Ônibus do Grande Recife terá Horário Social, com passagens quarenta centavos mais baratas
Modelo valerá para os horários fora do pico do transporte público e apenas para quem pagar a passagem com o cartão VEM Comum
Nem tudo é notícia ruim para o passageiro do transporte público da Região Metropolitana do Recife. Apesar do aumento das passagens em 8%, em média, os usuários que pagarem a passagem com o cartão VEM Comum poderão ter um desconto de R$ 0,40 para andar nos ônibus do Grande Recife. O Horário Social, como a redução tarifária foi batizada, valerá no chamado horário fora-pico: das 9h às 11h e das 13h30 às 15h30. E também entra em vigor neste domingo (7/2).
- Mais reações ao provável aumento das passagens e à superlotação dos ônibus no Grande Recife
- Pressão de todos os lados. Depois do MPPE e da OAB-PE, TCE cobra providências sobre a situação do transporte público do Grande Recife
- Após pressão contra superlotação, Governo de Pernambuco amplia frota de ônibus no Grande Recife
- TCE instaura auditoria para acompanhar situação do transporte público no Grande Recife
- MPPE pede adiamento do aumento das passagens de ônibus no Grande Recife
- Sociedade civil pede o congelamento das passagens de ônibus no Grande Recife
- Ao TCE-PE, Estado promete mais de 80% da frota de ônibus até o fim de fevereiro na Região Metropolitana do Recife
- Como esperado, passagens dos ônibus do Grande Recife vão subir 8,7% a partir de domingo (7). Anel A custará R$ 3,75
Ver essa foto no Instagram
A proposta do governo de Pernambuco de criar o chamado Horário Social do transporte, entretanto, terá um efeito mais político do que financeiro. Pelo menos na prática. A estimativa do próprio Estado é de que o Horário Social beneficiará aproximadamente 10% dos passageiros pagantes do sistema de ônibus. Em números atuais, impactados pela pandemia, significaria quase 70 mil pessoas beneficiadas das 700 mil que atualmente pagam a passagem no sistema da RMR. Antes da crise sanitária eram 1,2 milhão de pagantes e 2 milhões de transportados - incluindo as gratuidades.
A estimativa é técnica, feita pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), e tem como base o número de passageiros que atualmente têm pago a tarifa utilizando dinheiro ou o cartão VEM Comum. Diretamente, seriam beneficiados 60 mil passageiros que atualmente já utilizam o sistema nos horários fora do pico (das 9h às 11h e das 13h30 às 15h30) pagando com dinheiro ou VEM Comum. “Estamos apostando que os 35 mil usuários que hoje utilizam dinheiro nesses horários fora do pico passarão para o cartão VEM com a tarifa social”, explicou o diretor de Operações do CTM, André Melibeu. Os outros 25 mil passageiros já pagam com o cartão VEM Comum.
Além dos 60 mil passageiros, outros 9 mil usuários que andam nos ônibus nos horários de pico e também pagam a tarifa em dinheiro ou já com o VEM Comum seriam atraídos para o Horário Social. Outra aposta do Estado. “Essa seria a migração que esperamos e ela será basicamente concentrada nos usuários da manhã. Isso porque à tarde é mais difícil, já que o passageiro que larga às 17h ou às 18h, por exemplo, não conseguirá antecipar a saída para 15h30”, reforça André Melibeu.
Questionado se uma redução de R$ 0,40 seria suficiente para atrair os passageiros, o diretor de Operações defendeu a medida. “Acredito que sim. Principalmente para o deslocamento pela manhã. Sabemos que os usuários que utilizam o sistema nas primeiras horas, entre 5h, 6h e 7h, por exemplo, não migrarão. Mas aqueles das 8h às 9h serão atraídos. Principalmente quem já usa o cartão VEM Comum”, reforçou Melibeu.
“O importante é que estamos trazendo duas situações novas para o sistema, que poderão ajudá-lo a recuperar a demanda de passageiros. Em primeiro lugar, a criação de uma tarifa diferenciada, social, que demonstra a preocupação do governo com a inclusão social porque será uma tarifa R$ 0,40 mais barata exatamente para quem não dispõe do VEM Trabalhador e do VEM Estudante. Depois, vamos reduzir a circulação de dinheiro nos ônibus, o que facilita a operação, atualmente com menos cobradores”, reforçou.