O jurista pernambucano Geraldo Brindeiro (Recife 29/08/48) recebeu da imprensa - durante o período em que foi procurador-geral da República (1995 - 2003) - o alcunha de “engavetador-geral” pela fama que tinha, justa ou não, de mandar para a gaveta pedidos de investigação contra o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
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O exemplo mais claro desse episódio que lhe rendeu o apelido foi quando do chamado Dossiê Caribe, que incriminava FHC e Brindeiro mandou a papelada para a gaveta, dizendo que se tratava de “uma grosseira falsificação”.
Por esses tempos, antes mesmo de completar um ano no cargo, o procurador Augusto Aras já mandou cortar o terno, como se diz na linguagem popular, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Seja ainda este ano, com a aposentadoria de Celso de Mello ou em 2021, quando Marco Aurélio Mello pendurar a toga.
E o que me leva a crer o atual procurador deve ser contemplado com uma cadeira no STF? A prova virá em poucos dias. Juristas experientes dizem que o presidente da República Jair Bolsonaro teria cometido crime de responsabilidade quando tentou interferir na Polícia Federal. Primeiro dando a entender que gostaria ter em mãos documentos sigilosos produzidos pela corporação. Ou quando disse que queria ter um delegado chefiando a PF com quem tivesse afinidade.
O inquérito que ora engatinha terá de ter o aval do procurador para dar andamento num pedido de investigação contra o presidente da República. No Palácio do Planalto não há um auxiliar de Bolsonaro que perca o sonho com os próximos passos de Augusto Aras.
Esse é o tipo de inquérito que já nasce morto. O seu destino é a gaveta. Pense nisso!
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