Um dia depois de levar uma bronca do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por anunciar programas sem a validação do governo, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), garantiu que já conseguiu importantes adesões ao Voa Brasil.
O ministro divulgou o programa, que promete oferecer passagens aéreas no valor de R$ 200 o trecho para aposentados, estudantes e servidores com renda de até R$ 6,8 mil, antes mesmo de ele ser fechado pelo Planalto - por isso o ‘pito’ público de Lula.
Márcio França afirmou que as companhias aéreas Gol e Azul - duas das três maiores em operação no Brasil - já teriam topado participar do programa.
“Duas das principais companhias aéreas do País, Gol e Azul, aderiram ao programa”, afirmou, ressaltando, em seguida, que a Latam também iria aderir à proposta. A declaração foi dada durante o lançamento da FPPA (Frente de Parlamentar de Portos e Aeroportos), ainda na terça-feira (14/3), pouco tempo depois da repreenda do presidente Lula.
Ao ser questionado sobre a reprimenda de Lula, Márcio França disse que o presidente "nunca erra", e reconheceu que houve falha ao antecipar a divulgação do projeto sem antes acertar os detalhes com a Casa Civil, comandada por Rui Costa (PT) e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Lula nunca erra, está sempre certo. É uma coisa de tanto impacto positivo que realmente seria bom que a Casa Civil tivesse participado mesmo”, disse. O ministro também se defendeu destacando que fez a divulgação porque o Voa Brasil foi apresentado a dezenas de pessoas do governo.
E que não é um programa do Planalto, mas das “empresas aéreas” porque não haverá subsídio, mas a venda garantida às pessoas que se enquadram nas regras. “A definição dos voos que integrarão o Voa Brasil ficará a critério das companhias”, afirmou.
ENTENDA O PROGRAMA VOA BRASIL
A proposta do Voa Brasil, que entraria em vigor no segundo semestre de 2023, é oferecer o trecho no valor de R$ 200 para qualquer parte do País. Segundo tem explicado o ministro, o objetivo é usar a ociosidade nos voos em determinados períodos do ano para garantir que pessoas que hoje não possam voar tenham essa oportunidade.
“Atualmente, são emitidas 90 milhões de passagens por ano, mas apenas 10 milhões de brasileiros voam por meio delas. Ou seja, é o mesmo público que viaja várias vezes. Por isso, o presidente Lula já tinha me encomendado que a gente buscasse novos passageiros. E a ideia era buscar gente que já tivesse vínculo conosco”, argumentou Márcio França em entrevista à CNN Brasil.
O governo federal ainda não divulgou muitos detalhes do Voa Brasil, mas já se sabe que a intenção é emitir 12 milhões de passagens por ano, para cobrir a ociosidade (lugares vazios) nos voos, que chega a 21% em épocas do ano.
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Outro condicionante é que as passagens a R$ 200 deverão ser disponibilizadas apenas em períodos intermediários, fora da época de férias e festas. Ou seja, excluindo meses como dezembro, janeiro, fevereiro, junho e julho, por exemplo. Também haverá outras limitações para participação, como ter renda mensal de até R$ 6.800.
A meta do governo federal é utilizar pelo menos 5% da ociosidade dos voos no segundo semestre deste ano e, gradativamente, ir aumentando a utilização. "No primeiro semestre do ano que vem, 10%, no outro 15% e no outro 20%. Para ir integrando", afirmou Márcio França.
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