Por Priscila Miranda, da Coluna Meu Pet
Com o período de quarentena, muitos tutores se viram na responsabilidade exclusiva de prestar atenção a tudo o que ocorre com o bichinho de estimação e aprender, por conta própria, ações de cuidados, como dar banho em casa e fazer o corte de unhas. Mas a saúde auditiva de cães e gatos também precisa estar na mira, principalmente com relação à limpeza dos ouvidos, não recomendada por especialistas, pois pode retirar a proteção natural do órgão e provocar inflamações, como a otite.
“Isso é uma prática que muita gente faz. Quando se vai fazer uma limpeza, a utilização de produtos pode alterar o pH e a microbiota local e provocar um desequilíbrio. Então, a limpeza não é para ser feita de forma desordenada nem para ser feita sempre. Não é uma coisa diária”, explica a médica veterinária Débora Viegas.
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A especialista faz uma ressalva: a higiene deve ser feita apenas em casos em que o animal já esteja tratando algum problema de saúde no ouvido e com recomendação médica.
“A não ser que ele já esteja em tratamento de alguma condição que necessite dessa limpeza. Mas a gente precisa ter cuidado com os produtos que utiliza para não levar a alterações diversas que podem provocar quadros de otite.”
Otite é inflamação comum
A otite é uma inflamação que ocorre no conduto auditivo e tem causas diversas, entre elas a proliferação de fungos e bactérias que já estão naturalmente presentes na região, gerando, assim, uma inflamação.
“Quando ocorre essa inflamação, normalmente existem outros micro-organismos que podem se associar a essa enfermidade. Então, algumas bactérias e fungos oportunistas também podem aproveitar o quadro infeccioso e encontrar condições de crescimento”, explica Débora.
Além do desenvolvimento desajustado de fungos e bactérias na região auditiva, a veterinária destaca também que a saúde de outros órgãos dos pets pode afetar o aparecimento das otites.
“Outra questão é que, muitas vezes, a otite está relacionada a problemas de pele. Se o animal já tem um histórico de dermatite crônica, atópica, ele tem uma tendência maior a ter, de fato, otites. Como os micro-organismo muitas vezes são da própria microbiota do animal, então é comum que, em animais que estão em córticoterapia, imunossupressão e até tenham problemas de imunidade, nutricionais, possam também ocasionar otites secundárias.”
Débora Viegas reforça a importância de se investigar o problema, através da consulta veterinária e realização de exames, porque às vezes o dono resolve apenas comprar o remédio para o animal, que pode criar uma resistência ao medicamento ao longo do tempo, não tratando de forma adequada e até piorando o problema.
“O ideal é que se faça pelo menos um exame direto e uma cultura fúngica e bacteriana para que se consiga saber qual o micro-organismo que está provocando o quadro de otite.”
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