Mercado de máquinas deve manter curva de crescimento até 2026

O Estudo de Mercado aponta para crescimento de 9% nas vendas totais de máquinas para construção em 2024, com 58,2 mil unidades comercializadas

Publicado em 03/12/2024 às 19:55
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As perspectivas para o mercado de equipamentos são positivas até 2026. Para 57% construtoras, locadoras, empresas de serviços e dealers entrevistados para a elaboração do inédito Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, o setor continuará crescendo em 2025. Esse percentual é ainda maior para 2026, chegando a 66%.

“Esses dados mostram que a maioria das empresas avalia que o mercado tende a aumentar no período. E esse crescimento é muito bom para o setor”, afirmou Mario Miranda, coordenador do Estudo de Mercado, durante o 19º Tendências no Mercado da Construção, evento da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), acompanhado por mais de 2 mil profissionais do setor.

Ele acrescentou que 90% das construtoras, locadoras e serviços apontaram que o volume de negócios até setembro de 2024 está melhor ou igual a 2023. “Porém, 71% das empresas entrevistadas informaram haver atingido as metas planejadas”, ponderou. Para 65% dos dealers, o mercado será estável ou irá crescer até o final do ano. O levantamento releva ainda que 64% dos empresários respondentes da pesquisa estão otimistas para o setor da construção em 2025.

O Estudo de Mercado aponta para crescimento de 9% nas vendas totais de máquinas para construção em 2024 em comparação a 2023, alcançando 58,2 mil unidades comercializadas neste ano contra 53,5 mil unidades no ano anterior. Na linha amarela, a alta estimada é 14%, alcançado 36,6 mil unidades vendidas neste ano contra quase 32,3 mil unidades comercializadas em 2023.

MERCADO DE MÁQUINAS

Os setores mais relevantes para o mercado de máquinas neste ano são a locação, construção pesada e agronegócio. Em termos de vendas, os dois segmentos com maior Market Share - construção (42%) e a locação (23%) – somam 65%. “Desde 2021, esses dois setores assumiram o protagonismo, respondendo por 63% da comercialização de máquinas. Mas ainda há espaço para crescer”, afirmou Miranda.

Corroborando com a avaliação do coordenador do Estudo de Mercado, Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, ressaltou o potencial do mercado de locação de máquinas, que responde por um percentual importante em relação às vendas de algumas categorias de máquinas, como plataformas áreas (90% a 95%) e betoneiras (70% a 75%). Mencionou ainda que a queda do percentual de frota parada para 11% em 2024 – em 2023 era de 19% e em 2017, de 57% - reitera a crescente confiabilidade das construtoras pela locação de máquinas.

A MGM Rental deve crescer cerca de 10% neste ano, mesmo sendo um ano desafiador com alta de juros, e investiu aproximadamente R$ 50 milhões na aquisição de caminhões e de equipamentos de linha amarela, objetivando atender a demanda atual e futura. “Tivemos um bom segundo semestre, principalmente, com o aumento na demanda por obras de infraestrutura. Cada vez mais percebemos a credibilidade de nosso mercado para atender as demandas das construtoras, concessionárias”, disse Felipe Frazão, sócio-diretor da MGM Rental.

Ainda sobre o mercado de rental, Daniel e Frazão afirmaram que as margens mais apertadas e a entrada de novos players são grandes desafios, assim como a falta de mão de obra no setor. “Além da escassez, a qualificação também está baixa, por isso temos investido em treinamento e formação de capital humano para suprir as posições, pois não temos encontrado esses profissionais no mercado”, contou Frazão.

O Estudo da Sobratema apresenta também as principais preocupações para os empresários em 2024, sendo a principal a dificuldade: obter créditos para investir e os juros altos. O economista Luís Artur Nogueira salientou que se o governo fizer o ajuste fiscal, haverá condições para ancorar a expectativa inflacionária e, com isso, o Banco Central tem condições de cortar juros a partir do final de 2025.

INFRAESTRUTURA

Em termos de oportunidades, a primeira elencada pelos empresários foi infraestrutura. Para Nogueira, nos dois próximos anos há uma tendência de se ter mais obras públicas com o lançamento do PAC e até mesmo por ser os dois anos finais das atuais gestões estaduais e do governo federal. “Minha avaliação é que haverá também obras privadas, geradas pelas concessões passadas e por novas concessões.”, destacou. Ele também mencionou que existem outras oportunidades para o setor de máquinas, como a China impulsionando o setor de mineração, os lançamentos no mercado imobiliário e a retomada do agronegócio.

Outro dado relevante do levantamento é o financiamento utilizado pelas empresas adquirirem suas máquinas: 33% dos entrevistados utilizaram capital próprio, seguido por Finame, com 23% e CDC, com 19%. “Mesmo o Finame sendo mais complicado, é ainda mais barato e atraente, principalmente, quando o banco de fábrica se torna o agente desse recurso”, explicou Frazão.

De acordo com Daniel, a compra de equipamentos é motivada por três fatores: demanda direcionada, renovação frota e oportunidades de negócios. “Esse último é promovido pelo banco dos fabricantes, pelos dealers e pela própria indústria, e vem contribuindo bastante nesse aspecto”, pontuou.

Sobre o mercado de usados, Frazão analisou que a venda de caminhões em uso é mais fácil, pois é organizado e há a tabela FIPE. “Já no setor de máquinas não existe uma referência de mercado e o uso é mais restrito”. Nesse sentido, Daniel recordou o lançamento do Sobratema Shopping, neste ano, em abril. A plataforma inovadora conecta compradores e anunciantes de equipamentos usados, componentes, serviços, seguros, consultoria, entre outros, como uma forma de contribuir para organização do mercado de equipamentos usados.

 

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