OPINIÃO

Sabe aquela 'pressãozinha básica' que as bases partidárias fazem quando a direção da legenda toma decisões destrambelhadas?

A esquerda fez fila para apoiar Arthur Lira para presidir a Câmara dos Deputados, mas começou a ser pressionada por suas bases, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também está seduzido pelo canto da sereia do "Centrão", comando pelo deputado

Romoaldo de Souza
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Romoaldo de Souza
Publicado em 18/12/2020 às 9:24 | Atualizado em 18/12/2020 às 9:24
MARYANNA OLIVEIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
A Mesa Diretora compõe-se da Presidência (presidente e dois vice-presidentes) e da Secretaria — formada por quatro secretários e quatro suplentes - FOTO: MARYANNA OLIVEIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Acontece que os principais partidos de esquerda — como o PT, PDT, PC do B e PSB — que vinham flertando com a candidatura de Arthur Lira (PP-AL), para presidir a Câmara dos Deputados, pois foi a partir da insatisfação de militantes dessas agremiações que seus dirigentes criaram um bloco com vista à eleição na Câmara, em fevereiro de 2021.

Uma das lendas da Mitologia Grega narra episódios de seres que tinham a metade mulher e a outra metade peixe. Quando queriam seduzir os homens, principalmente os marinheiros, a sereia fazia um canto e deixava todo mundo encantado, capaz de perder o rumo.

Pois o canto da sereia do deputado Arthur Lira foi a promessa de que faria mudança na Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de políticos condenados por corrupção. A esquerda fez fila para apoiar Lira, mas começou a ser pressionada por suas bases, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também está seduzido pelo canto da sereia do “Centrão”, comando por Arthur Lira.

De um total de 513 parlamentares, esses cinco partidos de esquerda reúnem mais de 130 deputados e se estiverem unidos, poderão exigir a vice-presidência da Câmara, no mínimo, na hora da formação da chapa.

O que pesa contra a esquerda é a ambição. Todos querem ter um candidato para substituir o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na matemática, fica inviável essa operação.

Assim como no passado, no presente a oposição tem votos para peitar qualquer articulação de centro ou de direita. O problema é que internamente eles não se entendem. Aí, como é costumeiro ser dito no sertão nordestino: “nem mel nem cabaça”.

Pense nisso!

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