertas até o próximo dia 29 as inscrições para a residência da Biblioteca da África e da Diáspora Africana, em Gana. O escritor ou escritora deve ser afrodescendente e responder à pergunta “O que é a África para mim?” em um texto de 2.500 a 10.000 palavras, para se candidatar a quatro semanas de residência literária em Gana, entre os meses de fevereiro e abril do ano que vem. Há ajudas de custo para a passagem e estadia. Mais informações no site (em inglês): www.loatad.org.

Dostoiévski e o destino do radicalismo

Elena Vássina faz a leitura guiada online de “Os demônios”, de Dostoiévski, a partir da próxima terça, 17, às 19h30, pela Escrevedeira. Os encontros semanais acontecem até 5 de dezembro, às terças. Elena Vássina é professora de Literatura e Cultura Russa na USP, pesquisadora e ensaísta. Mais informações no site: www.escrevedeira.com.br.

As viúvas passam bem

A pernambucana Martha Barbosa Stephens, jornalista e crítica literária que mora na Inglaterra, está lançando o romance “As viúvas passam bem” pela Folhas de Relva. O enredo se passa no Recife dos anos 1990, contando “a história de duas viúvas, vizinhas e inimigas, cujos maridos mataram um ao outro em um grotesco duelo sem sentido”. A obra foi finalista do Prêmio Leya em 2021. Pré-venda no site: www.editorafolhasderelva.com.br.

O escritor Rogério Athayde - Monica Ramalho

Oxalá é quem sabe

Bom contador de histórias como é, o escritor, professor universitário e babalawo Rogério Athayde teceu aos poucos os 14 textos que compõem o livro "Oxalá é quem sabe e outros contos afrodiaspóricos", lançamento da Pallas Editora. Ora usando os seus conhecimentos acerca da mitologia dos orixás, ora deixando fluir a sua criatividade literária, Rogério escreveu estas tramas na intenção de esticar um fio que conduzisse as histórias, todas de inspiração africana.

Krenak na ABL

Em artigo publicado no JC, Gustavo Krause destaca o caráter inclusivo da eleição do primeiro indígena para a Academia Brasileira de Letras: “A despeito das dificuldades, há uma ampliação da consciência inclusiva no Brasil. No plano simbólico, a mais forte demonstração foi a eleição de Ailton Krenak para a cadeira do grande historiador José Murilo de Carvalho”, escreve. A posse do novo imortal deve ser apenas no ano que vem.

Areia na Olhota

Depois de encontrar leitores e fazer amigos na Bienal do Livro de Pernambuco, Érica Magni faz noite de autógrafos para os poemas de “Areia na Olhota” na próxima sexta, 20, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. No Palácio das Águias, a partir das 19h, com entrada gratuita e pocket show de Luiza Souto.

Autora da Hungria lança novo livro no Brasil - Divulgação

Pixel

A DBA traz ao Brasil a obra da escritora húngara Krisztina Tóth, “Pixel”, reunindo 30 narrativas breves apresentadas como “um mosaico de ressonâncias múltiplas que tira sua força incomum de recortes arbitrários da vida”, segundo a divulgação. A tradução é de Zsuzsanna Spiry.

Contos de uma história só

A Patuá lança “Contos de uma história só” da cearense Joyce Miranda Leão Martins, atualmente morando em Alagoas. “Na fronteira entre o conto e o romance, levando adiante o tema da memória e do esquecimento” conta a autora, em referência ao seu romance “A tatuagem”, vencedor do Prêmio Barco a Vapor em 2022. O evento de lançamento do novo livro será na Patuscada, em São Paulo, próximo dia 28.

Onde está Anne Frank?

A Record publica “Onde está Anne Frank?”, adaptação de animação original do cineasta israelense Ari Folman, que dá vida à Kitty, amiga imaginária da autora do “diário mais famoso do mundo” para discutir questões como a xenofobia. Com ilustrações de Lena Guberman e tradução de Ulisses Teixeira.

Coisa perdida

Taciana Oliveira publica poemas em “Coisa perdida”, pela Mirada, em mais um lançamento realizado durante a Bienal do Livro de Pernambuco. “Uma cronologia poética da dor. Da criança à mulher adulta que literalmente sangra e, entre abismos e escuros, essa menina, essa mulher, se abraça e se salva”, escreve Argentina Castro na orelha.

Somos todos crianças

Quando o mundo parece desabar, secar e sangrar, a esperança precisa estar acesa nos olhos infantis, onde possamos ler um tempo melhor. Toda criança merece um horizonte de paz sem sangue, de uma casa sem lágrimas, de um dia sem violência, de uma hora sem nada a fazer. Com a liberdade garantida pelo afeto e pelo direito. O sorriso desimpedido ao lado de gente livre. E o futuro projetado no presente, e não no medo.

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