Mobilidade urbana: BNDES vai investir quase R$ 30 milhões em projetos de mobilidade urbana em 21 metrópoles brasileiras
O resultado também contribuirá para formar a carteira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) que promovam investimentos para melhoria dos serviços públicos no âmbito do Novo PAC
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) vai investir R$ 27,8 milhões em estudos que resultem em investimentos na infraestrutura de mobilidade urbana em 21 metrópoles brasileiras com população superior a 1 milhão de habitantes. O objetivo é melhorar a qualidade do serviço e atrair mais passageiros para o transporte público. A Região Metropolitana do Recife está entre elas.
O diagnóstico será feito dentro do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, coordenado pelo banco em parceria com o Ministério das Cidades. Os quase R$ 30 milhões não reembolsáveis sairão do Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP). O trabalho será conduzido pela consultoria Bain Company, em um consórcio formado pelas empresas de engenharia Logit, Oficina, TYLin e o escritório de advocacia Machado Meyer.
Com perspectiva de longo prazo para até 30 anos, o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana identificará dezenas de projetos de média e alta capacidades em todas as regiões do Brasil, além de abordar a otimização e integração das redes de transporte, alternativas para financiamento do sistema e a gestão coordenada entre os entes federativos.
A pesquisa, que tem duração de 12 meses, ajudará a elaborar a Estratégia Nacional de Mobilidade Urbana. O resultado também contribuirá para formar a carteira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) que promovam investimentos para melhoria dos serviços públicos no âmbito do Novo PAC.
A intenção é promover a parceria da União com as regiões metropolitanas para viabilizar projetos, além de impulsionar investimentos em mobilidade urbana nas cidades. "O estudo será essencial para mapear os projetos de alta e média capacidades (trens, metrôs, VLTs e BRTs) nas maiores regiões metropolitanas do país, contribuindo para a redução do déficit histórico de investimentos no setor”, explicou o superintendente da Área de Infraestrutura do BNDES, Felipe Borim.
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DÉFICIT EM INVESTIMENTOS É DE R$ 300 BILHÕES
O déficit de investimentos em infraestrutura para a mobilidade urbana é gigante. Atinge pelo menos R$ 300 bilhões, segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em 2023. Caso o volume anual de financiamento mantenha a média dos últimos anos, seriam necessários mais de 50 anos para que a oferta de mobilidade fosse adequada.
As regiões metropolitanas que serão beneficiadas são as das capitais: Recife, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.
REDE DE APOIO AOS ESTUDOS
O trabalho é apoiado por uma rede de conhecimento e colaboração formada por dezenas de instituições do setor e por representantes dos governos federal, estaduais e municipais, como: IPEA, IBGE, ANTP, ANP Trilhos, ITDP Brasil, WRI Brasil, (Conselho Nacional de Secretários de Estado de Transportes e Mobilidade - Consetram), Fórum de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, Frente Nacional dos Prefeitos e Confederação Nacional dos Municípios.
"Este estudo em parceria com o BNDES é uma grande oportunidade para o governo federal apoiar as regiões metropolitanas na construção de soluções integradas para o transporte público coletivo no curto, médio e longo prazo. Temos neste estudo a retomada do papel da União da coordenação das ações estratégicas do setor de mobilidade urbana, com a promoção do diálogo interfederativo, da cultura dos dados abertos e das boas práticas de planejamento governamental" , disse Marcos Daniel Souza dos Santos, diretor de Regulação da Mobilidade e Trânsito Urbano da SEMOB, Ministério das Cidades.