Começa a nova gestão privada dos terminais integrados de ônibus e das estações de BRT do Grande Recife
Governo do Estado assina nesta terça-feira (14/12) o contrato da futura concessão com o Consórcio Nova Mobi Pernambuco, que terá 35 anos e investimentos totais de R$ 1,5 bilhão
O governo de Pernambuco assina nesta terça-feira (14/12), no Palácio do Campo das Princesas, o contrato da nova gestão privada dos 26 terminais integrados e das 44 estações de BRT, que será uma Parceria Público-Privada (PPP) - a primeira do tipo no Estado, vale ressaltar. O desafio de recuperar e qualificar dois dos equipamentos que mais são criticados no transporte público da Região Metropolitana do Recife será responsabilidade da Nova Mobi Pernambuco, empresa do Grupo Socicam criada para o novo contrato, que tem expertise na gestão de terminais no País, especialmente em São Paulo, e que há 13 anos administra o Terminal Integrado de Passageiros (TIP), a rodoviária localizada na Zona Oeste da capital, além de outros seis terminais rodoviários pernambucanos.
Confira a série de reportagens A morte do BRT
A morte do BRT: destruição chega ao limite em Pernambuco
A morte do BRT: aposta na gestão privada é a esperança do sistema em Pernambuco
O contrato tem valor de R$ 113 milhões (dinheiro que será pago pelo governo do Estado) e duração de 35 anos. Incluindo os investimentos privados ao longo dos anos na operação e na infraestrutura, representará investimentos na ordem de R$ 1,5 bilhão. Com a concessão, os TIs e as estações de BRT passarão a ser operados, reformados, modernizados e administrados pela Nova Mobi Pernambuco. O dinheiro deverá ser usado na requalificação das unidades com aplicações na melhoria das instalações físicas, geração e uso de energia de fonte renovável (placas solares), construção de centro e salas de controle operacional com uso intensivo de dispositivos de tecnologia da informação, e ampliação de áreas para serviços e espaços comerciais. Destes, R$ 85 milhões serão concentrados nos primeiros 48 meses de contrato.
Estações de BRT também terão gestão privada no Grande Recife
A população sentirá a diferença imediata nesses equipamentos. Estamos empenhados na arrumação e requalificação. É um contrato desafiador para o grupo, já que é o maior que teremos no País. Será a gestão de 70 equipamentos. Até mesmo maior do que São Paulo, que tem 26 terminais. Estamos presentes também em Salvador, com oito terminais, e em Fortaleza, com seis”,
diretor presidente do Nova Mobi Pernambuco, Gilberto Torres de Menezes
DETALHES
Em conversa com a Coluna Mobilidade, a Nova Mobi Pernambuco explicou que os usuários sentirão as primeiras mudanças na requalificação dos equipamentos já nos primeiros 12 meses de 2022. Entre os 26 TIs da RMR, sete receberão as ações de imediato, exatamente os mais problemáticos: Macaxeira, Joana Bezerra, Camaragibe, Xambá, Pelópidas Silveira, PE-15 e Caxangá. Já em relação ao sistema BRT, as estações do Corredor Leste-Oeste - o menos degradado dos dois e o que liga o Centro do Recife ao município de Camaragibe - serão as primeiras requalificadas. “A população sentirá a diferença imediata nesses equipamentos. Estamos empenhados na arrumação e requalificação. É um contrato desafiador para o grupo, já que é o maior que teremos no País. Será a gestão de 70 equipamentos. Até mesmo maior do que São Paulo, que tem 26 terminais. Estamos presentes também em Salvador, com oito terminais, e em Fortaleza, com seis”, afirmou o diretor presidente da Nova Mobi Pernambuco, Gilberto Torres de Menezes.
Vale ressaltar que a Nova Mobi Pernambuco foi a única a participar da licitação pública lançada em maio deste ano. A Socicam começou a atuar em Pernambuco em 2008, quando foi a escolhida para administrar e operar o TIP e outros 11 terminais rodoviários. Menos de dois anos depois, entretanto, a empresa pediu para rever o modelo de negócio e atualmente segue com o TIP e apenas as cinco maiores e mais rentáveis rodoviárias do Estado: Caruaru e Garanhuns, no Agreste, e Arcoverde, Serra Talhada e Petrolina, no Sertão do Estado. A gestão das rodoviárias pela Socicam é por 30 anos.
