Conversando outro dia com o biólogo Sérgio Bueno, da Universidade de São Paulo (USP), ele jogou por terra um ditado popular que diz que “quem anda pra trás é caranguejo”. Conversa fácil, didático, o professor me disse que, na verdade, “a movimentação das patas do caranguejo é mais eficiente lateralmente”, por isso é real dizer que o caranguejo anda de lado, às vezes até para a frente, mas nunca para trás, como afirma a crendice popular.
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Pronto! Volto ao dia a dia da política brasileira para - agora corrigindo - dizer que o Brasil é um país que anda de lado, feito o ser dos ocipodídeos. Igualzinho caranguejo. Quando tenta andar para a frente, é uma dificuldade de dar dó.
Venha comigo! Os governos estaduais estão na maior pindaíba. Passando o chapéu, como a gente costuma ver nas feiras livres do sertão nordestino, mas ainda assim, eles se negam a fazer o dever de casa.
Não querem nem ouvir falar em cortar gastos. Sabe por que os governadores agem assim? Porque eles sabem que o Tesouro Nacional, leia-se o dinheiro do contribuinte que paga imposto vai ser usado para tapar o buraco, sem muita contrapartida.
Agora, mesmo, o Congresso Nacional está para dar um generoso socorro aos cofres dos governos estaduais, e ninguém se mexeu para sugerir cortes. Foi preciso o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), virar relator da medida e dizer que os governadores precisam fazer a sua parte. Cortar gastos de custeio e de salários.
Muitos governadores chiaram porque o serviço público já não é tão bem remunerado assim, mas não vai ter jeito.
Ou os governadores aceitam as negociações nesses termos, oferecendo contrapartidas, ou o dinheiro do poder central não vai ajeitar o rombo dos caixas nos estados não!
Pense nisso!
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