A palavra em corpo-a-corpo

Das redes sociais, clubes e eventos virtuais para as livrarias, feiras e festivais, o percurso da palavra escrita aproxima dos leitores quem promove e quem faz literatura

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Fábio Lucas

Publicado em 27/01/2024 às 18:26
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Como um fogo em luz fria, a tecnologia da informação e comunicação pode ser vilã, afastando as pessoas do bom senso e da convivência, ou importante ferramenta de ampliação de horizontes do conhecimento e da capacidade crítica. A disponibilidade de dados ao alcance dos dedos faz com que todo cidadão com acesso à rede que interliga o planeta possa consultar, procurar saber e colaborar na formação de uma base informativa descomunal, em diversas línguas.
Se existe uma perigosa estrutura de desinformação e mentira, além de conteúdos voltados para o estímulo imediato do consumo de entretenimento, que se esgota em si mesmo, produzidos especialmente para a atenção dos mais jovens, continua crescendo, por outro lado, a teia positiva da criação artística, em múltiplas dimensões que valorizam a cultura e as trocas entre povos, idiomas, percepções e expressões individuais ou coletivas.
A literatura que se propaga nas redes sociais, nos canais de aplicativos, nos filmes adaptados de livros, faz parte do lado positivo da tecnologia, que agrega e difunde o fazer artístico e a tradição cultural – que não se perde, mas se renova, também, através das telas. Sem ficar só no silêncio da contemplação: a arte pede o encontro, a convivência, a experiência do corpo-a-corpo que amplia e transforma a palavra dada.

 

Ainda não sei o meu nome

Em concorrido encontro na Leitura do Shopping Riomar, influencers literários e leitores participaram de clube do livro sobre a distopia romântica "Ainda não sei o meu nome", com a presença da autora Zuleide Lima. A obra está disponível apenas no formato e-book. "Promover eventos literários é sempre muito bom, tanto para trocar boas energias com os leitores como para promover o incentivo à leitura", diz a autora. Siga o perfil @zuleide_lima_ no Instagram.


Onça na Alemanha

A escritora pernambucana Micheliny Verunschk aporta em Munique, na Alemanha, na véspera de Carnaval. Sua obra “O som do rugido da onça” é um dos destaques da exposição “Travelling Back”, que aborda a expedição ao Brasil entre 1817 e 1820, liderada pelos cientistas Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Philipp von Martius. A expedição, que também é tema do livro, é revisitada na exposição por um olhar decolonial, sob a curadoria de Sabrina Moura. Micheliny Verunschk participa da mesa de abertura do evento, junto com a historiadora Karen Macknow Lisboa, no Instituto Central da História da Arte (ZI), na sexta, 9 de fevereiro. A exposição segue até 5 de abril.

 

Nana Moraes
Beth Goulart faz 50 anos de carreira - Nana Moraes


Beth Goulart

Atriz, escritora e dramaturga, Beth Goulart inicia o ano em que celebra 50 anos de carreira como convidada do Café com Ideias, do Sesc RJ, em bate-papo com Gabriel Chalita. Entre os temas da conversa, “a força da literatura e do teatro como espelho da sociedade”, segundo afirmou Beth Goulart para a divulgação do evento. A entrada será gratuita no Teatro de Arena do Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, nesta segunda, 29, às 5 da tarde. O encontro poderá ser acompanhado ao vivo no Youtube do Sesc RJ.


Veredas poéticas

Estão abertas até esta quarta, 31, as inscrições para o curso Veredas poéticas, com Yara Fers. As técnicas de escrita são abordadas em mais de 100 aulas distribuídas em nove módulos, com encontros mensais ao vivo e exercícios com devolutiva individual. Para se inscrever acesse o site www.yarafers.com.br.


Homenagem a Karine Asth

A Câmara Municipal do Recife presta homenagem à escritora Karine Asth, vencedora do Prêmio Jabuti com o livro “Dentro do nosso silêncio”, publicado pela Bestiário. A reunião solene será na segunda, 5 de fevereiro, às 18h. A proposição foi do vereador Ronaldo Lopes.


Do país de Caruaru

Está aberta a pré-venda da antologia “Uni Versos do País de Caruaru”, organizado por Manoel Vítor para o selo Alumiá da editora Arrelique. Participam Duda Martins (@aedumartin), Eliel Silva, Marta Lira (@_martal1ra) e Sônia Gervásio (@gervasiocordelista). O prefácio é da poeta Luiza Saraiva (@luiza_saraiva). Para saber mais, siga @alumialivros no Instagram.


