Paralisação dos rodoviários gerou transtornos para passageiros da Região Metropolitana do Recife

Uma falta de repasse do governo do Estado agravou a situação, levando os rodoviários a bloquear as garagens na madrugada da quarta-feira (22)

Publicado em 22/01/2025 às 17:25
Google News

Os usuários de transporte público na Região Metropolitana do Recife (RMR) enfrentaram uma manhã difícil nesta quarta-feira (22) devido à paralisação dos rodoviários.

O movimento, que afetou cerca de 320 linhas de ônibus, foi motivado pelo atraso no pagamento da quinzena salarial dos trabalhadores de várias empresas do setor.

Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco (Sintro-PE), Roberto Carlos, a decisão de bloquear a saída dos coletivos das garagens foi tomada após o não cumprimento do prazo de pagamento por parte das empresas.

Entre as companhias afetadas estavam Borborema, São Judas Tadeu, Metropolitana, Caxangá, Globo e Pedrosa, resultando no fechamento de nove garagens.

A mobilização, segundo o sindicato, teve como objetivo pressionar as empresas a respeitar os direitos trabalhistas.

Impacto para os passageiros

Milhares de passageiros foram diretamente prejudicados pela paralisação. Terminais Integrados (TIs) e paradas de ônibus ficaram lotados, enquanto muitas pessoas enfrentaram longas esperas sem transporte.

Com a falta de ônibus nas ruas, usuários tiveram que recorrer a alternativas como aplicativos de transporte ou decidiram voltar para casa. Em entrevista para a TV Jornal, a doméstica Ana Paula relatou que, para não chegar atrasada no trabalho, estava tentando negociar com o patrão se poderia pegar um carro por aplicativo.

"Ontem a noite escutei boatos no ônibus e hoje de manhã minha vizinha me falou da greve, mas arrisquei mesmo assim e vim para a parada", disse.

Posição das empresas

A Urbana-PE, entidade que representa as empresas de transporte público, emitiu nota justificando o atraso no pagamento como resultado de um problema no repasse de subsídios pelo governo estadual.

"Em razão do atraso do repasse dos subsídios pelo governo do estado, que deveria ter ocorrido no último dia 20/01, as empresas permissionárias do transporte coletivo foram obrigadas a postergar, de forma excepcional, o calendário", dizia o comunicado enviado pela manhã.

Bernardo Braga, coordenador técnico da Urbana, afirmou ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, que o sistema de transporte coletivo depende diretamente desses aportes financeiros. Segundo ele, sem o repasse, é impossível manter as operações e os valores atuais das tarifas.

Resolução do impasse

Após negociações, os salários foram quitados antes do prazo estipulado pelas empresas, que era até o meio-dia desta quarta-feira.

Com o pagamento realizado, os bloqueios nas garagens foram suspensos, e os ônibus voltaram a circular ainda antes do meio-dia, normalizando gradualmente o sistema de transporte na RMR.

Tags

Autor