Ferroviários de São Paulo aprovam greve contra privatização de linhas da CPTM
A decisão foi tomada em assembleia, realizada na noite de quinta-feira (20), e afetará as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade

Os ferroviários de São Paulo decidiram entrar em greve a partir da meia-noite do dia 26, em protesto contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A paralisação foi aprovada em assembleia na noite da última quinta-feira (20) e deve afetar milhões de passageiros na Grande São Paulo.
A greve tem como principal objetivo impedir o leilão das três linhas, programado pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a próxima semana. O edital prevê um investimento de R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos de concessão.
Além da paralisação, os ferroviários também formarão uma comissão de negociação e realizarão um ato público no dia 25, às 9h, em frente à B3 (Bolsa de Valores), em São Paulo. O sindicato declarou que a greve só será encerrada caso o governador cancele oficialmente o leilão.
Impacto para a população e mudanças previstas no projeto
A paralisação deve afetar o funcionamento das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Juntas, essas linhas atendem regiões populosas da Grande São Paulo, incluindo bairros da capital e cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos, impactando milhões de passageiros.
O plano de privatização prevê melhorias na infraestrutura ferroviária, incluindo a construção de oito novas estações, reformas em outras 24, eliminação de passagens em nível e redução do tempo de espera entre os trens. Além disso, há projetos de expansão:
- Linha 11-Coral: Ganharia mais 4 km, com quatro novas estações, chegando até a Barra Funda e César de Souza, em Mogi das Cruzes.
- Linha 12-Safira: Seria prolongada em 2,7 km, com duas novas estações e conexão com as linhas 13-Jade da CPTM e 2-Verde do metrô.
- Linha 13-Jade: Teria uma extensão de 15,6 km, incluindo seis novas estações, chegando a Bonsucesso e Gabriela Mistral.
O governo de São Paulo destaca que três grupos empresariais estudam a concessão e que a iniciativa privada já opera as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. No entanto, essas linhas têm sido alvo de investigações do Ministério Público devido a falhas e acidentes recorrentes desde a concessão para a ViaMobilidade.
O sindicato alertou que, caso haja demissões por conta da paralisação, a greve pode se prolongar indefinidamente. A categoria reivindica garantias para os trabalhadores e critica o modelo de privatização, apontando problemas nas linhas já concedidas.