COMPRA DA CASA PRÓPRIA | Notícia

Como comprar imóvel sem pagar entrada. Veja cinco opções

Soluções de crédito das próprias construtoras e programas do governo ajudam alguns perfis de renda a acessarem a tão sonhada casa própria

Por Lucas Moraes Publicado em 21/10/2024 às 17:35

Ter um lugar para morar e 'chamar de seu' ainda é um sonho para milhares de brasileiros. O preço elevado de imóveis para a faixa de renda da maioria da população e, mais do que isso, a necessidade de ter uma boa quantia para pagar à vista a entrada da tão desejada casa ou apartamento é um grande empecilho para a assinatura de um contrato de financiamento imobiliário.

Dados da Caixa Econômica Federal, principal banco a atuar com linha de crédito imobiliário no País, apontam que, no ano de 2022, somente no Estado de Pernambuco, mais de 50 mil pessoas tiveram cadastros aprovados para financiar a casa própria, mas apenas 8 mil conseguiram assinar o contrato, na faixa de renda de dois salários mínimos, devido à falta de condições para pagamento de entrada.

O que é a entrada de um imóvel

O pagamento da entrada é um valor que deve ser pago à vista antes da assinatura do contrato de compra de um imóvel. Ela funciona como uma espécie de garantia ao banco em relação aos demais pagamentos das parcelas que estão por vir.

Em geral, esse valor representa de 20% a 30% do valor total do imóvel. Um apartamento de R$ 220 mil pode demandar, por exemplo, uma entrada de R$ 66 mil a ser paga à vista.

Fato é que nem todo mundo tem muito dinheiro disponível para pagar de uma só vez. E, por isso, há algumas opções que facilitam a aquisição da casa própria para quem não pode pagar uma entrada tão grande. Fique atento porque não é apenas o pagamento da entrada que deve ser levado em conta na hora de financiar um imóvel. Há mais pagamentos que precisam ser feitos, como de documentações, além das parcelas do financiamento em si.

Como comprar imóvel sem pagar entrada


Consórcio

O sistema de consórcio é uma opção que permite que os brasileiros se reunirem para poupar e adquirir bens, inclusive imóveis, de forma colaborativa e sem juros. Na prática, o consumidor paga um boleto mensal. O valor passa a render juros conforme a taxa Selic e, ao ser contemplado, o consorciado pode comprar o bem. Todo mês, alguém é sorteado e ganha uma carta de crédito para fazer a aquisição. Além disso, é possível acelerar a contemplação a partir de lances, que demandam também um alto valor a ser pago à vista. É preciso estar atento que na modalidade de consórcio o consumidor arca com taxas, como a de administração, além de não ter noção de quando receberá a carta de crédito para aquisição do bem.

 

Minha Casa, Minha Vida 

A linha de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV FGTS) oferece financiamento habitacional com taxas de juros mais baixas do que as praticadas pelo mercado para famílias com renda até R$ 8 mil. As famílias que recebem até R$ 4,7 mil (faixa 1 e 2 do programa) são beneficiadas com descontos (subsídios), que podem chegar até R$ 55 mil, reduzindo ou zerando o valor necessário para entrada ou ainda reduzindo o valor a ser financiado e as parcelas do financiamento. O MCMV FGTS não tem inscrição nem processo seletivo e podem pleitear o financiamento, a qualquer momento, todas as pessoas que se enquadrem nos limites de renda e não possuam outro imóvel ou financiamento habitacional ativo, de acordo com o governo federal.

Uso do FGTS

Para quem deseja comprar ou construir um imóvel residencial, o saldo do FGTS pode ser utilizado na hora da contratação, como entrada do financiamento, constituindo parte do pagamento ou do valor total. É preciso ter no mínimo três anos de trabalho sob o regime do FGTS, somando-se os períodos trabalhados, consecutivos ou não, na mesma ou em empresas diferentes e não possuir financiamento ativo no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), em qualquer parte do País. Nesta modalidade, a entrada será paga, porém com o seu saldo do FGTS.

Vale ressaltar que, a partir do mês de novembro, a Caixa limita o valor financiável a 70% do total do imóvel. Assim, os compradores precisam pagar uma entrada maior, que saltou de 20% para 30% do valor do imóvel. A mudança não se aplica a moradias cuja construção é financiada pelo banco.

Morar Bem PE

O programa Morar Bem – Entrada Garantida proporciona o benefício de subsídios de até R$ 20 mil para utilização no pagamento da entrada na aquisição na compra do 1? imóvel financiado pelo Programa Minha Casa Minha Vida. O programa atinge um público específico: famílias com renda familiar máxima de até dois salários mínimos. Válido apenas para o Estado de Pernambuco, o Entrada Garantida demanda cadastro e aprovação do perfil do mutuário. Atualmente, mais de 40 mil pessoas estão inscritas na iniciativa. Os R$ 20 mil são pagos pelo governo do Estado, sem necessidade de devolução por parte do beneficiário, e se soma ao abatimento do próprio programa Minha Casa Minha Vida, que já reduz o valor total a ser pago no financiamento. Inscrições no programa estadual podem ser feitas neste link.


Financiamento com a própria construtora

Mais difícil, porém possível, tentar um financiamento com a própria construtora, para que o valor da entrada também fique parcelado é uma alternativa. Para tanto, é preciso ter uma vida financeira bastante saudável, além de um avalista (alguém que pagará sua dívida em caso de atrasos) com um histórico de crédito e renda muito bons. O consumidor precisa ficar atento aos prazos e juros cobrados, que tendem a aumentar nessa modalidade.

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