TECNOLOGIA E SEGURANÇA
São muitas as promessas de melhorias feitas pelo novo gestor e validadas pelo governo do Estado. Entre elas, a chegada da tecnologia - algo extremamente atrasado no transporte público do Grande Recife. A garantia é de que os TIs e as estações de BRT terão, em muito breve, uma comunicação em tempo real com o passageiro. Será possível saber quando os BRTs passarão nas estações e os ônibus chegarão e sairão dos terminais. Algo que o sistema pernambucano chegou a ter por um curto período, ainda em 2014, mas que foi retirado posteriormente por problemas administrativos. Todos os equipamentos também terão wi-fi.
Um Centro de Controle Operacional (CCO) será implantado no Terminal Integrado CDU, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, para monitorar toda a operação dos TIs e estações de BRT. A tecnologia garantirá a segurança dos equipamentos, que também terão a vigilância patrimonial permanente. A previsão é de que o CCO fique pronto entre os meses de abril e maio de 2022. Em quatro anos, todos os equipamentos terão que ter sido reformados e requalificados. No caso das estações de BRT, o Corredor Norte-Sul - o maior e mais destruído - ficou para depois do Leste-Oeste porque, segundo explicou Marcelo Bruto, secretário executivo de Parcerias e Estratégias de Pernambuco, pasta que cuida das PPPs do Estado, ainda tem muitas estações fechadas e sendo reestruturadas para serem reabertas.
IDEIAS INOVADORAS E NOVOS SERVIÇOS
A nova modelagem é uma Parceria Público-Privada (PPP) no formato de concessão administrativa, ou seja, há aporte financeiro durante a vigência do contrato, mas sem cobrança dos usuários - já que o passageiro paga a tarifa do transporte e acessa as unidades com ela. Além de prever amplas reformas física, administrativa e operacional, a proposta do governo de Pernambuco é uma reformulação conceitual dos TIs, com uma estratégica exploração comercial dos possíveis potenciais das unidades. Está buscando a inserção dos terminais às cidades onde estão localizados para que sejam vistos além de uma simples estação de embarque e desembarque. Que possam incorporar os chamados empreendimentos associados - modelo já adotado com sucesso em muitos sistemas de transporte, inclusive no Brasil. E que geram uma razoável renda extra tarifária para o transporte - tão dependente da passagem paga pelo usuário.
“Esse pacote de concessões tem três premissas. A primeira é a melhoria imediata dos equipamentos, com reformas e zeladoria. Uma arrumação logo no início. A segunda é a requalificação dos espaços, com adoção de novos equipamentos, como bicicletários nos sete primeiros TIs e paraciclos em todos os outros, além de teto verde, por exemplo. E a terceira, que será após os quatro anos iniciais, é o estudo de vocação dos TIs, identificando os potenciais de cada um para tentar agregar serviços e produtos”,Marcelo Bruto, secretário executivo de Parcerias e Estratégias de Pernambuco
Ao longo de 35 anos, estão previstos mais de R$ 1,5 bilhão de investimentos na operação, conservação e manutenção dos equipamentos, além da possibilidade de investimentos adicionais na realização de empreendimentos associados aos terminais integrados, revitalizando o espaço e respeitando os padrões de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS).
“Esse pacote de concessões tem três premissas. A primeira é a melhoria imediata dos equipamentos, com reformas e zeladoria. Uma arrumação logo no início. A segunda é a requalificação dos espaços, com adoção de novos equipamentos, como bicicletários nos sete primeiros TIs e paraciclos em todos os outros, além de teto verde, por exemplo. E a terceira, que será após os quatro anos iniciais, é o estudo de vocação dos TIs, identificando os potenciais de cada um para tentar agregar serviços e produtos”, explicou Marcelo Bruto.
Em vídeo, a promessa de mudança feita pela Nova Mobi Pernambuco. Agora, é esperar para conferir se tudo isso irá virar realidade:
A população sentirá a diferença imediata nesses equipamentos. Estamos empenhados na arrumação e requalificação. É um contrato desafiador para o grupo, já que é o maior que teremo
diretor presidente do Nova Mobi Pernambuco, Gilberto Torres de Menezes“Esse pacote de concessões tem três premissas. A primeira é a melhoria imediata dos equipamentos, com reformas e zeladoria. Uma arrumação logo no início. A segunda é a requalificação dos
Marcelo Bruto, secretário executivo de Parcerias e Estratégias de Pernambuco