Os números assustam e, ao mesmo tempo, revoltam porque são crescentes e parecem ainda incomodar pouco os gestores públicos. Por ano, no mundo, 220 mil crianças, adolescentes e jovens de até 19 anos morrem vítimas dos sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define, segundo a ABNT).
Isso representa mais de 600 mortes diárias ou uma morte a cada quase dois minutos.
A insegurança viária nas ruas e avenidas dos centros urbanos e rodovias já representa a principal causa de mortes de crianças, adolescentes e jovens com até 19 anos. Os dados são do mais recente Guia Técnico de Segurança Viária da UNICEF.
O documento aponta, ainda, que as lesões no trânsito são a décima causa principal de anos vividos com deficiência entre adolescentes e jovens de 15 a 19 anos e a décima terceira causa em geral no grupo entre 0 e 19 anos.
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Não é mais acidente de trânsito. Agora, a definição é outra nas ruas, avenidas e estradas do Brasil
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Além disso, o guia da Unicef revela que essa gigante violência no trânsito tem lugar certo: 97% das mortes infantis acontecem nos países menos desenvolvidos - o Brasil com destaque entre eles. As taxas de mortalidade infantil no trânsito são até 30 vezes maiores países de baixa e média renda quando se comparam com países desenvolvidos.
CONFIRA O GUIA DA UNICEF NA ÍNTEGRA
UNICEF Child and Adolescent Road Safety Technical Guidance 2022 by Roberta Soares on Scribd
Na África subsaariana (que corresponde à parte do continente africano situada ao Sul do Deserto do Saara), por exemplo, a diferença da taxa de mortalidade por lesões causadas pelo trânsito é até oito vezes maior do que em outras regiões do mundo.
PEQUENA REDUÇÃO
O guia da Unicef aponta que houve uma redução na taxa de mortes infantis causadas por sinistros de trânsito nos últimos 20 anos, mas o progresso varia de acordo com grupos de renda e região. Nos países de alta renda, a redução foi de 62%, enquanto que aqueles de baixa e média renda a queda foi de apenas 11%.
A taxa de redução na África Subsaariana também tem sido muito mais lenta do que em outras regiões, sendo verificada uma redução de apenas 16% nos últimos 20 anos. Enquanto que na Ásia Oriental foi de 42%, assim como no Pacífico, Na América do Norte a queda foi de 53%.
Além dos sinistros de trânsito - aponta a UNICEF -, as crianças e adolescentes também têm sido vítimas das doenças respiratórias associadas à poluição atmosférica provocada pelo uso excessivo de automóveis e pela resistência aos avanços tecnológicos do transporte público e das motocicletas, por exemplo.
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