VOA BRASIL: programa que prevê passagens a R$ 200 vai, sim, ser lançado na segunda quinzena de janeiro, garante governo
Garantia foi dada pelo Ministério dos Portos e Aeroportos após repercussão negativa do pacote que prevê passagens aéreas compradas em cima da hora por até R$ 799
Diante da repercussão negativa do chamado plano de universalização do transporte aéreo, anunciado nesta segunda-feira (18/12) com a meta de ofertar voos domésticos adquiridos “em cima da hora” a valores entre R$ 699 e R$ 799, o Ministério dos Portos e Aeroportos garantiu que o governo federal vai, sim, lançar o programa que prevê bilhetes aéreos por R$ 200 para grupos específicos da sociedade.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o Programa Voa Brasil, como foi batizada a proposta prometida desde o início do ano, será lançado na segunda quinzena de janeiro de 2024. Na entrevista coletiva desta segunda, o ministro Sílvio Costa Filho deu essa garantia, apesar de o Voa Brasil ter derrubado seu antecessor - Márcio França - e, após um ano de governo, ainda não ter virado realidade.
Mas, segundo explicou o ministro dos Portos e Aeroportos, o programa atenderá a um grupo restrito da população e nada tem a ver com o plano construído em parceria com as companhias aéreas e apresentado nesta segunda. "Não é passagem de 200 reais para todo mundo, como foi mal interpretado por setores da sociedade. Ele será para públicos específicos, para que a gente possa ir criando essa cultura no Brasil", explicou o ministro.
ESFORÇO PARA BARATEAR O CUSTO DA PASSAGEM AÉREA NO PAÍS
Sílvio Costa Filho ainda destacou o esforço que o governo federal e, especificamente seu Ministério, têm feito para democratizar o acesso às viagens de avião no País, citando como exemplo o plano apresentado na segunda, ao lado dos presidentes das companhias Azul, Gol e Latam.
Entre as iniciativas anunciadas, a principal delas é a cobrança de valores máximos de R$ 699 a R$ 799 para voos adquiridos com prazo de 10 a 14 dias de antecedência. Os preços anunciados, entretanto, são mais altos até mesmo do que a média recorde que foi cobrada no País em setembro, que foi de R$ 747,66, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
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O Ministério dos Portos e Aeroportos, entretanto, pondera que essa foi uma importante conquista, já que voos adquiridos com esse prazo estão sendo comercializados, atualmente, a valores de R$ 1.500 a R$ 2 mil. Além disso, alega que a média indicada pela Anac é referente ao mês de setembro e, não, ao ano todo. Assim, quem comprar o bilhete em cima da hora pagará, no máximo, R$ 800.
CONFIRA O QUE SERÁ OFERTADO PELAS COMPANHIAS AÉREAS
Confira as principais medidas apresentadas pelas aéreas para baratear o valor do bilhete aéreo, divulgadas pelo Ministério de Portos e Aeroportos.
AZUL
Comercializar 10 milhões de assentos até R$ 799 a partir de 2024 e garantir a marcação de assento e bagagem despachada para compras realizadas de última hora.
GOL
A partir de 2024, disponibilizar 15 milhões de assentos com preço de até R$ 699, ofertar promoções especiais e, com mais de 21 dias de antecedência, preços entre R$ 600 e R$ 800. E, ainda, oferecer tarifas de assistência emergencial com 80% de desconto.
LATAM
Ofertar mais de 10 mil assentos por dia (mais oferta, menor custo), oferecer um destino com tarifa abaixo de R$ 199 toda semana, acabar com a validade do programa de fidelidade e manter o programa de desconto de 80% para tarifas de assistência emergencial.
ENTENDA QUAL FOI A PROPOSTA DO VOA BRASIL DIVULGADA DURANTE 2023
Quando começou a ser apresentado à sociedade pelo então ministro Márcio França, a proposta do Voa Brasil era oferecer o trecho no valor de R$ 200 para qualquer parte do País. O objetivo era usar a ociosidade nos voos em determinados períodos do ano para garantir que pessoas que hoje não possam voar tivessem a oportunidade.
“Atualmente, são emitidas 90 milhões de passagens por ano, mas apenas 10 milhões de brasileiros voam por meio delas. Ou seja, é o mesmo público que viaja várias vezes. Por isso, o presidente Lula já tinha me encomendado que a gente buscasse novos passageiros. E a ideia era buscar gente que já tivesse vínculo conosco”, argumentou Márcio França no início de 2023.
A intenção do governo federal era emitir 12 milhões de passagens por ano, para cobrir a ociosidade (lugares vazios) nos voos. A ideia seria estipular o preço de R$ 200 por bilhete para grupos específicos, como estudantes do Fies, servidores públicos e aposentados com renda mensal de até R$ 6,8 mil.
Outro condicionante era que as passagens a R$ 200 seriam disponibilizadas apenas em períodos intermediários, fora da época de férias e festas. Ou seja, excluindo meses como dezembro, janeiro, fevereiro, junho e julho, por exemplo.