Cbic aumenta projeção de crescimento da construção
Entre as razões para a nova análise estão a projeção positiva para o crescimento da economia brasileira, com mais empregos e recursos do FGTS
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou para 3% a sua previsão de crescimento econômico do setor para 2024, nesta segunda-feira (29), durante coletiva de imprensa online sobre o desempenho econômico do setor da construção no 2º Trimestre de 2024 e perspectivas para o ano, incluindo dados sobre a geração de emprego, custo da construção e principais problemas. No fim de março, a CBIC já havia elevado de 1,3% para 2,3% seu prognóstico para alta da Construção para o período. O índice fica acima das previsões de 2,15% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano.
Entre as razões para a nova análise estão a projeção positiva para o crescimento da economia brasileira no ano, de 1,85% no final de março de 2024 para 2,15%, conforme relatório Focus; a resiliência do mercado de trabalho nacional, com mais de 1 de milhão de novas vagas com carteira assinada criadas no País até o fim de maio; o incremento mais forte do financiamento imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e as expectativas mais positivas dos empresários da Construção para novos lançamentos imobiliários, para maior geração de emprego e para compra de insumos.
“Quanto maior for o mercado nacional, melhoram as expectativas para novas aquisições de casas próprias, porque o trabalhador precisa de estabilidade para fazer o seu financiamento imobiliário. Da mesma forma, a boa perspectiva econômica e a previsibilidade das condições de investimento permitem ao empresário planejar e assumir riscos”, definiu o presidente da CBIC, Renato Correia.
MERCADO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Os empresários da Construção Civil também estão com expectativas positivas para o nível de atividades do setor. Entre os fatores apontados estão a queda da taxa de juros (apesar do patamar ainda elevado), as boas projeções para as novas medidas do programa Minha Casa, Minha Vida e a expectativa em torno do Programa de Aceleração do Crescimento, assim como o incremento da projeção da economia brasileira.
GERAÇÃO DE EMPREGOS
Em sintonia com o momento do mercado de trabalho, a Indústria da Construção criou 159.203 novos postos de trabalho com carteira assinada nos primeiros cinco meses de 2024, segundo dados do Ministério do Trabalho. Foi o melhor resultado nos últimos 12 anos para o período de 1º de janeiro a 31 de maio. O resultado foi positivo em cada um dos segmentos da construção:
A Construção de Edifícios foi responsável por 42,48% das 159 mil novas vagas, com 67.622 novos empregos – número 21,68% superior ao registrado em igual período de 2023. Os Serviços Especializados para a Construção contribuíram com 32,93%, com 52.428 novas vagas) – quantidade 18,45% maior que no mesmo intervalo de 2023. As Obras de Infraestrutura representaram 24,59% dos novos postos, com 39.153 novos empregos. O resultado é positivo, mas 19,84% inferior ao observado em igual período de 2023. O encerramento do ciclo de algumas obras, em função do período eleitoral, pode ajudar a compreender o resultado.
Apesar de responder por 6,24% do total de trabalhadores com carteira assinada no Brasil, a Indústria da Construção foi responsável por 14,62% do total dos novos empregos formais gerados nos primeiros cinco meses do ano.
Além disso, o salário médio de admissão de novos trabalhadores da Construção foi R$ 2.290,41 em maio de 2024, foi superior à remuneração média geral de todas as atividades – R$ 2.132,64 – e um dos três mais elevados na comparação com os demais setores da economia.