Anel A a R$ 3,75 e passagem quarenta centavos mais barata nos horários fora-pico. Essa é a proposta do Estado para os ônibus do Grande Recife
Governo de Pernambuco decidiu, após os empresários pedirem aumento de 16%, reduzir a tarifa no fora-pico e reajustar o restante em 8,7%
O governo de Pernambuco decidiu reduzir o valor das passagens nos horários fora do pico nos ônibus da Região Metropolitana do Recife e aumentar em aproximadamente 8% o Anel A, que passaria de R$ 3,45 para R$ 3,75. A redução nos horários de menor movimento no sistema - das 9h às 11h e das 13h30 às 15h30 - seria de R$ 0,40 e estaria atrelada ao pagamento com o cartão VEM Comum - utilizado por 40% dos passageiros do sistema. No chamado horário social, o Anel A cairia de R$ 3,75 (sendo aprovado o reajuste de 8,7%) para R$ 3,35, e o Anel B, de R$ 5,10 (considerando o aumento proposto de 8,5%) para R$ 4,60.
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Nos demais horários do dia, o anel A passaria a custar R$ 3,75 e o anel B R$ 5,10, com percentuais de acréscimo de 8,7% e 8,5%, respectivamente. O Estado destaca que os índices são menores do que a inflação acumulada de 2019 e 2020, que foi de 9%. Vale lembrar que em 2018 e 2020 - anos de eleição - não houve revisão tarifária. As mudanças não estão fechadas e serão levadas como propostas para a reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), colegiado que decide pelo aumento, mas que historicamente segue o que o governo estadual decide. Por isso, o que o governo apresentar é o que deverá ser aprovado. O modelo é semelhante ao adotado recentemente em Curitiba (PR) e em Fortaleza (CE), chamado Tarifa e Hora Social, respectivamente. Em Pernambuco, será Horário Social. As propostas serão votadas na reunião do CSTM, marcada para o dia 5 de fevereiro.
Confira as análises do Estado e os argumentos da Urbana-PE aqui
“O importante é que estamos trazendo duas situações novas para o sistema, que poderão ajudá-lo a recuperar a demanda de passageiros. Em primeiro lugar, a criação de uma tarifa diferenciada, social, que demonstra a preocupação do governo com a inclusão social porque será uma tarifa R$ 0,40 mais barata exatamente para quem não dispõe do VEM Trabalhador e do VEM Estudante. Depois, vamos reduzir a circulação de dinheiro nos ônibus, o que facilita a operação, atualmente com menos cobradores”, argumenta o diretor de Operações do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), André Melibeu.
Inicialmente, o Estado iria propor que, no horário fora-pico, a tarifa apenas não fosse reajustada nos 8% como a passagem no restante do dia. Mas, segundo fontes do governo, a proposta avançou. A lógica do Estado é penalizar menos os que não têm acesso ao VEM Trabalhador - ou seja, ao benefício do vale-transporte -, que são, em sua maioria, profissionais autônomos. E, ao mesmo tempo, estimular a parcela da população que pode, a evitar os horários de pico, quando a lotação do transporte público é certa.
O problema da superlotação nos ônibus nos horários de pico é hoje, em plena pandemia de covid-19, um dos principais pontos de desgaste político para a gestão do PSB. Mostrado diariamente pela mídia e sempre usado como comparativo às punições por aglomerações impostas à sociedade de forma geral. Por isso o governo do Estado está tão preocupado em minimizá-lo. Ao mesmo tempo, com a demanda de passageiros ainda na casa dos 60%, não consegue impor a oferta de 100% da frota porque teria que cobrir essa diferença ou forçar o setor empresarial a assumi-la. No caso das concessionárias (Conorte e MobiBrasil), o Estado já cobre porque foram licitadas. Mas o governo não quer ampliar ainda mais o subsídio de R$ 250 milhões que coloca no sistema.
Empresários propõem aumento de 16% nas passagens de ônibus do Grande Recife. Anel A iria para R$ 4
Na terça-feira (19/01), os empresários propuseram que as passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife subam 16% em 2021. Foi a proposta que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) defenderam junto ao governo do Estado, que de imediato reagiu negativamente. Caso esse percentual fosse aprovado, o Anel A (utilizado por mais de 80% do sistema) sairia de R$ 3,45 para R$ 4. O Anel B passaria R$ 4,70 para R$ 5,45 e, o Anel G, de R$ 2,25 para R$ 2,60.