Quase 72 horas depois do início dos bloqueios de estradas pelo País por apoiadores do presidente Bolsonaro (PL),contrários à eleição do ex-presidente Lula (PT) para a Presidência da República, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que Pernambuco não tem mais rodovias federais bloqueadas.
Há, ainda, dois pontos com manifestantes concentrados e que têm provocado retenções no trânsito das áreas, mas sem o fechamento ou a interdição - mesmo que parcial - das rodovias federais.
Os dois pontos ficam no Grande Recife e no interior do Estado: na BR-232, em frente ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), no Curado, Zona Oeste do Recife, e no Km 92 da BR-423, em Garanhuns, no Agreste.
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O Estado chegou a dez pontos de bloqueios e de interdição parcial por manifestantes. Mas nesta quarta-feira (2/11), o último ponto de interdição foi liberado, após mais de 40 horas de bloqueio realizado por manifestantes: Km 22 da BR 104, em Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco.
A liberação aconteceu por volta das 17h e foi uma ação realizada pela PRF com o apoio da Polícia Federal e da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS). O envolvimento das forças federais e estaduais já tinha sido determinado pelo STF e TSE.
PRISÃO DE ORGANIZADOR DE BLOQUEIOS
Um suspeito de liderar a manifestação foi identificado e encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Caruaru. O suspeito poderá ser multado em R$ 17 mil, como prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Segundo a PRF, foi necessário usar a tropa de choque da corporação para liberar a BR-104. “Após esgotados todos os meios de negociação e diante da insistência dos manifestantes em permanecer bloqueando a rodovia, a utilização da tropa de choque da PRF foi necessária para garantir a liberação do trecho. A ação obedeceu aos protocolos de segurança da instituição e não foram registrados feridos na ação”.
BALANÇO NACIONAL
O total de pontos de interdições e bloqueios nas rodovias federais caiu para 145, de acordo com informação atualizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) às 16h32 desta quarta-feira (2). O último boletim havia sido publicado duas horas antes e apontava um total de 159 ocorrências.
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As informações estão sendo divulgadas pela PRF em sua conta no Twitter. O dado abrange apenas as ocorrências nas estradas federais, sem contabilizar casos de vias estaduais e municipais.
A corporação informou que foram desfeitas mais 21 manifestações nas últimas horas, chegando a um total de 688 cessadas. Metade das dispersões nesse período ocorreu em Santa Catarina, Estado em que há mais protestos (eram 34 no meio da tarde).
Os dados da PRF mostram que há interdições e bloqueios em rodovias federais de 16 Estados. Depois de Santa Catarina, a maioria das ocorrência está em Mato Grosso (31), Paraná (21), Pará (13) e Rondônia (12). O Estado de São Paulo tem dois pontos de interdição, e Minas Gerais, sete.
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MULTAS GRAVÍSSIMAS E CARAS
As pessoas que estão envolvidas com os bloqueios de rodovias pelo País podem receber multas de trânsito consideradas gravíssimas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e que têm custos altíssimos. São dois tipos de infrações que podem ser cometidas com valores que chegam a R$ 17 mil.
De acordo com o Artigo 253 do CTB, a mais cara delas é para quem organiza os bloqueios. Chega a R$ 17.608,20 por cada organizador. Para aqueles que bloqueiam as rodovias, a multa prevista é de R$ 5.869,40.
As duas também preveem a apreensão e remoção do veículo. Ou seja, o condutor ainda terá que cobrir o custo de reboque e depósito dos órgãos de trânsito. Sem esquecer os 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
MULTAS JUDICIAIS DE 100 MIL REAIS
Além das multas de trânsito, os manifestantes também poderão responder judicialmente e pagar uma multa de R$ 100 mil. O valor foi estipulado em despacho do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
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