Maio Amarelo: os ciclistas estão nas ruas. Só não vê quem não quer
O preço das passagens - reajustadas nas principais capitais mesmo com a crise econômica e de emprego da pandemia de covid-19 - jogou muita gente para as bikes. Além daquelas pessoas que já queriam adotar a bicicleta pela questão de saúde e sustentabilidade
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O preço das passagens - reajustadas nas principais capitais mesmo com a crise econômica e de emprego da pandemia de covid-19 - jogou muita gente para as bikes - BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM
É impossível não perceber que o número de pessoas usando a bicicleta para se deslocar nas ruas das cidades aumentou. No Brasil e em Pernambuco. Pelo menos na Região Metropolitana do Recife e, comprovadamente por cálculos, na capital.
O preço das passagens - reajustadas nas principais capitais mesmo com a crise econômica e de emprego da pandemia de covid-19 - jogou muita gente para as bikes. Além daquelas pessoas que já queriam adotar a bicicleta pela questão de saúde e sustentabilidade.
Os números do sistema de compartilhamento de bicicletas públicas operado pela Tembici, com patrocínio do Banco Itaú, comprovam esse crescimento. A primeira quinzena de abril de 2022, comparada ao mesmo período de 2021, registrou aumento médio de 18% no número de viagens.
Os índices têm sido observados em todas as praças atendidas pela Tembici no Brasil: Recife (Bike PE), São Paulo (Bike Sampa), Rio de Janeiro (Bike Rio), Salvador (Bike SSA) e Porto Alegre (Bike POA). A empresa aposta que o uso mais intenso das bicicletas em seus sistemas se deve a uma mudança gradual de comportamento das pessoas.
Mas o maior impulsionador do uso das bikes seria, de fato, o custo. A Tembici diz que, de acordo com a Calculadora de Trajetos, um percurso diário de cinco quilômetros, por exemplo, pode sair por mais de R$ 1.200 no mês, quando feito de carro. Se realizado no transporte público, o gasto seria, em média, de R$ 230. Enquanto que, com a bike compartilhada, pode custar R$ 29,90 por mês.
JC-CID0522_CICLISTAS - THIAGO LUCAS/ ARTES JC
Esse custo de quase R$ 30 seria referente ao plano mensal dos sistemas de bike share, que permite o uso diário de 1h ou 2h (aos domingos e feriados), respeitando apenas os intervalos de 15 minutos entre as corridas. Em algumas praças, como Salvador e Porto Alegre, por exemplo, é ainda mais barato: R$ 15.
O Bike PE possui, atualmente, 960 bikes e 90 estações distribuídas no Recife (a grande maioria), Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
O Dia Mundial Sem Carro será marcado no Recife com a implantação e requalificação de ciclofaixas em Santo Amaro, na área central, e a oferta de 500 vouchers para viagens de bicicleta no sistema de compartilhamento Bike-PE - RODOLFO LOEPERT/PCR/IMAGEM ILUSTRATIVA
MAIS CICLOFAIXAS
Pelo menos no caso do Recife, a ampliação da malha cicloviária interfere diariamente - a capital conta atualmente com 160 km de ciclofaixas (em sua grande maioria) e tem feito conexões estratégicas entre os equipamentos que permitem, em alguns bairros da cidade, compor rotas inteiras para quem quer usar a bicicleta como meio de transporte.
Embora ainda não tenha enfrentado as grandes avenidas, o Recife tem visto o número de ciclistas aumentar consideravelmente. Contagens frequentes realizadas pela Ameciclo mostram esse crescimento. Em alguns pontos, ultrapassou os 80%, como o registrado no cruzamento da Avenida Rui Barbosa com a Rua Amélia, na Zona Norte da capital.
CONTAGEM NO RECIFE
Avenida Rui Barbosa com Rua Amélia, Zona Norte do Recife
Aumento de 83%
2.629 ciclistas em 2022 1.431 ciclistas em 2013
Avenida Abdias de Carvalho com Avenida General San Martin, Zona Oeste do Recife
Aumento de 57%
3.706 ciclistas em 2021 2.354 ciclistas em 2016
Aumento de 35%
2.733 ciclistas em 2019
Avenida Domingos Ferreira com Avenida Antônio Falcão, Zona Sul do Recife
Aumento de 17%
1.441 ciclistas em 2021 1.199 ciclistas em 2019
Avenida Recife, Zona Sul do Recife
Aumento de 26%
2.292 ciclistas em 2021 1.694 ciclistas em 2016
Varadouro, em Olinda
Aumento de 40% 2.126 ciclistas em 2021 1.300 ciclistas em 2018
Avenida do Forte com Rua Miguel Vieira, Zona Oeste do Recife Aumento de 10% 3.961 ciclistas em 2022 3.561 ciclistas em 2013
* Fonte: Ameciclo
Com o reforço, o sistema passa a operar com 960 bicicletas e 90 estações - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM CRESCIMENTO É NACIONAL
O cenário nacional é semelhante. O Perfil do Ciclista 2021, estudo realizado pelo Transporte Ativo e pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Labmob-UFRJ), apontou que 26% dos entrevistados usam a bicicleta como meio de transporte há menos de dois anos, ou seja, começaram a pedalar em seus deslocamentos diários durante a pandemia de covid-19. É o mesmo que dizer que um em cada quatro entrevistados adotaram a bike. Os pesquisadores entrevistaram mais de 10 mil ciclistas, em 16 cidades do País - o Recife entre elas -, entre setembro e novembro de 2021.
Jornalista setorizada em mobilidade urbana há 18 anos. Com 26 anos de redação, cobriu por quase dez anos o setor de segurança pública, atuando também nas editorias de Política, Brasil e Internacional.
Localidade:RecifeTelefone:8199537000Cargo:repórter sênior e colunistaCursoCurso de Fiscalização do Dinheiro Público Ministrado pelo Knight Center, 2020
Curso de Desenvolvimento Urbano para Jornalistas Ministrado pela Abraji e Instituto Linconl – São Paulo, 2014
Curso de Webvídeos em dispositivos móveis Ministrado pelo Jornal do Commercio, 2015
Curso de Webjornalismo Ministrado pelo professor Fábio Guerra, da VídeoRepórte, Recife, 2013
Curso de WebJornalismo Ministrado pelo Grupo Garapa, São Paulo, em 2012