Segunda quarentena não altera oferta de ônibus e metrô no Grande Recife
Pelo menos por enquanto, coletivos seguirão com 80% da frota e Metrô do Recife avalia se haverá alteração
A segunda quarentena que entrará em vigor em todo o Estado a partir desta quinta-feira (18/3) não provocará mudanças na oferta do transporte público na Região Metropolitana do Recife. Pelo menos oficialmente e por enquanto. Os ônibus seguirão com 80% da frota nas ruas para uma demanda que operadores e gestores garantem ser de 60% dos passageiros. O Metrô do Recife está analisando a situação para informar se haverá mudanças no serviço. Atualmente, também estaria operando com menos de 100% das composições disponíveis para as Linhas Centro e Sul.
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No caso do transporte por ônibus - sistema que, de fato, transporta a maioria da população da RMR -, no entanto, a expectativa é de que, talvez, haja um pouco de alívio na superlotação dos coletivos nos horários de pico da manhã e noite. Mesmo sem uma ampliação da oferta de ônibus. Isso porque, espera-se que a demanda de passageiros tenha uma redução.
O governo de Pernambuco não falou em percentuais, mas o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), Fernando Bandeira, afirmou estimar uma queda de 15% a 20% da demanda atual - que está em 60% dos passageiros transportados antes da pandemia. “É importante lembrar que quem define quantos ônibus serão ofertados é o gestor do sistema, que é o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM). E o determinado é mantermos como está, entre 85% e 87%. Ao mesmo tempo, com a suspensão das atividades econômicas não essenciais, haverá uma queda de passageiros. Acreditamos que a demanda cairá para 40% ou 45%”, afirmou Fernando Bandeira. A Urbana-PE diz que a demanda de ônibus atualmente nas ruas é de 85% a 87%.
O CTM informou que a demanda de usuários no sistema tem variado entre 60% e 63%. Lembra que 201 ônibus foram lançados na frota nos últimos dois meses e os programas sociais que têm criado para facilitar o acesso social ao sistema de ônibus e, ao mesmo tempo, tentar pulverizar a concentração dos horários de pico da manhã e da noite. Os dois programas sociais lançados para o transporte público da RMR são: Horário Social, criado quando a passagem dos coletivos teve um aumento de 8,7% no início de 2021 e que reduz em R$ 0,40 o valor da tarifa para quem usa nos horários fora do pico e que paga com o cartão VEM Comum. E o Transporte Social, que irá beneficiar 20 mil desempregados durante a pandemia com a gratuidade de 20 passagens por mês - R$ 75.
Confira o histórico da demanda do sistema de ônibus na RMR:
Atualmente:
Entre 80% e 87% da frota de ônibus em operação
Entre 60% e 63% da demanda de passageiros
Na quarentena:
Entre 80% e 87% da frota de ônibus em operação
Redução da demanda de passageiros para 40% a 45%
Setembro: 58%
Outubro: 61%
Novembro: 63%
Dezembro: 67%
Janeiro: 61%
Fevereiro e Março: 63%
Metrô do Recife
Atualmente a CBTU Recife atende apenas metade da demanda de antes da pandemia
144 mil passageiros por dia na Linha Centro
42 mil passageiros por dia na Linha Sul
A Linha Centro é atendida por 10 trens com intervalos de 10 minutos
A Linha Sul é atendida por 7 trens com intervalos de 12 minutos
Maior problema são os horários de pico, que no metrô são mais cedo que nos ônibus:
6h às 8h30 e 17h às 19h30
Fonte: CTM/Urbana-PE/CBTU-Recife
OUTRAS AÇÕES PROMOVIDAS PELO ESTADO
Diante da pressão de várias instituições sobre a situação do transporte público da RMR - MPPE, RCE-PE e OAB-PE -, o governo de Pernambuco anunciou algumas ações para tentar reduzir a superlotação dos ônibus e terminais integrados nos horários de pico e ampliar a segurança nos TIs.
Ampliou a frota de ônibus de 70% para 81%, com a entrada de 201 ônibus e a meta de alcançar 300 veículos até o fim de fevereiro, o que não aconteceu e agora será adiado devido à segunda quarentena imposta a todo o Estado a partir do dia 18/3. Também ampliou a presença de policiais militares nos terminais integrados, lançando mais 2.500 PMs nos dez principais TIs da RMR. E vem fazendo a distribuição de cartões VEM Comum e de máscaras para os passageiros.
Considerando a recuperação das Estações de BRT vandalizadas no ano passado, seriam investimentos que totalizam quase R$ 300 milhões em subsídios anuais. O Estado também prometeu lançar, ainda este ano, a licitação de concessão da gestão dos terminais à iniciativa privada. A futura parceria tem como objeto a contratação de um parceiro privado para administração, manutenção, conservação, exploração comercial e requalificação dos 26 TIs e das 44 Estações de BRT, com possibilidade de implantação de empreendimentos associados. Além disso, está realizando a licitação para a concessão que requalificará mil abrigos e dois mil totens na RMR, além de finalizar o chamamento público para a revisão da rede de transportes e sua nova licitação.