Governo de Pernambuco descarta aumento das passagens que elevaria Anel A para R$ 3,90 e dá ?bronca? nos empresários

Publicado em 13/01/2020 às 20:00 | Atualizado em 08/05/2020 às 13:38
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Estado solta nota dizendo ser inaceitável aumento proposto pelo setor empresarial. Foto: Diego Nigro/Acervo JC Imagem  

 

Não deu tempo sequer de tomar fôlego. Pouco tempo depois de os empresários de ônibus defenderem um aumento de R$ 14,13% no valor das passagens da Região Metropolitana do Recife, o governo de Pernambuco – gestor do sistema de transporte da RMR – já puxou o freio nas intenções do setor. Em nota, o Estado afirma não aceitar a proposta apresentada pelos empresários, definindo-a como “inaceitável”. E vai além: destaca que não abrirá mão de manter a RMR entre as cidades que têm a menor tarifa de ônibus do País e dá a entender que também resistiu a tentativas do setor de acabar com alguns direitos conquistados, como o Passe Livre para estudantes da rede pública de ensino.

 

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A não validação do percentual defendido pelo setor empresarial pelo governo já era esperada por ser alta e inviável politicamente, mas nunca o Estado foi tão rápido e contundente – para não dizer duro – em se posicionar contrário aos cálculos empresariais de aumento das passagens do Grande Recife. Principalmente via nota oficial e já descartando a reivindicação que elevaria o Anel A – utilizado por mais de 80% dos passageiros – de R$ 3,45 para R$ 3,90. Sinal de que a guerra pelo aumento das passagens foi e está sendo intensa nos bastidores.

Confira a nota:

“O governo de Pernambuco vem a público informar que não aceita a proposta de reajuste no valor das passagens de ônibus apresentada, nesta segunda-feira (13), pelos empresários do setor de transportes de passageiros da Região Metropolitana do Recife (RMR). A proposição, que apresenta aumento médio de 14%, elevaria o Anel A - o mais utilizado pelos usuários do sistema - de R$ 3,45 para R$ 3,90. O que é inaceitável. Atualmente, a RMR tem uma das tarifas mais baratas entre as capitais do País, e o Executivo estadual não abre mão da continuidade desse quadro em 2020.

Além de não admitir a proposta apresentada pelo setor empresarial, o Governo de Pernambuco assegura o seguimento de conquistas históricas através do esforço da administração estadual, como o Passe Livre para estudantes, o transporte complementar gratuito e a isenção do ICMS sobre o diesel. Para isso, estão em fase de conclusão os estudos necessários que garantam melhorias para o usuário e uma equação que possa viabilizar o sistema, com equilíbrio e sustentabilidade. É importante lembrar que, no ano passado, foi aprovada a Lei do Ar-Condicionado (Lei 16.787/2019), que está sendo considerada nessa análise, propondo uma meta de ampliação da frota climatizada na Região, como já ocorreu em 2019.

A não validação do percentual defendido pelo setor empresarial pelo governo já era esperada por ser alta e inviável politicamente, mas nunca o Estado foi tão rápido e contundente. Foto: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem

 

Mesmo com todo o quadro de dificuldades econômica e fiscal, o governo tem feito um grande esforço para manter subsídios como o do diesel, para evitar que a passagem alcance valores mais altos como acontece em outros estados. Além disso, intensificará as ações de melhoria da estrutura que serve ao transporte, com intervenções nos terminais, estações, e de segurança para a população.

Por fim, salienta que os empresários também precisam fazer a parte deles no funcionamento do sistema, na renovação da frota com ampliação da climatização e na pontualidade. O governo de Pernambuco enfatiza, mais uma vez, que seu principal papel é lutar pelo usuário, para que possa usufruir de uma melhor experiência, com o menor valor e o máximo de benefícios”.    

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