Os passageiros do transporte público da Região Metropolitana do Recife poderão ter que lidar, mais uma vez, com novas paralisações do Metrô do Recife, após sofrer com seis dias de greve dos motoristas de ônibus.
Nesta quarta-feira (02/8), os metroviários voltam a realizar uma assembleia da categoria para votar uma possível greve geral do Metrô do Recife. A assembleia acontece às 18h, na Estação Recife, localizada no bairro de São José, Centro do Recife. O encontro, na verdade, aconteceria nesta terça-feira (01), mas foi adiado exatamente para ampliar as chances de alguma negociação favorável às reivindicações dos metroviários.
E, segundo o Sindicato dos Metroviários (Sindmetro), esse adiamento poderá dar certo e evitar a aprovação de uma greve geral. Isso porque o governo federal teria dado uma sinalização de discutir o Acordo Coletivo de Trabalho 2023-2025 e a retirada da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Plano Nacional de Desestatização (PND).
“O Sindmetro-PE participou de uma reunião virtual na tarde desta segunda (31) com a Secretaria Geral de Diálogo da Presidência da República, na qual ficou acordado que para a discussão do nosso ACT é necessária uma reunião entre a CBTU, Sindicato dos Metroviários de PE, Sindicato dos Ferroviários do NE, e como mediadores a Secretaria de Diálogos e convidados, a SEST (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais), o Ministério do Trabalho e a Secretaria do PPI. Essa reunião ocorrerá no máximo até a quarta-feira (2), durante o dia, antes da assembleia geral”, disse.
O Metrô do Recife transporta, por dia, aproximadamente 200 mil passageiros no Grande Recife.
METRÔ DO RECIFE JÁ TEVE DUAS PARALISAÇÕES
Depois de uma paralisação de 24h, há duas semanas, os metroviários de Pernambuco realizaram uma segunda suspensão dos serviços, dessa vez de 48h, entre às 22h da terça-feira (25/7) e às 22h da quinta (27/7).
As duas paralisações tiveram adesão em massa dos metroviários e, no caso da segunda, o movimento deu força à greve geral dos motoristas de ônibus, que parou o Grande Recife por seis dias e terminou nesta segunda (31/7).
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ESTADO DE GREVE HÁ TRÊS MESES
Os metroviários estão em Estado de Greve desde o fim do mês de abril como pressão para forçar o governo federal a retirar a CBTU do PND, o que não aconteceu mesmo após sete meses da gestão Lula. A categoria está revoltada com a postura do governo federal.
Além disso, alega que, em junho, a Administração Central da CBTU sentou com os sindicatos do Recife, João Pessoa, Maceió e Natal e fechou uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2025, que agora diz não poder cumprir porque o governo federal não aceitou.
A minuta previa um aumento de 15% no salário base da categoria, que passaria de R$ 2 mil para R$ 2.725 e a garantia de emprego no caso da concessão pública ou da privatização do Metrô do Recife. Mesmo pedindo 25%, a categoria teria cedido à proposta.
SISTEMA METROFERROVIÁRIO PAROU NO GRANDE RECIFE
Embora não tenha sido uma greve geral por tempo indeterminado, as paralisações de 24h e 48h dos metroviários pararam o Metrô do Recife. O sistema não conseguiu operar nenhuma das linhas elétricas (Centro e Sul) e diesel (VLT), nem mesmo nos horários de pico da manhã e da noite.
No caso da paralisação de 48h, os metroviários aprovaram o movimento na terça-feira (25), às vésperas do início da greve dos rodoviários da RMR.
JUSTIÇA DETERMINOU QUE SISTEMA VOLTASSE A OPERAR
A adesão foi tão grande que nem mesmo a operação nos horários de pico foi garantida. Por isso, e provocado pela CBTU Recife, o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) determinou o retorno de 60% da frota de trens do sistema em horários de pico (das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30) e 40% nos demais períodos.
Mas a determinação, expedida no último dia da paralisação de 48h, nunca foi atendida.