
Os passageiros devem se preparar para enfrentar ônibus e metrô ainda mais cheios na próxima segunda-feira (15/6), quando acontece a quarta etapa da primeira fase da retomada das atividades econômicas determinada pelo governo de Pernambuco, com a reabertura do comércio. Haverá uma “leve” ampliação da oferta do serviço para acomodar o aumento da demanda. A frota de coletivos aumentará 6%, passando de 54% para 60%, e o Metrô do Recife funcionará por uma hora a mais em cada um dos horários de pico da manhã e da noite. Nada mais.
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Por nota, o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) informou que a ampliação para 60% significará 201 veículos a mais nas ruas da RMR. Em função desse reforço, entretanto, o número de terminais integrados com ônibus estocados diminuiu. Eram 16, agora são 13: Joana Bezerra, Tancredo Neves, PE-15, Xambá, Afogados, Igarassu, Pelópidas Silveira, Macaxeira, Barro, Jaboatão, Camaragibe, Cajueiro Seco e Cabo. O órgão explica que o reforço da frota será realizado em linhas de maior demanda e que foi programado com base nas particularidades de cada setor econômico que volta a atuar.

A ampliação do horário de funcionamento anunciada pelo Metrô do Recife também é pequena. Desde o início operando apenas quatro horas nos picos da manhã (6h às 9h) e da noite (16h30 às 20h), as Linhas Centro e Sul do sistema metropolitano estarão funcionando das 05h30 às 09h30 e das 15h30 às 20h. A Linha Diesel (VLT), no entanto, continuará suspensa.
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A CBTU tem dois argumentos para justificar a insuficiente ampliação do serviço. O primeiro deles é o pouco crescimento de demanda. Alega que houve um acréscimo de apenas 8,17% do número de passageiros desde o início da implantação do Plano de Monitoramento e Convivência com a covid-19 criado pelo governo do Estado, no dia 1º de junho, o que não justificaria uma operação mais ampla. Para quem está fora dos trens, apenas monitorando a situação, pode ser.

Mas para aqueles que estão no interior da composição, espremidos, com medo de contaminação, mas tendo que chegar ao trabalho no mesmo horário de sempre - já que os empregadores não os flexibilizaram -, a percepção de um acréscimo de quase 10% de usuários é bem diferente. A companhia argumenta que está com apenas 30% da demanda anterior à pandemia e, por incrível que pareça, não acredita que ela aumente na próxima segunda com a abertura do comércio.
O segundo argumento da CBTU é a falta de efetivo. Explica que está com 50% dos empregados da operação e manutenção afastados por pertencerem ao grupo de risco da covid-19, o que impossibilita e dificulta, no momento, uma ampliação maior dos horários de funcionamento.

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