A greve dos pilotos e comissários brasileiros, confirmada para começar nesta segunda-feira (19/12), sem prazo determinado, irá apenas “atrasar” alguns voos em alguns dos principais aeroportos do País. Pelo menos essa é a garantia da categoria.
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) confirmou o início do movimento entre 6h e 8h e afirmou que poderá se repetir por prazo indeterminado. Segundo a entidade, serão atrasadas as decolagens de voos de aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. O Aeroporto Internacional do Recife não está na lista, pelo menos oficilamente.
SEM CANCELAMOS DE VOOS
O SNA afirmou neste sábado (17), que a categoria vai seguir seu "manual de greve", em que mantém 100% dos tripulantes a postos, mas uma parcela deles (de 1% a 2%) vai atrasar alguns voos. Nenhum voo será cancelado e todas as viagens serão realizadas, ainda que após os horários agendados pelas companhias aéreas - garantiu o sindicato.
Dessa forma, o SNA afirma que vai cumprir a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que, na sexta-feira (16), determinou que 90% dos pilotos e comissários mantenham suas atividades durante o período da paralisação.
A ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, do TST, também impôs multa de R$ 200 mil caso o SNA não cumpra a determinação. A decisão atendeu parcialmente o pedido feito pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), que solicitava o cancelamento total da greve, em detrimento da decisão pela paralisação, e multa de R$ 500 mil por dia.
O entendimento da magistrada foi de que a greve tem aptidão para gerar graves impactos à sociedade, notadamente por ser aprovada em período de aumento da demanda no setor de transporte coletivo aéreo devido às festas de fim de ano e as férias de janeiro.
A data, vale ressaltar, já é escolhida pelos pilotos estrategicamente por ter maior impacto e, assim, provocar reações às demandas da categoria.
REIVINDICAÇÃO É INFLAÇÃO E AUMENTO DE 5%
Apesar do transtorno, é importante destacar que os pilotos não estão fazendo reivindicações alarmantes. Ao contrário. A principal demanda da categoria é a recomposição inflacionária dos salários e o aumento real de 5%. Os aeronautas pedem também a definição de horários de folgas, proibição de alteração das escalas e cumprimento da regra de tempo mínimo em solo entre voos.
O SNEA afirmou, em seu pedido ao TST, que desde a primeira reunião de negociação os aeronautas sinalizaram que não abririam mão do aumento real. "Mesmo as empresas se esforçando ao máximo e apresentando proposta de reajuste de 100% do INPC, diárias nacionais, seguro de vida e vale alimentação, além de conceder outros pleitos sociais dos aeronautas", informou a entidade.
Os aeronautas, por sua vez, argumentam que os altos preços das passagens aéreas aumentaram também os lucros.
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