A cobrança da meia passagem nos ônibus da Região Metropolitana do Recife não valerá mais para quem paga a tarifa em dinheiro, como acontece desde 2004. A partir de janeiro de 2017, terá direito ao benefício apenas as pessoas que usarem o cartão VEM Comum, aquele que qualquer usuário pode comprar e não tem descontos. Em dinheiro, a passagem será inteira.
A mudança é mais uma estratégia do governo do Estado para reduzir a circulação de dinheiro nos coletivos e, consequentemente, dar uma freada na onda de assaltos que assusta o Grande Recife este ano.
Força-tarefa para reduzir assaltos a ônibus na Região Metropolitana do Recife
Hora de deixar o dinheiro de lado e pagar a passagem de ônibus com o VEM
Cidadão frauda cartão VEM Livre Acesso como alerta e expõe deficiência do sistema
A determinação está prevista na resolução nº 014/2016 do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), autoridade maior quando o assunto é transporte na RMR, assinada no dia 23 de agosto pelo ainda secretário das Cidades e presidente do CSTM, André de Paula.
Na resolução, que entrou em vigor desde o dia 1º de setembro, é dito que os passageiros terão 120 dias para migrarem do dinheiro para o cartão VEM Comum. Mas que, depois desse prazo, será extinta a concessão da meia tarifa aos domingos para quem paga a passagem em dinheiro.
A proposta foi apresentada pelo vereador do Recife Luiz Eustáquio (PSB) ainda no mês de abril, depois de realizar uma audiência pública. "Na verdade, nossa intenção era incluir os usuários do VEM Comum e, não excluir quem paga a passagem em dinheiro. Mas entendemos as razões do Conselho porque é necessário reduzir cada vez mais a circulação de dinheiro nos ônibus", afirmou Luiz Eustáquio.
Atualmente, segundo a Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros), 700 mil passageiros são transportados aos domingos na RMR. E, desse total, apenas 10% utilizam o VEM Comum. O Blog De Olho no Trânsito tentou confirmar as informações com a Secretaria das Cidades e o Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT), responsáveis pela gestão do sistema, mas as pessoas que poderiam explicar detalhes da resolução do CSTM não foram localizadas.