Imersão na escrita

Em dois encontros presenciais em São Paulo, na sexta, 16, e sábado, 17 de fevereiro, Andréa del Fuego ministra a oficina “Diante da escrita – Uma imersão” na Escrevedeira. Com “disparadores musicais, audiovisuais, além de textos selecionados, a ideia é explorar e ampliar estímulos para a criação e, assim, as possibilidades de escrita”, segundo a divulgação. Mais informações e inscrições no site www.escrevedeira.com.br.


Narrativas breves

O escritor Joca Reiners Terron (@jocaterron) realiza aula expositiva online sobre narrativas breves, no próximo dia 15 de fevereiro, das 15h às 17h. Atividade promovida pela Biblioteca de São Paulo. Saiba mais em www.bsp.org.br.


De malas abertas

A Elo editora lança o novo livro de Roseana Murray, com ilustrações de Maria Eugênia Longo. Em “De malas abertas”, a poesia explora a mala “como objeto e como metáfora”, de acordo com a divulgação. “Pensei também nas muitas maneiras de viajar, quando abrimos um livro ou usamos apenas a memória e nem sequer saímos do lugar”, diz a autora.


NósPsi

Novo selo da editora Nós, o NósPsi traz a coleção Bollas, com obras do psicanalista norte-americano Christopher Bollas, sob a cordenação de Amnéris Maroni. Os dois primeiros títulos são “O momento freudiano”, com tradução de Pedro Perússolo, e “Segure-os antes que caiam”, traduzido por Liracio Jr.

 

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O escritor Gilbertto Giba e seu livro - Divulgação


Leitura para decidir

Advogado, professor universitário, PHD em Direito e mentor comportamental, Gilbertto Giba lançou o livro “Dê o que der, faça”, pela Autografia. “O objetivo da obra é fazer com que as pessoas se tornem sujeitos de ação, superando a estagnação da incerteza. A intenção não é vencer a indecisão, mas, uma vez que ela se manifeste, não ficarmos presos a ela”, diz o autor.


A Ampulheta

Chega ao Brasil pela Globo Livros o best-seller mundial do jornalista e escritor Gareth Rubin. Suspense com duas histórias entrelaçadas, que se passam em tempos diferentes, “A Ampulheta” foi destaque de crítica em jornais britânicos.


Maiakóvski

O primeiro livro de Maiakóvski, “Eu!”, de 1913, ganha tradução para a língua portuguesa em publicação da Arribaçã. A edição traz ainda todos os poemas anteriores do autor, tudo com a tradução, textos e notas de Astier Basílio, mestre em literatura pelo Instituto Púchkin de Moscou. Apoie a pré-venda acessando o site https://arribaca-editora.lojaintegrada.com.br/eu-todos-os-poemas-anteriores.


Angústia

Com organização, apresentação e notas de Thiago Mio Salla, e posfácio de Antonio Candido, a Todavia lança nova edição de “Angústia”, romance de Graciliano Ramos considerado uma obra-prima da literatura brasileira. Publicado pela primeira vez em 1936, “é sua obra mais ousada, vanguardista. Ambiciosa, na qual levou às últimas consequências procedimentos e técnicas colocados em prática nos títulos anteriores”, escreve Mio Salla.

 

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Monique Malcher venceu o Jabuti em 2021 - Divulgação


Flor de gume

A prosa poética de Monique Malcher se distribui nos 37 contos reunidos em “Flor de gume”, obra vencedora do Jabuti em 2021 pelo selo Ferina. A autora conta que o livro “se tornou a Flor cortante que me mostrou que é possível através da literatura plantar uma semente de questionamento no pensar dos leitores. Não foi fácil escrever um livro que fale sobre violência doméstica, violência contra mulheres e crianças, mas foi necessário. Além disso, me orgulho de poder falar do Pará de uma perspectiva não cristalizada, me anima contar histórias que se passem ao norte”, diz. A apresentação é de Jarid Arraes, e o prefácio, de Paloma Franca Amorim. Siga a escritora e saiba como adquirir o livro autografado no Instagram @moniquemalcher.

 

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Capa do livro de Helena Theodoro pela Pallas - Divulgação


Para ler o Carnaval

A editora Pallas manda cinco dicas de leitura inspiradas na folia. “Os Ibejis e o Carnaval” é um infantojuvenil de Helena Theodoro, com ilustrações de Luciana Justiniani Hees. A mesma autora assina a biografia “Martinho da Vila: Reflexos no espelho”. Em “O adeus do marujo”, Flávia Bonfim narra a história do Almirante Negro, tema do enredo da escola de samba Paraíso do Tuiuti no Rio de Janeiro, este ano. A vida do compositor Cartola e Dona Zica está em “A rosa e o poeta do morro”, infantojuvenil com texto de Janaína de Figueiredo e ilustrações de Paulica dos Santos. E ainda, a nova edição de “A lua triste descamba”, romance de Nei Lopes que tem na trama o surgimento das primeiras escolas de samba no Rio.

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