Superlotação no pico e ausência de passageiros nos outros horários. Assim foi o primeiro dia de quarentena no Grande Recife
Frota de ônibus segue em 80% e, por enquanto, sem previsão de alteração. Na volta para casa, passageiros enfrentaram terminais cheios
A concentração da demanda de passageiros nos horários de pico da manhã e da noite segue sendo o desafio da pandemia para o transporte público na Região Metropolitana do Recife. Desafio histórico dos sistemas no Brasil e no mundo, potencializado durante a crise sanitária. Foi isso que aconteceu nesta quinta-feira (18/3), primeiro dos 11 dias de quarentena que Pernambuco enfrentará. Nas primeiras horas da manhã e no fim do dia, a quantidade de usuários se manteve quase a mesma de antes, enquanto que nos horários fora-pico a demanda de passageiros nos ônibus da Região Metropolitana do Recife caiu pela metade. Na volta para casa, passageiros enfrentaram terminais cheios.
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Os dados não são oficiais porque, infelizmente, a tecnologia de bilhetagem eletrônica em operação no Sistema de Transporte Público de Passageiros da RMR (STPP) não faz a leitura dos dados em tempo real, apenas quando os ônibus são recolhidos para as garagens. Sendo assim, as informações de um dia só são liberadas na manhã do dia seguinte. Mas são dados obtidos a partir da percepção dos operadores. Segundo o diretor de Inovação da Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco), Marcelo Bandeira, durante a quarentena a demanda de passageiros deverá se manter em 50% do que se transportava antes da crise sanitária.
“E talvez seja até menor, embora esse lockdown tenha sido mais flexível do que o decretado no ano passado. Nesta quinta (18), percebemos uma demanda total equivalente a 50% do período pré-pandemia. Mas ela poderá ser ainda menor, entre 40% e 45%. Estamos com um pico muito concentrado, embora um pouco menor do que antes da quarentena começar, e no fora-pico, a demanda praticamente inexistente. Os veículos circularam praticamente vazios nesses horários”, disse Marcelo Bandeira. O diretor da Urbana-PE afirmou, ainda, que esse cenário de 50% da demanda foi verificado nos dois últimos fins de semana, quando a RMR estava sob restrições mais flexíveis.
CONFIRA AS REGRAS DA QUARENTENA
A frota de coletivos na RMR não foi alterada por causa do início da quarentena, sendo mantida uma oferta de 80% dos coletivos que circulavam antes da pandemia. O argumento de operadores e dos gestores do sistema - o governo de Pernambuco - é de que seria suficiente, já que a demanda seguia entre 60% e 63%. O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), gestor do transporte por ônibus na RMR, informou que só poderá apresentar um balanço da demanda de usuários na manhã desta sexta-feira (19). O Metrô do Recife não repassou dados. Afirmou, por nota, que está avaliando o movimento da quinta para decidir se fará aletrações na operação.