Transporte por aplicativo

Ministro sugere que os Correios substituam a Uber caso a empresa decida deixar o Brasil

O auxiliar do presidente Lula (PT) deu a declaração no contexto de uma provável mudança na legislação trabalhista, com a regulamentação da situação dos trabalhadores que atuam junto aos aplicativos como a Uber

Renata Monteiro
Cadastrado por
Renata Monteiro
Publicado em 06/02/2023 às 20:58 | Atualizado em 06/02/2023 às 21:21
Pixabay
Luiz Marinho chamou de "chantagem" a possibilidade da Uber deixar o mercado brasileiro - FOTO: Pixabay

O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), afirmou ao jornal Valor Econômico que se a Uber quiser deixar o Brasil por conta da proposta de regulamentação do serviço, o governo federal pode chamar os Correios para substituir a empresa.

"Posso chamar os Correios, que é uma empresa de logística, e dizer para criar um aplicativo e substituir. Aplicativo se tem aos montes no mercado", afirmou o petista.

O auxiliar do presidente Lula (PT) deu a declaração no contexto de uma provável mudança na legislação trabalhista, com a regulamentação da situação dos trabalhadores que atuam junto aos aplicativos como a Uber, que não têm direitos garantidos pela CLT. Uma das promessas de campanha do chefe do Executivo foi assegurar direitos aos profissionais.

Marinho também chamou de "chantagem" a possibilidade da empresa norte-americana deixar o mercado brasileiro, postura semelhante à adotada pela empresa na Espanha, mas que acabou não indo adiante.

"Na Espanha, no processo de regulação, a Uber e mais alguém disseram que iam sair (do país). Esta rebeldia durou 72 horas. Era uma chantagem. Me falaram: 'e se a Uber sair?' Problema da Uber. Não estou preocupado", cravou.

Segundo o ministro, a ideia não é regular "o mínimo detalhe", mas incluir esses trabalhadores no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Marinho informou, porém, que ainda não está decidido se eles também serão incluídos na CLT.

"Você pode ter relações que caibam na CLT ou que se enquadrem, por exemplo, no cooperativismo. Aliás, o cooperativismo pode se livrar do iFood, da Uber. Porque aí nasce alguma coisa que pode ser mais vantajosa, especialmente para os trabalhadores", pontuou.

Ao UOL, a Uber afirmou, por nota, que ao contrário do que disse o ministro, a empresa não ameaçou deixar de operar na Espanha.

"Durante a discussão regulatória naquele país, a Uber divulgou estimativas sobre o impacto das medidas e apontou a contrariedade dos próprios entregadores com a regulamentação, que levou à migração forçada de muitos profissionais para o modelo de operadores logísticos (sem cadastro direto nos aplicativos) e reduziu o número de pessoas trabalhando na atividade. A Uber continua suas operações na Espanha e tem apresentado ao governo os problemas identificados na implementação da regulação", disse a companhia.

Comentários

Últimas notícias