Metrô do Recife terá R$ 136 milhões de recursos do Novo PAC, mas precisa de quase R$ 2 bilhões
Valor do recurso, entretanto, é alto e representa o primeiro investimento de peso para o sistema metropolitano dos últimos dez anos
O Metrô do Recife, que há quase dez anos mal consegue cobrir o custo da operação diária, enfim, vai receber recursos de peso para investimento em infraestrutura. Nesta terça (2/7), durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à capital pernambucana, o ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou que o governo federal vai, sim, liberar R$ 136,1 milhões para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos no Recife (CBTU Recife). Os recursos sairão pelo PAC Seleções - Cidades Sustentáveis e Resilientes, Subeixo Mobilidade Urbana Grandes e Médias Cidades.
O ministro, entretanto, não deu prazos para liberação do dinheiro. E vale destacar que os recursos foram solicitados pelo governo de Pernambuco, que decidiu cadastrar entre os quatro projetos que apresentou no PAC Seleções - Cidades Sustentáveis, uma ajuda ao Metrô do Recife, que definha com a ausência de investimentos e o corte de orçamento até mesmo para garantir a operação.
Embora o sistema seja gerido pelo governo federal, o Estado pleiteou os R$ 136,1 milhões para a aquisição de 60.227 dormentes de concreto monobloco - o que permitiria recuperar a infraestrutura do sistema. Mas, agora, após o anúncio de que os recursos serão liberados pelo governo federal, a aplicação será diferente da que foi pleiteada.
DIANTE DAS NECESSIDADES, RECURSOS DO PAC SERÃO USADOS EM DIFERENTES ÁREAS DO METRÔ DO RECIFE
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Segundo a CBTU, os R$ 136,1 milhões serão utilizados para modernização de três subestações de energia; substituição de 9,5 quilômetros de rede aérea; aquisição de três máquinas especiais para manutenção de via; requalificação dos subsistemas de segurança e refrigeração dos trens da frota CAF e de 10 Motores de tração e 30 truques de VLT´s; além de melhoria das cobertas de quatro estações da Linha Centro e modernização do sistema de sonorização das estações.
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“Esses investimentos resultarão em melhoria na qualidade de serviço prestado, conforto e segurança; maior oferta de trens e veículos leves sobre trilhos (VLTs) e diminuição dos intervalos entre viagens. Isso tudo irá proporcionar aumento da confiabilidade das redes aéreas e subestações de energia”, explica a superintendente do Metrô Recife, Marcela Campos.
A superintendente ressalta, ainda, que todo o valor será destinado à melhoria do sistema metroferroviário, a partir do alinhamento interno dos valores destinados a trilhos, dormentes e outros projetos prioritários. “A equipe está trabalhando dia e noite nisso”, reforçou.
Foi criado um grupo de trabalho entre a CBTU Recife e a Administração Central da Companhia, em Brasília, para tratar dos valores de investimento. Caberá à CBTU Recife dar andamento aos processos de licitação dos serviços e materiais referentes ao projeto apresentado no PAC, enquanto a AC cuidará da liberação dos recursos junto ao Ministério das Cidades.
URGÊNCIA DEVIDO À SITUAÇÃO DE CRISE DO METRÔ DO RECIFE
No cadastro realizado no PAC Seleções, o governo de Pernambuco alegou que o investimento de R$ 136,1 milhões se fazia necessário em razão do alto comprometimento nos trechos compreendidos entre as Estações Recife e Cajueiro Seco (Linha Sul elétrica) e entre as Estações Rodoviária e Camaragibe (Linha Centro elétrica, numa extensão de 35.084 metros, situadas nos municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe.
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“Em alguns casos, os dormentes já se encontram em um estágio muito avançado de deterioração, tornando-os inadequados para suportar o tráfego. A não substituição antecipada desses dormentes pode resultar na paralisação do tráfego ou na ocorrência de acidentes, em função do avanço deste processo”, explica a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco (Semobi), que assina o cadastro.
RISCO, INCLUSIVE, DE SINISTROS DE TRÂNSITO
“A CBTU tem adotado medidas de manutenção e redução da velocidade de tráfego para minimizar o risco de acidentes (sinistros de trânsito), porém, a falta de dados e conhecimentos técnicos específicos referentes à degradação impede a definição precisa da data de colapso do sistema do Metrô do Recife. As inspeções realizadas evidenciam o rápido avanço da degradação”, alegou.
E seguiu destacando a crise de infraestrutura do sistema metroviário: “Além do desafio relacionado aos dormentes, o Metrô do Recife enfrenta a necessidade urgente de substituição de 36 km de trilhos antes que alcancem o limite máximo de desgaste permitido pelas normas. Antecipar o processo de aquisição dos trilhos é fundamental para evitar a paralisação prolongada do sistema”.