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Ônibus do Grande Recife deixaram de fazer quase 4 mil viagens por causa das fortes chuvas

Quem sofreu foi o passageiro, que ficou sem o serviço em muitas áreas da Região Metropolitana

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Roberta Soares

Publicado em 14/05/2021 às 12:32 | Atualizado em 14/05/2021 às 13:33
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Já sofrendo grandes impactos devido à crise sanitária provocada pela covid-19, o transporte público da Região Metropolitana do Recife foi extremamente prejudicado pelas fortes chuvas dos últimos dois dias. E quem mais sente são as pessoas que dependem do serviço para ir e vir. Na quinta-feira (13/5), quando choveu 200 milímetros em 24 h - o equivalente a 60% do previsto para todo o mês de maio -, os ônibus que atendem ao Grande Recife não realizaram 20% das viagens programadas, o equivalente a 3.900 viagens, devido aos alagamentos.

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Esse número já reflete a redução de viagens que o sistema teve devido à pandemia. Caso contrário, seria bem maior. Os ônibus do Grande Recife realizavam 26 mil viagens por dia antes da crise sanitária começar. Agora fazem 19.400. A queda de passageiros, que já oscilava entre 30% e 40%, caiu ainda mais, o que era esperado - foi de 32% em relação ao dia anterior. Os dados são da Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco).

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Avenida Recife, próximo a entrada do bairro Ibura, Zona Sul do Recife - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
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Na PE-15, engarrafamento e passageiros de ônibus a pé - DAY SANTOS/JC IMAGEM
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Congestionamento na cidade Tabajara em Olinda obriga as pessoas a deixarem o TI PE-15 a pé - DAY SANTOS/JC IMAGEM

“Tivemos linhas mais afetadas do que outras. A RMR possui pontos crônicos e conhecidos de alagamento, tanto nos subúrbios (Ibura, Nova Descoberta, Guabiraba, etc), como em vias arteriais (Avenidas Mascarenhas de Moraes, Recife, Presidente Kennedy, entre outras). No caso de uma chuva de enormes proporções como a de ontem, com precipitações acima de 200 mm em 24 horas, pouquíssimos sistemas de drenagem seriam capazes de suportar, especialmente em uma cidade cortada por diversos rios e com vários pontos abaixo do nível do mar”, ponderou Marcelo Bandeira, empresário de ônibus e um dos diretores da Urbana-PE.

No caso do transporte público, os alagamentos também provocam danos aos veículos e elevação dos custos operacionais, principalmente de combustível devido aos congestionamentos. Em vias onde os coletivos ainda conseguem trafegar, penam com as retenções. E em muitos corredores - como a PE-15, por exemplo - sequer passam. O Recife tem 179 pontos de alagamento na cidade e, segundo a prefeitura, 105 deles foram solucionados.

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